Noites de Caos (novel) - Capítulo 66
Tradução: Gab
Revisão: Gab
Flechas começaram a voar na direção do tigre. As poucas que não penetraram na pele espessa ficaram cravadas no chão.
Somente então o tigre percebeu que outros inimigos haviam aparecido. Ele rugiu de forma aterradora. Em seguida, uma flecha grossa ficou alojada em sua boca.
Uma.
Outra.
O tigre, atingido por uma flecha que atravessou sua boca até o topo da cabeça, caiu no chão. Sua pele foi perfurada por inúmeras outras flechas.
Eun-Ha derramou as lágrimas que vinha segurando. Quando a respiração do tigre cessou, todos se aproximaram dela.
Ela visualizou os sapatos de alguém. Ao levantar o olhar, viu Jihak, que inclinava o corpo na direção da fenda entre as rochas onde ela estivera escondida.
Ele tinha uma expressão severa. Seus olhos eram mais ferozes do que os de um tigre. Seu olhar fez o coração de mulher disparar.
Ela se lançou para frente, como se estivesse sendo atraída por uma força invisível e ele a abraçou com toda força. Agora, já havia se acostumado à temperatura do corpo dele. Toda a tensão no próprio corpo desapareceu.
Ela começou a chorar.— “…Eu estava com medo.”
“Eu sei.”— então, sentaram-se no chão, abraçados.
***
“Já informei sobre o tigre, então os mercadores logo virão buscar o couro.”
Jihak assentiu diante das palavras de Yuljae e então fez um gesto para que ele saísse. Yuljae, sempre respeitoso, fechou a porta.
Ele havia penteado os cabelos de Eun-Ha, e não gostara muito do resultado, mas nunca havia feito isso antes.
Ela mantinha os joelhos juntos. Seu face ardia como brasa, pois a mão dele a acariciava.
Jihak havia se oferecido para amarrar seu cabelo, já que ela tinha dado o laço ao guerreiro.— “Sabe o que pensei quando ele veio até mim coberto de sangue?”
Eun-Ha baixou ainda mais a cabeça.— “…Achou que eu estava morta?”
“Provavelmente. Mas há certa diferença.”
Ele removeu o manto que cobria os ombros dela. Seu corpo estava cheio de hematomas e arranhões. Quando seus olhos pousaram nas marcas avermelhadas no corpo esguio dela, tornaram-se gélidos.
Ele pressionou os lábios contra o ombro dela. Ela ficou envergonhada, mas Jihak a abraçou.
“Passarei o unguento. Fique parada.”
“Eu mesma faço isso.”
“Sua mão não vai alcançar.”
“Mas… estou com vergonha.”
Jihak riu. Pela manhã, havia derramado seu sêmen no corpo dela, mas agora se sentia envergonhada apenas por ele estar olhando suas cicatrizes.
Então, o Milorde começou a aplicar suavemente o unguento nos ferimentos. Era algo que nunca havia feito antes, portanto não sabia exatamente quanto usar, mas o jeito como ela estremecia a cada toque de seus dedos o divertia. Ele não queria parar.
Eun-Ha não sabia como reagir. Seus olhares se cruzaram no espelho. Por que ela parecia aliviada quando ele a salvou?
Ele lambeu gentilmente a nuca dela. Lambeu seu pescoço.
“Está sentindo dor?”
“Não.”
“Então por que parece que vai chorar?”
“O quê? Eu?”
Quando ele segurou seu queixo, seu coração começou a bater mais rápido. Ele beijou seus lábios e então estreitou os olhos.— “Que estranho. Ainda está com medo do tigre? Seu coração está disparado.”