Noites de Caos (novel) - Capítulo 64
Tradução: Gab
Revisão: Gab
Quando Jihak olhou para a xícara na mão de Hee-In, um sorriso cruel surgiu em seus lábios.—“Foi meu pai. Acho que ele enlouqueceu. Ele não queria perder sua posição, então espalhou rumores terríveis. Houve até uma vez em que tentou me matar. Bin… morreu depois de tomar meu chá.”
A xícara caiu da mão de Hee-In. Ela não sabia disso. A Princesa Herdeira havia sido envenenada. Isso significava que alguém espalhou o falso rumor de que ela havia morrido de uma doença pulmonar. Alguns dias atrás, começaram a circular boatos. Diziam que a Rainha havia tido um filho com o irmão do Rei. Supunha-se que ela queria controlar o reino — por isso desejava que seu filho subisse ao trono.
“Não tenho mais interesse em política. Seohwi provavelmente ascenderá ao trono. Talvez a erva venenosa que floresceu no palácio real não seja a Rainha-Mãe, mas Sua Alteza.”
“Não acho que meu pai teria feito isso…”
“Acho que já te dei a resposta que queria, agora levante-se. Não é uma boa ideia permanecer aqui por muito tempo. Além disso, ainda tenho trabalho a fazer.”— sorriu e depois olhou pela janela.
Hee-In, abalada com a atitude dele, levantou-se cambaleando.—“Isso não é verdade… Vou provar que não é.”
Ele não respondeu. Hee-In, que se curvou profundamente diante dele, saiu.Então ela cruzou com uma mulher que caminhava em direção aos fundos do palácio.
Ela tinha cabelos negros, pele branca como a neve e traços refinados. Era um rosto familiar. Quando Hee-In percebeu que era a mulher que Jihak carregara nos braços, perguntou a Gari, que viera se despedir;—“Quem é aquela mulher?”
“Ela é Eun-Ha. Ela lê livros para o Milorde.”
“Eun-Ha?”
“Sim… ela lê livros ocidentais.”
Hee-In conseguiu se lembrar com facilidade de seu rosto, mas não podia ter certeza. Já se haviam passado dez anos, e naquela época, a leitora não era uma mulher tão bonita. A Princesa ficou um pouco confusa, pois ela era apenas uma garotinha.
“Mas por que está perguntando isso…?”
“Há!”— Ela sentiu como se água gelada tivesse sido derramada sobre sua cabeça.
Hee-In lembrou-se da expressão de Jihak ao observar de perto a garotinha que se agarrava às suas roupas. Seu olhar a surpreendeu, pois parecia que ele olhava para um brinquedo muito divertido, tanto que ela teve que repreendê-lo.
Não podia acreditar que seu irmão havia reconhecido aquela garota, caso contrário, ele não estaria com ela. Hee-In repetiu várias vezes para si mesma que isso não tinha acontecido. Mas se moveu com um inquietante sentimento de apreensão no coração.
“Senhoria, deveria partir.”— Com as palavras do guerreiro, Hee-In subiu no palanquim.
Aquela é a Eun-Ha.
***
Depois de inalar o ar frio, Eun-Ha sentou-se sobre o tronco de uma árvore. Seria aquela a primeira vez que sentia o ar do lado de fora em dias? Ao se lembrar de como Jihak sempre a abraçava, ela fechou os olhos com força.
Ela queria sentir o frio.
O céu estava claro, mas o vento carregava neve. E, na montanha atrás, ainda havia muita dela. Talvez por isso não houvesse muitos animais por ali.
Eun-Ha, perdida em pensamentos, beijou a marca vermelha em seu pulso. Ela não conseguia entender os sentimentos de Jihak, que de repente passaram de gentis para assustadores. Por que ele ficou tão irritado de repente?
No momento em que suspirou, viu manchas de sangue no chão. Qualquer um podia ver que o sangue ainda descongelado já havia sido derramado há algum tempo.
Eun-Ha seguiu o rastro. E então viu a perna de alguém sobre a grama perto dos fundos do palácio. O homem vestia um uniforme militar da mesma cor do uniforme de Yuljae, então ela deduziu que era um guerreiro de Jihak.
“Shh…”— Quando o guerreiro ferido viu Eun-Ha se aproximando, levou o dedo aos lábios. O estranho cheiro metálico irritando o nariz dela