O Gatinho que Chora Todas as Noites - Capítulo 10
O tecido úmido grudou no clitóris enquanto ela se movia intensamente, tomada por uma onda de emoções fortes, Katie balançou a cabeça, lutando para recuperar o controle diante do prazer insuportável.
— Ahh! Ah! Aahh!
— Você vai se machucar se continuar assim, Katie.
Helion umedeceu os lábios secos com a língua enquanto falava. No entanto, mesmo dizendo isso, ele não retirou a mão.
Por fim, Katie atingiu um orgasmo intenso, seus olhos fixos nos dele.
— Ah…!
Como se uma explosão tivesse ocorrido dentro do seu corpo, uma onda intensa percorreu sua espinha, atingiu sua mente, e sua visão ficou completamente em branco.
Katie irrompeu em lágrimas diante do prazer extremo que experimentava pela primeira vez em sua vida.
Por fim, o mundo que antes era apenas branco começou lentamente a recuperar suas cores originais.
Ela ofegou como se tivesse corrido uma maratona, seu corpo completamente mole. A cama parecia engoli-la, trazendo uma sensação aterrorizante de exaustão.
Só então Helion soltou a mão que segurava seu rosto.
— Muito bem, gatinha.
O toque dele, enxugando os cantos dos olhos manchados de lágrimas como se ela tivesse sofrido muito, era surpreendentemente delicado e reconfortante. O corpo de Katie ainda tremia, carregado de emoções não totalmente dissipadas. Helion deu uma risadinha suave, aparentemente divertindo com seu estado, e tocou levemente sua barriga, que estremecia com um espasmo.
Era um toque como uma canção de ninar, capaz de acalmar uma criança. Katie piscou, seus cílios pesados encharcados de lágrimas.
— Eu… eu preciso ir… para o dormitório.
— Depois de todo o “serviço” que acabei de prestar, é isso que você diz? Não precisa ficar tão desconfiada. Apenas descanse um pouco.
— Não. Preciso ir agora…
Seus lábios murmurantes lentamente relaxaram. Katie sabia instintivamente que seu corpo havia atingido o limite.
Tudo isso por causa do cio. Apesar de tomar o remédio no dia anterior, seu estômago se revirava, impedindo que dormisse direito. Além disso, havia enfrentado o grupo de Arnin e depois suportado os estranhos atos aos quais Helion a submetera, coisas que ela nem sequer conseguia definir.
‘Não devo dormir aqui. Adormecer diante de um inimigo é um erro fatal que até um filhote não cometeria…’
Mas seus pensamentos não conseguiram continuar. Ao ritmo das batidinhas em sua barriga, Katie deslizou para um sono profundo, como se alguém a tivesse nocauteado.
O calor intenso, que parecia consumir seu corpo, dava lugar a um sono profundo e doce.
🌸🌸🌸🌸
O sonho que Katie tinha era sempre o mesmo.
‘Se eu tivesse deixado aquele garoto morrer naquele dia, a guerra nunca teria acontecido?’
Essa pergunta insistente em seu coração sempre a levava de volta à época em que tinha oito anos.
No sonho, ela virava as costas para o pequeno Helion ameaçado e passava por ele. Logo depois, Helion foi morto por um cavaleiro do próprio império.
“O Primeiro Príncipe, enviado ao Reino, foi assassinado! Isto é uma declaração de guerra do Reino contra o Império!”
O Império rugiu de fúria, mas como se tratava do assassinato de um membro da realeza, a investigação foi minuciosa.
O final foi feliz para o seu povo: ficou claro que Helion havia sido morto por alguém do próprio Império, liberando o Reino da responsabilidade da guerra.
No entanto, mesmo neste sonho, Katie não conseguia se sentir feliz. Os olhos dourados, desprovidos de vida, a atormentava incansavelmente com seu ressentimento.
[Por que você não me salvou?]
Os olhos do Helion morto a seguiam até o fim do sonho, e uma palavra repetida incessantemente enviava arrepios por todo o seu corpo.
[Por quê? Por quê? Por quê?]
‘Não. Pare. Se eu te salvasse, incontáveis pessoas morreriam.’
[Por que você me deixou morrer?]
‘Você é quem me traiu! Eu salvei sua vida, e você foi para o Império e ficou calado!’
Mesmo no sonho que ela mesma criou, Katie não conseguia perdoar Helion. Ele sabia quem o havia ameaçado, ainda assim não corrigiu o erro. Um mentiroso. Manipulador que usou sua boa vontade por razões políticas. Um assassino que levou incontáveis pessoas à morte.
Mas neste sonho, para este Helion, ela era a assassina que o deixou morrer.
Seus olhos dourados ficavam cada vez mais sombrios. O pequeno corpo da criança parecia crescer, até assumir a forma de um adulto, muito mais alto que ela.
[Por que você virou as costas para mim, gatinha?]
A mão do homem se estendeu e agarrou seu pescoço. Katie engasgou, lutando desesperadamente contra o medo da morte. Mas a mão apenas apertou mais forte em torno de sua garganta.
