Um Amor Proibido em Tempos de Guerra - Capítulo 10
A batalha final foi mais brutal do que qualquer uma que Noah já tivesse enfrentado. O campo de combate parecia um inferno vivo, com homens caindo como árvores derrubadas por ventos impiedosos. O som das espadas se chocando, os gritos de dor e os estalidos de ossos quebrados preenchiam o ar, tornando tudo irreconhecível, como um pesadelo que nunca chegava ao fim.
Noah lutava como um homem sem alma, cada golpe que desferia uma tentativa de apagar a dor que queimava dentro de seu peito. Ele mal sentia a espada em suas mãos; o que importava era a necessidade de continuar, de sobreviver, de honrar o que restava de sua missão.
Mas, em meio à batalha, algo o fez parar. Uma figura à distância, uma silhueta familiar que o fez esquecer por um momento tudo ao seu redor. Leah estava ali, no campo de batalha, entre os soldados, com um olhar desesperado fixo nele. Ela não estava lá para lutar, mas estava lá, em meio à guerra, uma lembrança viva de tudo o que ele perdera.
Noah sentiu um aperto no coração, um desespero profundo. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas a visão de Leah, a visão dela tentando atravessar o campo, em perigo, fez sua mente se descontrolar. Ele correu em direção a ela, desconsiderando tudo ao seu redor, sua espada já manchada de sangue, sua determinação alimentada pelo desejo de tê-la de volta.
— Leah! — gritou ele, sua voz rasgando o caos.
Mas a guerra parecia estar conspiração contra ele. A cada passo que dava, o caos ao redor crescia. Os soldados inimigos pareciam multiplicar-se, como sombras escuras que se estendiam por todo o campo, e Noah estava cercado.
De repente, uma flecha cortou o ar. Ele a viu, a flecha vinha em sua direção, rápida como um raio. Ele tentou desviar, mas não havia tempo. Tudo parecia se arrastar em câmera lenta. A flecha atingiu o ombro de Noah, e ele caiu no chão com um grito de dor. O sangue escorria de sua ferida, misturando-se à terra e à lama do campo de batalha.
Mas o pior ainda estava por vir.
Leah, ao vê-lo caindo, correu para ele, mas antes que ela pudesse alcançá-lo, um cavaleiro inimigo a puxou para longe. Noah tentou gritar, tentou se levantar, mas seu corpo não respondia. Ele se arrastou pelo chão, sua visão embaçada pela dor e pela perda. Tudo o que ele queria era chegar até ela, tocá-la, segurá-la uma última vez.
Leah lutava, sua voz gritando por ajuda, sua figura frágil sendo arrastada pelo cavaleiro. Noah não podia mais se mover. Ele sentia a vida se esvaindo de seu corpo, e a única coisa que restava era o eco de sua última promessa: proteger Leah, mesmo que isso significasse dar a própria vida.
E então, como um sinal de misericórdia, o mundo de Noah se apagou.
Quando ele acordou, estava em um lugar diferente, silencioso. Sua visão estava turva, seus sentidos confusos. Ele tentou se mover, mas seu corpo estava pesado, dolorido. A batalha havia terminado, mas o custo fora alto demais.
Leah, o que aconteceu com ela? O pensamento martelava em sua mente.
Noah tentou se levantar, mas os soldados que o rodeavam o impediram. Ele estava preso, ferido, e o mundo parecia ter parado de fazer sentido.
Foi então que uma figura apareceu diante dele. O comandante do exército, um homem conhecido por sua crueldade e suas decisões implacáveis. Ele olhou para Noah com um semblante sério.
— Você falhou. — disse o comandante, com uma voz fria. — Sua missão era simples: proteger a nação. Você não conseguiu. E, pior, você permitiu que ela, a filha do Duque, fosse levada.
As palavras do comandante foram como facadas. Noah sentiu o peso do fracasso, a dor de não ter sido capaz de proteger Leah, de não ter conseguido cumprir sua promessa.
Ele tentou responder, mas suas palavras se perdiam, sua voz abafada pelo peso da culpa.
Mas então, em um ato desesperado, Noah se lembrou de algo. Ele puxou a pequena rosa branca que Leah lhe dera na noite em que se encontraram pela primeira vez. Era tudo o que restava dela, tudo o que ele ainda carregava.
O comandante olhou para a rosa, e por um momento, algo nos olhos dele se alterou. Ele se afastou, dando a Noah o espaço que ele precisava para respirar. Mas era tarde demais. Leah já estava perdida para ele. O destino deles estava selado. A guerra havia roubado tudo o que ele amava.
Noah, agora completamente derrotado, caiu de joelhos, os olhos cheios de lágrimas pela primeira vez em muitos anos. Ele não sabia se sobreviveria, mas soubera que, no fim, ele já tinha perdido.
E a guerra… a guerra jamais acabaria para ele.