O Marido Malvado - Capítulo 90
Cesare beliscou sua bochecha de forma brincalhona enquanto falava. Eileen explicou rapidamente que estava um pouco nervosa porque fazia muito tempo desde o último encontro deles. Após uma explicação detalhada, o mal-entendido foi finalmente resolvido, e eles puderam tomar chá juntos.
Se acomodaram na mesa externa favorita de Eileen no Jardim do Palácio Imperial, tomando chá e conversando. Na companhia de Cesare, Eileen podia esquecer momentaneamente suas dívidas e os pais. Conforme seu agradável tempo juntos chegava ao fim, Cesare sugeriu casualmente:
“Fazer e vender remédios não seria uma má ideia.”
Para Eileen, que vinha lutando para encontrar uma maneira de ganhar dinheiro, esse conselho foi inestimável. Quando ela expressou dúvida sobre sua capacidade de seguir esse caminho sem completar seus estudos universitários, Cesare a tranquilizou, elogiando sua inteligência e expressando que nunca tinha conhecido alguém tão inteligente quanto ela.
Antes de se despedirem, Cesare presenteou Eileen com um buquê de lírios. Quando ela chegou em casa com o braço cheio de flores brancas como a neve, arrumou-as lindamente em um vaso. A casa, antes sombria, clareou com o buquê vibrante.
Embora fosse apenas um arranjo simples, a atmosfera escura que envolvia sua casa de tijolos pareceu se dissipar. Até as nuvens pesadas que pressionavam seu coração começaram a desaparecer.
Após contemplar o buquê por um longo tempo, Eileen reuniu sua determinação. Decidiu seguir o conselho de Cesare e tentar fazer medicamentos.
‘É tudo graças a ele.’
Enquanto refletia sobre o passado, Eileen voltou ao presente, focando em Cesare, o homem que havia influenciado significativamente sua vida.
Seu coração apertou, e ela respirou fundo. Uma tempestade de emoções não ditas fervilhava dentro dela. Repetidamente, lembrou a si mesma para não confessar seus sentimentos de forma tola ou ultrapassar qualquer limite.
‘Quero ser alguém útil para ele’, — resolveu silenciosamente antes de falar.
— Observando você hoje, pensei que deveria me esforçar mais também, como o senhor Luc— aah.
Logo quando ela estava terminando a frase, Cesare a beijou novamente. O beijo súbito a pegou de surpresa, e ela ofegou. Foi apenas quando seus lábios estavam inchados de seus beijos que Eileen percebeu:
‘Será que ele não gosta de ouvir sobre o senhor Lucio?’
Insegura sobre a razão por trás da reação de Cesare, Eileen decidiu evitar mencionar Lucio dali em diante. Cesare finalmente se afastou do beijo.
‘Estou ficando um pouco melhor em entender o clima?’
Satisfeita porque a situação havia se desenrolado como ela esperava, Eileen não conseguiu esconder um leve sentimento de orgulho. Cesare, percebendo seus sentimentos, deu um sorrisinho sutil, que ela não notou.
Ele passou gentilmente a língua em seus lábios inchados e sugeriu que ela jantasse com os professores naquela noite, explicando que tinha assuntos pendentes e não poderia se juntar a eles.
Como resultado, Eileen se viu jantando com os professores e Lucio. Glenda e Elio, que secretamente esperavam ver Cesare novamente, ficaram um pouco desapontados, mas também aliviados.
‘Jantar com Sua Graça, o Arquiduque, é realmente uma experiência de deixar qualquer um embaraçado.’
Eileen entendeu completamente seus sentimentos.
Após o jantar, ela os guiou por um passeio na propriedade do Arquiduque. Passaram por seu laboratório, mas Eileen não os mostrou, explicando que ainda estava desorganizado.
Mais tarde, eles discutiram a comercialização dos analgésicos, e Eileen decidiu ir para a cama cedo. Ao se acomodar em seu quarto sozinha, sem Cesare, sentiu uma pontada de solidão ao fechar os olhos.
Ela achava que o dia havia terminado pacificamente, até o começo da manhã, quando o sol ainda não havia nascido.
🌸🌸🌸
No silêncio profundo da madrugada, quando todos dormiam profundamente, a porta do laboratório, que deveria estar bem trancada, rangeu ao se abrir. Um homem, se movendo como uma sombra, entrou sorrateiramente, seus olhos examinando cuidadosamente o ambiente.
A primeira coisa que ele procurou foi o diário de pesquisa de Eileen. Folheando as páginas rapidamente, examinou a caligrafia meticulosa e as anotações cuidadosamente organizadas. Sua respiração ficou irregular.
Enquanto seus dedos tocavam a escrita, o homem segurou o diário com força, seus olhos vidrados enquanto percorriam o laboratório. Ele focou nos equipamentos, cada item marcado pelo toque de sua dona. Começou a manusear cada ferramenta, uma por uma, até encontrar um lenço dobrado ordenadamente na mesa.
Agarrou o lenço e o pressionou contra o rosto, esfregando-o com força na pele. Seu peito arfava com respirações rápidas e ofegantes.
