Um Amor Proibido em Tempos de Guerra - Capítulo 6 - O Chamado da Guerra
Capítulo 6: O Chamado da Guerra
A notícia da convocação para a guerra se espalhou como fogo em campo seco. A vila de Aerden, que outrora parecia um lugar pacífico, agora se preparava para o caos. Os homens eram chamados para lutar pelo reino, mas ninguém sabia se voltariam. Nem Noah.
Ele havia sido levado para o campo de treinamento militar, um lugar sombrio e imponente, onde o som das espadas se cruzando e dos gritos de ordem ecoavam por todo o dia. Os soldados, que antes eram figuras distantes para ele, agora estavam ao seu redor, treinando sem cessar. Mas Noah, mesmo sendo um bom combatente, não conseguia se concentrar. Seu coração, sua mente, tudo estava longe. Só conseguia pensar em Leah, em seu sorriso, nas tardes furtivas em que estavam juntos.
O Duque de Westwood, por sua vez, havia partido para a capital, e Leah ficou sob o comando de sua madrasta, uma mulher dura e impiedosa. Ele soubera que a jovem estava sendo mantida em cativeiro, longe de todas as portas do mundo que ela queria explorar. E Noah sabia que, enquanto ele estava ali, lutando por uma causa que mal compreendia, Leah estava aprisionada em um palácio dourado, sem poder ver a luz do sol.
A noite antes de partir para o campo de batalha, Noah se deitou em sua cama rústica, tentando descansar, mas as imagens de Leah não o deixavam em paz. Ele sabia que estava indo para a guerra, mas o que mais o atormentava era a certeza de que nunca mais a veria novamente. Ela estava longe, muito longe, e ele estava prestes a ser lançado em um conflito sangrento que poderia tirar-lhe a vida.
O som das botas pesadas ao longe e o canto das corujas se misturavam à dor no peito de Noah. Ele não queria ir, não queria deixar Aerden, não queria deixar Leah. Mas a guerra não esperava, e o destino de todos estava agora entrelaçado com a espada que ele empunhava.
No dia seguinte, ao amanhecer, os soldados marcharam para o campo. Cada um com um destino incerto. As bandeiras do reino tremulavam ao vento, e o estandarte do Duque se destacava entre todos. Noah, com seu uniforme simples e sua espada improvisada, era apenas mais um entre os muitos. Mas em seu peito, o peso do amor por Leah parecia mais pesado que qualquer armadura.
A batalha foi um pesadelo. Os campos onde o sangue se misturava com a terra tornaram-se um reflexo da dor e do sofrimento que todos enfrentavam. Noah, sem hesitar, lutava com coragem, mas sua mente estava sempre em outro lugar. Seus inimigos caíam diante dele, mas a única coisa que ele via em seus olhos era o reflexo de Leah, implorando para que ele a salvasse.
Por dias, ele lutou sem parar. Os corpos caíam ao seu redor, amigos e inimigos, todos se tornando pó. Noah sentia o peso da espada em suas mãos, mas o que mais o consumia era a ideia de que poderia nunca mais ver a mulher que amava.
Na última noite antes da grande ofensiva, Noah se encontrou sozinho, perdido em seus pensamentos. Ele estava no campo de batalha, olhando para as estrelas, e foi então que uma figura se aproximou dele. Era Ethan, o amigo de infância, agora transformado em um soldado implacável. Seus olhos eram diferentes, cheios de algo que Noah não podia identificar.
— Você sabia que seria assim, não sabia? — disse Ethan, com um sorriso cruel. — A guerra é assim. Todos perdem. Você, ela, todos nós. Não há vencedores aqui, só mortos.
Noah o encarou, sua espada ainda firmemente em suas mãos.
— Eu só quero voltar para ela — disse Noah, sua voz baixa, mas cheia de determinação.
Ethan riu, um riso amargo que cortou o silêncio da noite.
— E você acha que vai conseguir isso? Todos que entraram neste jogo perderam. Não há amor em tempos de guerra. Só sangue.
Antes que Noah pudesse responder, Ethan se afastou, deixando-o sozinho com seus pensamentos. O peso das palavras de seu amigo ecoou em sua mente, mas algo dentro de Noah não cedeu. Ele não sabia como, mas ainda acreditava que haveria um futuro para ele e Leah. Mesmo que fosse um futuro distante e impossível, ele acreditava.
Mas a guerra, como sempre, tem seu próprio curso.
Amanheceu, e a ofensiva começou.