Naquele instante, Katie acordou do sonho.
— Hah—!
COF COF
A respiração bloqueada irrompeu, seguida por tosses violentas. Katie ofegou e estremeceu por um longo momento.
— Droga, de novo…
Passou a mão pelo pescoço encharcado de suor. Tinha parado por um tempo, mas o sonho havia voltado. Era um pesadelo horrível: se ela salvasse aquele garotinho, a guerra eclodiria, se não o fizesse, seria cúmplice de um assassinato. Não importava a escolha, ela estava condenada a ser pecadora.
Se ao menos ela não tivesse saído naquela noite. Se nunca tivesse encontrado aquele garoto.
Mas de que adiantava o arrependimento agora? Ela o conheceu naquele dia, e esse fato persistia como um pesadelo, ainda a atormentando.
Um pesadelo. Um horror monstruoso e absurdo onde Helion que merecia seu ressentimento, em vez disso a culpava…
— Espere. Quando foi que eu adormeci?
Com o pensamento repentino, ela arregalou os olhos de repente.
Helion havia colocado a mão em sua calça, e então—
— Droga! Por que eu fiz aquilo?
Ela puxou o cabelo emaranhado o mais forte que pôde. Ela sabia o porquê. Cada ação de ontem foi por causa do cio, e da influência de seus hormônios.
Mesmo assim… como ela pôde ter gemido e gozado daquele jeito diante do inimigo?!
Se a Katie de ontem estivesse na sua frente agora, ela sentia que a estrangularia só para fazê-la voltar a razão, exatamente como no sonho.
— Você está louca. Perdeu completamente o juízo, Katie!?
Se contorceu de vergonha, sofrendo com isso por um longo tempo. Só depois que um punhado de cabelo se soltou em sua mão é que ela voltou finalmente a si.
Pensando bem, como havia voltado para o dormitório? O lugar onde acordou hoje era seu quarto habitual, onde ela sempre abria os olhos. Pelo menos, foi um alívio não ter acordado no quarto daquele bastardo.
— Claro. Ele não me deixaria dormir lá.
O que aconteceu depois de desmaiar era óbvio: Helion provavelmente ordenou que alguém a levasse embora. Não havia razão para que uma mulher, que nem era sua noiva, passasse a noite no quarto do Príncipe Herdeiro após um único incidente.
Além disso, Katie nem mesmo tinha feito aquilo com ele de verdade. Tudo o que fizeram foi aquele ato bizarro e obsceno, só de pensar nisso sua pele formigava.
Havia uma razão para ela estar tão aborrecida com o que aconteceu ontem.
No mundo dos homens-feras, não havia algo como preliminares humanas. Durante o acasalamento, o corpo se preparava naturalmente, e tudo que restava era cumprir o instinto, como animais. Para Katie, Helion era uma completa anomalia. De certa forma, até mais pervertido que Damien.
Mas não importa. Ela provavelmente nunca o veria de novo.
Todo esse incidente foi apenas um contratempo causado pela artimanha de Arnin. Se ficasse quieta por um tempo, Helion esqueceria completamente da cavaleira que esteve em seu quarto.
No entanto, menos de meio-dia depois, Katie percebeu quão errada estava.
— … O quê? Para onde disse que fui designada?
Seus olhos se arregalaram em descrença. Havia acabado de retornar ao Palácio do Amanhecer após o treinamento matinal, mas antes mesmo de iniciar seu turno, Cheche bloqueou seu caminho.
Coçando a cabeça, Cheche, que veio buscá-la, parecia apologético.
— Você foi transferida para o Palácio do Crepúsculo. Desculpe pelo aviso repentino, Tenente. Sei que não é fácil mudar de posto da noite para o dia, mas a partir de hoje, você deve se apresentar lá.
— Desde quando as coisas funcionam assim? É por causa do que aconteceu ontem? Estou sendo rebaixada?
Katie ficou pasma. Arnin quem causou o incidente, e agora ela enfrentava ação disciplinar? Sabia que sua família tinha influência, mas isso era injusto!
— Rebaixada? Na verdade, é quase uma promoção.
— Que absurdo…!
Ela ia retrucar, mas rapidamente se calou. Conhecida por falar o que pensava, Katie ainda não era louca de desrespeitar o Capitão da Guarda do Palácio do Crepúsculo.
Porém, Cheche, parecia entender o que ela queria dizer.
— Entendo por que você quer ficar aqui, com Sua Alteza Damian sendo o provável herdeiro ao trono. Não há razão para um cavaleiro não ter ambições.
— … Peço desculpas. Não foi minha intenção ofender Sua Alteza Helion.
— Tudo bem. Já é de conhecimento público que Sua Alteza caiu em desgraça diante de Sua Majestade. Mas quero que entenda, isso é praticamente uma promoção. A partir de hoje, Tenente Katie, você servirá como guarda pessoal de Sua Alteza.
— Como é?
Continua…
Tradução: Elisa Erzet