— Aah, aah… porra…
Resmungando palavrões, ele pressionou com mais força o tecido no rosto, as mãos tremendo enquanto desabotoava o cinto apressadamente com a outra. O som metálico ecoou quando seu pênis ereto saltou para fora. Soltando um rosnado animalesco, o homem começou a se masturbar agressivamente.
Conforme o pré-sêmen escorria da cabeça do pau, os gemidos reverberaram no laboratório silencioso.
Pouco antes de atingir o orgasmo, ele gemeu um nome em voz rouca:
— Eileen…!
Sêmen pegajoso cobriu sua mão enquanto ele ofegava, tentando recuperar o fôlego. Lucio ligou uma torneira num canto do laboratório e lavou o esperma da mão.
Parte dele queria marcar tudo o que Eileen usava, sua cadeira, suas luvas, ferramentas do laboratório. Mas sabia que não podia agir de forma imprudente. Diferente do passado, ela havia se tornado alguém muito além do seu alcance.
Lucio cerrou os dentes, a mandíbula tremendo brevemente, como se o orgasmo não fosse capaz de apagar a dor atormentadora em seu peito.
Ele tinha mudado a aparência, sua personalidade, tudo. Não seria exagero dizer que sua vida inteira havia sido virada de cabeça para baixo. E tudo por causa de Eileen.
Após ser expulso da universidade, trabalhou incansavelmente para voltar ao lado dela. Jurou se tornar um homem de quem ela não teria vergonha e alcançar um status que até mesmo o Arquiduque Erzet aprovaria.
Quando Lucio ouviu rumores de que o Arquiduque estava partindo para a guerra, desejou a morte do homem. Sem alguém para protegê-la, seria mais fácil reivindicar Eileen para si. Mas a sorte não estava do seu lado.
Decepcionado, porém, obstinado, Lucio permaneceu confiante de que mesmo o Arquiduque agora o veria como um pretendente adequado para Eileen. Afinal, ela era apenas a filha de um simples barão. Certamente, o homem o consideraria um partido aceitável. Assim, Lucio esperou por outra oportunidade para contatar Eileen. Mas então, a notícia estourou: ela iria se casar com o Arquiduque Erzet.
Para Lucio, foi como ser atingido por um raio. O homem que outrora fingira que Eileen era sua “filha” era apenas mais um tolo que a cobiçava. Apesar de todas as mudanças que fez, Eileen havia se afastado ainda mais de seu alcance.
A inferioridade que sentia em relação a alguém intocável apenas se aprofundou quando a encontrou novamente. Até mesmo no campo acadêmico que antes se destacava, Eileen o havia superado. Pensar que a farmacêutica por trás daquele medicamento para dor de cabeça tão elogiado era a própria Eileen…
Lucio havia experimentado os efeitos do analgésico que Glenda e Elio elogiavam tanto. Não apenas aliviava dor, mas também reduzia febre e inflamação, tornando-se um medicamento notavelmente versátil. Se comercializado, Eileen ganharia prestígio significativo como pesquisadora.
A ideia dela alcançar tal reconhecimento era insuportável para ele. Se não pudesse tê-la, queria que ela caísse pelo menos a um nível abaixo do seu.
‘É isso.’
Apertando o diário de pesquisa de Eileen até amassar, Lucio pensou no nobre que deu suas ordens. ‘Estudando opiáceos… quanta audácia.’
Enfiando o diário e o lenço no casaco, Lucio retornou silenciosamente ao quarto de hóspedes que Eileen havia designado. Ele abriu a porta com cuidado, garantindo que não fizesse barulho, e entrou.
No momento em que fechou a porta e suspirou de alívio, um estrondo alto ecoou pelo quarto. Apesar da cautela, Lucio havia acidentalmente esbarrado na porta. Não havia tempo para se preocupar com o barulho. Apoiado contra a porta, seus olhos se arregalaram ao ver a cena diante dele.
O quarto de hóspedes, que deveria estar vazio, já tinha um ocupante. Sentado tranquilamente em uma poltrona perto da janela, banhado pelo luar, estava ninguém menos que o próprio Arquiduque Erzet.
Os olhos carmesim do homem se fixaram em Lucio com um ar de tédio distante. Ele tinha uma arma sobre coха e falou com uma voz lenta e deliberada:
— Lucio Zaetani.
Ao ouvir seu nome, Lucio caiu de joelhos sem pensar. Suor frio escorria pelo seu rosto, encharcando suas roupas quase instantaneamente.
— Vo-Vossa Graça…
Sua voz saiu estrangulada, mal audível. O Arquiduque brincou levemente com a arma, o som de engatilhar preenchendo o quarto. Sua voz, embora elegante, carregava um tom de desprezo.
— Fede a merda aqui, não é mesmo?
(Elisa: Webtoon também feito por mim disponível na Nocturne)
Continua…
Tradução: Elisa Erzet
Fernanda
Haaaaaaaaaa querooooo mais por favor, obrigada pelo capítulo.❤️🙏