Um Amor Proibido em Tempos de Guerra - Capítulo 8 - A Última Esperança
Capítulo 8: A Última Esperança
O céu estava nublado, uma cortina de cinza pairando sobre o campo de batalha, refletindo o vazio dentro de Noah. Seus ferimentos ainda não haviam cicatrizado completamente, mas ele já estava de pé, forçando seu corpo a continuar, como se isso fosse o único propósito que restasse. Ele não sabia mais se lutava por Leah, pela sua vida ou apenas por uma esperança que já não existia.
Os dias passaram em uma sucessão de batalhas e vitórias sangrentas, mas nenhuma delas parecia ter sentido. O sangue, o suor e a dor eram os únicos companheiros constantes de Noah enquanto ele seguia o exército, cada passo mais pesado que o anterior.
Uma noite, depois de mais uma batalha, enquanto o acampamento se preparava para o descanso, Noah se afastou para encontrar algum momento de paz. O som das conversas e risos dos outros soldados não o tocava mais. Ele caminhava sozinho sob o céu estrelado, tentando encontrar algum consolo nas estrelas, tentando encontrar Leah em sua mente, mas tudo parecia vazio.
Foi quando ele ouviu algo, uma voz distante. Ele se virou, o som familiar o chamando. Seu coração disparou.
No fundo do acampamento, Leah estava lá, parada entre as sombras das árvores, como se tivesse saído de seus pensamentos mais profundos. A visão dela fez o coração de Noah saltar em seu peito. Mas algo estava errado. Ela estava diferente. Seus olhos estavam marcados, como se a dor também tivesse feito morada em sua alma. Ela se aproximou lentamente, como se temesse ser vista.
— Leah… — Noah sussurrou, incapaz de acreditar em seus próprios olhos. Ele deu um passo à frente, hesitante, como se ela fosse uma ilusão.
Leah olhou para ele, os olhos azuis como o céu em um dia claro, mas havia uma tristeza profunda neles.
— Noah… — Ela falou, a voz trêmula. — Eu nunca pensei que te veria aqui, em meio a tudo isso…
Ele não sabia o que dizer. As palavras estavam presas em sua garganta, como se temesse quebrar o momento com algo inútil. Ela estava diante dele, mas tudo o que ele sentia era uma dor crescente, como se a cada segundo que passava, algo a separasse dele.
— O que aconteceu? — ele perguntou finalmente, sua voz rouca. — Como você… como conseguiu chegar até aqui?
Leah olhou para os soldados ao redor, nervosa. Ela se aproximou mais, tocando sua mão com delicadeza.
— Eu vim até você, Noah. Fui até onde meu coração me levou, apesar de tudo o que aconteceu. Meu pai… ele me forçou a aceitar o casamento com Alistair. Mas eu não o amo, nunca amei. Você é a única pessoa que eu pensei que poderia fazer o meu coração bater de verdade. Mas… — Ela olhou para baixo, lutando contra as lágrimas. — Mas não posso mais ficar aqui. Não posso mais viver em uma mentira.
Noah sentiu sua garganta se apertar, a dor e a alegria se misturando em uma única sensação avassaladora. Ele queria abraçá-la, dizer que tudo ficaria bem, que ele a protegeria. Mas a guerra não permitia que ele tivesse esse luxo. A realidade, tão cruel e implacável, estava diante deles.
— Leah, eu… eu não posso ficar. Estou preso à guerra. O destino que escolhi me levou até aqui, e eu não posso voltar atrás. — Ele tentou controlar a dor em sua voz, mas falhou.
Leah o encarou, os olhos cheios de lágrimas que ela não conseguiu segurar mais.
— Não podemos deixar que o destino decida tudo por nós, Noah. Não podemos deixar que a guerra destrua o que temos.
Mas ele sabia que não havia mais escolhas. A guerra, a perda, a dor… tudo havia mudado. O amor que ele sentia por Leah era a única coisa que permanecia, mas até esse amor parecia estar se desfazendo diante da realidade impiedosa.
Ele segurou o rosto dela em suas mãos, os dedos tremendo.
— Eu te amo, Leah. Mas não sei se sobreviveremos a isso. Não sei o que o amanhã nos reserva.
Leah fechou os olhos por um momento, como se estivesse tentando absorver cada palavra, cada sentimento. Quando os abriu novamente, a expressão dela estava serena, mas cheia de uma tristeza profunda.
— Eu sei, Noah. Eu sei. — Ela sussurrou, e então, com uma força inesperada, abraçou-o, seu corpo frágil apertando-o com todo o amor e dor que ela carregava.
Os dois ficaram ali por um longo momento, no silêncio da noite, sem palavras, apenas o som das batidas de seus corações e a certeza de que o tempo deles juntos estava se esgotando.
A guerra continuava a rugir ao redor deles, mas naquele instante, nada mais parecia importar. Eles estavam juntos, se encontrando pela última vez, no meio da escuridão.
Mas a guerra, implacável, estava apenas começando.