Um Amor Proibido em Tempos de Guerra - Capítulo 13 - Ecos de Sangue e Promessas
Capítulo 13: Ecos de Sangue e Promessas
O céu de Aerden estava coberto por um cinzento eterno, como se o próprio firmamento chorasse pela guerra que se avolumava no horizonte. Noah, agora parte integrante do exército real, percorria as fileiras de soldados, seu olhar endurecido por batalhas recentes e pelas perdas que começavam a pesar em seus ombros.
A carta de Leah estava dobrada dentro de seu peitoral, próxima ao coração, como uma prece silenciosa. “Volte para mim”, dizia o último trecho, e era essa lembrança que mantinha Noah de pé, quando tudo ao redor parecia desmoronar.
A primeira escaramuça se deu em um vale cercado por colinas. O inimigo, traiçoeiro e sagaz, emboscou os homens de Aerden sob uma chuva de flechas. Noah liderou seu pelotão com uma ferocidade que surpreendeu até mesmo os veteranos. Sua lâmina, forjada pelas próprias mãos anos atrás, agora tingia-se do vermelho da guerra.
Os dias se transformaram em semanas. Cada amanhecer era uma nova provação, cada pôr do sol uma vitória amarga. As conversas nas barracas eram sussurros sobre amigos que nunca mais voltaram, sobre o frio que se infiltrava na alma, sobre a fome que roía mais do que apenas o estômago.
Em meio a essa desolação, Noah encontrou companheiros inseparáveis: Gareth, um arqueiro de riso fácil e olhos tristes; e Mira, uma curandeira jovem cujas mãos gentis escondiam uma coragem feroz. Juntos, formavam um trio improvável, sustentando um ao outro em meio ao caos.
Uma noite, enquanto as estrelas brilhavam indiferentes lá em cima, Gareth falou sobre voltar para casa, sobre reconstruir, sobre pedir Mira em casamento. Noah sorriu, uma sombra de alegria cruzando seu rosto, mas seu coração doía. Tudo que ele queria era retornar para Leah, vê-la sorrir novamente, sentir sua mão na sua.
O destino, porém, tinha planos cruéis.
Na véspera de uma grande ofensiva, o general convocou Noah para uma missão especial: liderar um destacamento que deveria interceptar a linha de suprimentos inimiga. Era uma missão suicida, e todos sabiam disso. Mas sem esses suprimentos, Aerden teria uma chance.
Noah aceitou sem hesitar.
Antes de partir, escreveu uma carta para Leah. Palavras simples, mas carregadas de toda a intensidade que suas lágrimas silenciosas não podiam expressar.
“Minha estrela,
Se eu não voltar, saiba que cada batida do meu coração foi por você. Cada espada levantada, cada passo dado, foi para proteger o mundo onde seu sorriso ainda pode existir.
Teu para sempre,
Noah.”
A missão foi um massacre. A floresta onde o destacamento se embrenhou parecia viva com a morte: flechas cortavam o ar, lanças surgiam da névoa. Gareth tombou primeiro, uma flecha perfurando seu peito antes que pudesse reagir. Mira lutou como uma leoa, mas caiu cercada.
Noah, ferido mas inabalável, avançou sozinho.
Chegou até o carro principal de suprimentos, incendiando-o com suas últimas forças. Quando os soldados inimigos o cercaram, ele não resistiu. Em seus olhos, não havia medo — apenas uma aceitação silenciosa.
Com a explosão das provisões ao fundo, Noah caiu de joelhos, encarando o céu cinzento que lentamente se tornava negro.
Seus últimos pensamentos foram para Leah. Seu sorriso. Sua rosa branca.
O eco de seu amor proibido reverberaria para sempre nos campos ensanguentados de Aerden.
Ele tombou com um sorriso triste nos lábios.
E a guerra, impiedosa, seguiu seu curso, alheia à perda de um coração que bateu apenas por amor