Noites de Caos (novel) - Capítulo 53
Tradução: Gab
Revisão: Aeve
Felizmente a neve parou e o que acumulou nos beirais derreteu ao sol. Provavelmente se transformaria em pingentes de gelo durante a noite. Pela primeira vez em muito tempo Yongi vestia roupas normais e carregava consigo sua bagagem. A moça, que havia escapado da profissão de cortesã, não usava maquiagem. Porém, ninguém saberia dizer o que havia acontecido. Ela não parecia feliz, mas também não parecia triste. A ex-cortesã parou para olhar na direção da casa das cortesãs, o lugar onde ninguém havia se despedido ela.
“Me siga.” — O homem que a acompanhava caminhou rapidamente.
“Posso mesmo ir embora?”
“Pergunte a proprietária. Escutou algo?”
“Não.”
“Também não ouvimos nada. Já que não é mais uma cortesã, preciso acompanhá-la de volta.”
“…Para onde?” — As cortesãs que haviam escapado sozinhas precisaram viver por conta própria. Yongi, quem deixara o estabelecimento sem qualquer preparação, puxou o braço do acompanhante com uma expressão confusa no rosto. — “Diga-me. Para onde estamos indo?”
O acompanhante, que parecia não querer responder, arrancou a bagagem dela e se afastou silenciosamente.
Yongi correu atrás da escolta, pois lá havia uma caixa com dinheiro. Ela não queria perder o precioso dinheiro que havia juntado até então. — “Devolva minha bagagem!”
“É lenta demais para andar com essa coisa pesada. Não se preocupe…”
“Para onde estamos indo?”
“Apenas estou fazendo aquilo que Sua Excelência me pediu que fizesse.” — A resposta ambígua deixou Yongi frustrada, então arrancou a bagagem da mão dele. A escolta enfim parou em frente a um portão conhecido. — “Estamos aqui!”
Young observou o portão se abrir com uma expressão hipnotizada. Quando o serviçal a viu, ele bloqueou o portão antes que se abrisse completamente. — “Por que você veio aqui?”
“O Milorde solicitou. Aqui está a carta.”
“O Milorde?” — O assistente pegou a carta que o acompanhante lhe entregou.
Yongi ainda estava atordoada, sem saber o que tinha acontecido. Nem soubera que a pessoa que a salvara da casa das cortesãs era Jihak. A jovem, alarmada, afastou-se lentamente da cena caótica.
No entanto, o acompanhante agarrou o seu braço com firmeza. — “Tenho que cumprir ordens, então entre em silêncio.”
“Por que devo entrar aí?”
“Não sou mais aquele que te guia.”
“O quê?” — Enquanto Yongi lutava para escapar, o portão se abriu.
Shihoon apareceu com um casaco grosso sobre os ombros. Suas mãos tremiam enquanto segurava a carta, os olhos de Shihoon se voltaram de Yongi para o servo, que a puxava pelo braço. Yongi o olhou como se o tempo tivesse parado. Na noite passada, ele tremeu de humilhação e derramou-se em lágrimas ao beijá-la.
Sohyeon, que estava atrás de Shihoon, se aproximou. — “Sua mãe provavelmente fez essa escolha cuidadosamente, então deve aceitá-la.”
“Isto é realmente aceitável?”
“Claro. Apesar de já ter sido uma cortesã, ela não é mais uma.”
“Então reserve um quarto para ela.”
Yongi, cujo corpo havia perdido todas as forças, entrou pela porta quase arrastada. O acompanhante agarrou seu braço como se ela fosse um gado desobediente.
O homem que a escoltava, a guiou e disse: — “Você não deve fugir desta casa. Há olhares por toda parte, então, se quiser viver, é melhor ficar aqui e esperar em silêncio a chegada da sua irmã.”
“Eun-Ha virá?”
“Sim. Estou de saída. De qualquer forma, leve o que eu digo a sério.”
Do outro lado da porta aberta, Shihoon olhava em sua direção.
Yongi ficou surpresa ao ver Sohyeon agarrar a manga dele e fechar a porta. Ela sorriu. Não era possível que estivesse ali. O motivo pelo qual queria deixar a casa das cortesãs era para se afastar de Shihoon, aquele que um dia se tornaria marido de outra mulher. Ela temia que seu coração derretesse quando ele a abraçava com força.