Noites de Caos (novel) - Capítulo 58
Tradução: Gab
Revisão: Gab
Ela empurrou o peito dele enquanto franzia o rosto, então se afastou a passos largos. Jihak, que se sentia atraído pela rebeldia dela, riu. Sua risada fez o coração da leitora bater mais rápido.
Ao sair da livraria, o proprietário a seguiu. Logo, ela entrou na estrada florestal que levava à mansão.—“Encontrei um líder de caçada outro dia. Parece que há um tigre do tamanho de uma casa por perto. É tão inteligente que destrói as armadilhas. O tigre matou várias pessoas, inclusive crianças.”
O silêncio era demais para ela suportar, então foi a primeira a rompê-lo.—“Mas e então? Está com medo?”
“Claro. Mas não se preocupe. Eu consigo detectar um tigre mais rápido do que qualquer outro.”
“Isso me tranquiliza.”
Na floresta, o som dos passos de três pessoas podia ser ouvido. Eun-Ha estava aliviada por ter escutado notícias de Yongi. Claro, ela não sabia por que sua irmã estava na casa de Shihoon, tinha a sensação de que tudo estava escrito na carta da irmã. Estava tão imersa em pensamentos que nem percebeu que havia chegado à mansão. E a neve acumulada caiu sobre suas bochechas.
Eun-Ha franziu o rosto de surpresa e logo entrou pela porta. Os criados estavam ocupados com os suprimentos. Estranhamente, ela sentiu que havia voltado para casa.
***
“A concubina do Ministro da Defesa?”— Jihak, que havia terminado seu treino, riu. Quem trouxera a notícia fora um servo. Kim logo descobriu informações sobre Yongi.
Milorde, que enxugava o suor do queixo, identificou prontamente a pessoa a quem pertenciam os passos apressados no chão àquela hora. Mesmo que ela conseguisse esconder sua presença de um tigre, não conseguiria enganá-lo.— “Siga a garota.”
“Entendido.”
Kim contemplou por um momento a expressão de Jihak, depois saiu do banheiro. A expressão no rosto dele trazia à tona memórias da época em que era Príncipe Herdeiro. Ele seguiu Eun-Ha. Ela olhou ao redor quando chegou ao quintal dos fundos, depois reuniu grama molhada para acender um fogo. Por fim, tirou algo de dentro das roupas.
Era algo importante.
Instintivamente, Kim percebeu que Eun-Ha estava abalada. Ela jogou a carta no fogo com uma expressão de medo ou tristeza no rosto.
Meu Deus!
Kim correu rapidamente, pisou no fogo e pegou a carta meio queimada. Depois a esfregou contra si para apagar as faíscas que restavam no papel. Um criado curioso inclinou a cabeça, confuso. Kim levou os dedos aos lábios para mandá-lo fazer silêncio.
“Achei que a primavera havia chegado, mas estava errada…”
Seus olhos se arregalaram ao ler as palavras na carta. Kim sabia o que aconteceria se essa informação chegasse aos ouvidos do Príncipe.
“…Vamos fugir, Eun-Ha. Eu lhe direi o dia. Faremos isso o mais rápido possível, não me sinto confortável aqui. Estou com saudades.”
Uma sombra escura apareceu atrás de Kim. O servo se esgueirou para longe.—“Estou curioso sobre esta carta. Entregue-me ela.”
“Eu…”— Kim se virou e entregou a carta a ele.
Ao pegá-la com as mãos, um sorriso frio como o luar se espalhou por seus lábios.— “Vamos fugir…? Então ela planeja fugir…”