Um Amor Proibido em Tempos de Guerra - Capítulo 7 - O Som da Perda
Capítulo 7: O Som da Perda
O sol mal havia surgido no horizonte quando a guerra atingiu seu clímax. O campo de batalha, antes silencioso sob a escuridão da noite, agora se enchia de gritos e o estrondo das armas. O vento carregava o cheiro de ferro e terra, e os homens, cegos pela ira e pelo medo, lutavam como se a vida não tivesse mais valor.
Noah, sujo de sangue e exausto, ainda empunhava sua espada com um foco implacável. O rosto de Leah, sua lembrança mais preciosa, era o que o mantinha em pé. Cada golpe, cada passo, era dado com a esperança de que sua luta tivesse um propósito maior, algo além da carnificina ao seu redor.
Mas as batalhas são impiedosas, e o destino, mais cruel ainda.
Noah sentiu o impacto da lança antes de ouvir o grito. O sangue quente jorrou em sua face, e ele cambaleou para trás, sua visão embaçada. Ele caiu de joelhos no campo enlameado, a espada escorregando de sua mão, enquanto seu corpo gritava de dor.
Era uma dor diferente. Uma dor que não vinha apenas da ferida, mas do vazio que se abria dentro dele. Uma dor de saber que, mesmo que sobrevivesse, ele nunca seria o mesmo. Que seu amor por Leah já estava perdido, engolido pela guerra.
O céu escureceu à medida que os soldados continuavam a luta frenética. Noah foi arrastado para trás, inconsciente, e a batalha continuou sem ele. Não importava mais quem vencesse. Para Noah, a vitória já não tinha sentido.
Ele acordou em uma tenda improvisada, o som de passos e murmúrios baixos ao seu redor. Seu corpo estava envolto em bandagens, mas a dor persistia. Sentia o gosto de terra e sangue em sua boca e tentou se levantar, mas a fraqueza o impediu.
Um homem se aproximou. Noah reconheceu sua voz, uma voz familiar. Era Ethan.
— Você não morreu, imbecil. Eu esperava que você fosse o primeiro a cair. — Ethan disse, com um tom que misturava zombaria e desprezo.
Noah tentou responder, mas a dor fez sua garganta se fechar. Ethan observou sua expressão, como se avaliando algo que ele não queria entender.
— Você ainda acha que vai conseguir voltar para ela, não é? — Ethan continuou, se aproximando mais, com um olhar que Noah não sabia interpretar. — Leah… não está mais à sua espera. O Duque a entregou a outro homem. Ela está noiva de Alistair Vemont agora. Não há mais espaço para você, Noah. Não há mais caminho para o que você deseja.
As palavras de Ethan atingiram Noah como um golpe mortal. Ele tentou manter sua compostura, mas o mundo à sua volta parecia desmoronar. Leah… noiva de Alistair? Aquela notícia foi como um veneno amargo que se espalhou por suas veias.
— Isso é mentira! — Noah gritou, apesar da dor. — Ela nunca faria isso!
Ethan apenas riu.
— A realidade é mais dura do que seus sonhos, Noah. Ninguém escapa da vontade do Duque. E muito menos alguém como você.
As palavras de Ethan reverberaram em sua mente, mas havia algo mais. Noah sabia que, por mais que tentasse se convencer do contrário, não poderia voltar atrás. A guerra havia mudado tudo, e ele havia perdido mais do que uma batalha. Perdera a chance de ser feliz ao lado de Leah.
A dor que ele sentia não era apenas física. Era o peso do abandono, da impotência diante do destino que o cercava. Ele não sabia como, mas algo dentro dele ainda lutava. Algo que não podia ser apagado, não importa o quanto a realidade fosse cruel.
Enquanto a guerra continuava ao seu redor, Noah sabia que, mais do que nunca, ele estava sozinho. E Leah… ela agora era uma memória distante, perdida em um futuro que ele jamais alcançaria.
E, com isso, o som da perda começou a se instalar em sua alma.