No c* da Cobra - Capítulo 33
Sua boca foi devastada. A língua do homem, revestindo densamente seu interior sensível, enredou-se com a dela. A cada lambida e chupada, uma sensação eletrizante e excitante florescia. A saliva se misturava, produzindo sons obscenos ao deslizar por sua garganta. O sabor adstringente se transformou em algo doce.
‘… Doce.’
No instante em que registrou a doçura, como um suco explodindo em sua boca, a cabeça de Hilde girou.
Suas forças se esvaíram, seu corpo amolecendo no fácil abraço de Benedict.
— Você resistiu por bastante tempo.
Benedict lançou um olhar à janela, agora envolta pela escuridão, e então voltou os olhos para o rosto adormecido de Hilde.
— O sonífero deveria ter feito efeito há muito.
Ele estava bastante surpreso por ela ter permanecido consciente por tanto tempo. Devia ter lutado contra isso com pura força de vontade.
— Foi… diferente, Coelhinha. — Ele a deitou na cama e pressionou suavemente o polegar contra seus lábios inchados. Era a primeira vez que provava os lábios da mulher enquanto ela estava acordada. Esperava que movimentos e reações desnecessárias fossem um empecilho, mas não foi assim tão ruim.
— Não, na verdade… foi até excitante. — Suas bochechas coradas, os sons doces de seus gemidos, seu corpo se contorcendo, tudo nela o agradava. — Então esteja preparada — Benedict sussurrou, amarrando novamente a fita frouxa em seu pescoço. — Porque eu gosto de você.
🌸🌸🌸
Naquela noite, Hilde sonhou com Sasha.
Fazia tanto tempo, e mesmo sabendo que era um sonho, ela ficou feliz.
Assim como quando eram pequenas, deram as mãos e foram a um prado, tecendo trevos em pulseiras bonitas. Hilde amarrou uma no pulso da irmã.
Sasha sorriu radiante. Hilde amava tanto seu sorriso brilhante que também sorriu.
Ela não queria acordar. Se sua irmã a permitisse, ela queria ficar ali para sempre. Não queria voltar a um mundo onde ninguém a queria, um mundo que só lhe trazia dor.
‘Na verdade, Sasha… eu rezo todos os dias.’
‘Para não acordar de manhã.’
‘Eu queria apenas… dormir para sempre, como se estivesse morta.’
Mas contrariando seus desejos, Sasha falou, como se a lembrasse da realidade.
‘Irmã, é hora de ir.’
Assim que ouviu essas palavras, inúmeras dores a atingiram de uma só vez.
Seu coração doía, e seu corpo também. Ombros, braços, pernas, pescoço — não havia uma única parte de si que não doesse.
Seu corpo inteiro latejava como se tivesse sido esfaqueado, cortado e espancado. Era como se tivesse engolido uma bola de fogo.
‘Não quero ir, Sasha.’
‘Estou com tanta dor.’
Hilde choramingou, mostrando seu corpo ensanguentado à irmã.
‘Olhe para mim, Sasha. Fizeram isso comigo. Se eu voltar, vou apenas experimentar a mesma dor de novo.’
Então, um pensamento estranho lhe ocorreu.
‘Mas por que meu corpo está assim…?’
‘Como me machuquei tão gravemente?’
Hilde procurou pelas memórias que estavam obscurecidas, pintadas de preto. Enquanto o fazia, sua irmã a apressava.
‘Temos que ir. Não há tempo.’
‘Espere, Sasha, vou me lembrar logo. Então…’
‘Você ainda tem uma longa vida pela frente, Irmã. “Aquela pessoa” não vai desistir de você.’
‘Aquela pessoa?’
Hilde levantou a cabeça para as palavras desconhecidas.
Algo cintilava à beira de sua memória, logo além do alcance. Mas toda vez que estava prestes a alcançá-lo, algo a bloqueava.
‘Sasha—’
De repente, uma luz ofuscante irrompeu.
Sentindo a separação inevitável, Hilde desatou a chorar. Mas sua irmã insensível apenas sorriu e acenou.
O corpo de Hilde foi envolvido por uma luz dourada e quente.
E, quando despertou novamente, não se lembrava de nada.
No início da manhã, Greta veio vê-la.
— Sua Graça te deu permissão para caminhar nos jardins internos a partir de hoje.
Os olhos de Hilde se arregalaram.
— No entanto, deve ser em um horário designado, e você não pode ir sozinha. Enviarei alguém uma vez por dia.
Enquanto Hilde olhava, pasma Greta entregou uma pequena bolsa. Era tão leve, parecia quase sem peso. Ela a manuseou, e um som suave de farfalhar veio de dentro.
— O que é isso…?
Em vez de responder, Greta olhou fixamente para seus lábios. Sentindo seu olhar, Hilde baixou a cabeça, envergonhada. As atenções dele no dia anterior deixaram seus lábios visivelmente inchados.
Constrangida, ela mexeu no cordão da bolsa. Então veio a resposta simples de Greta.
— É chá contraceptivo.
Hilde se sobressaltou, levantando a cabeça. Seus olhos arregalados tremiam.
Greta, impassível, explicou em seu tom calmo de sempre:
— Deixe em infusão em água fervente todas as noites e beba. Isso vai ajudar.
— Eu, eu…
— Certamente você não acha que Sua Graça a trouxe aqui para um serviço comum?
Os lábios de Hilde se separaram, depois se fecharam sem emitir som. Ela sabia. Mesmo que não tenha percebido antes, certamente entendeu depois da noite passada. Havia sentido o desejo explícito do homem em todo o seu ser.
O tom de Greta ficou frio.
— Acontece frequentemente. Escravas de cama engravidando de seus mestres. Mas raramente termina bem. Mesmo que uma criança nasça, a maioria não sobrevive. Nem a mãe, nem o filho.
Os olhos de Hilde tremeram de choque.
— Se você alimentar fantasias tolas, só encontrará um fim trágico. Entende?
Hilde mordeu o lábio e assentiu. Sua mão se apertou ao redor da bolsinha.
— Trarei mais chá contraceptivo regularmente, mas se acabar antes disso, me avise.
— Sim.
Hilde assentiu novamente, e Greta, aparentemente terminando, virou-se para sair. Mas pouco antes de abrir a porta, olhou para trás.
— Se você não ultrapassar seus limites, pode ficar aqui por muito tempo.
Hilde permaneceu aturdida por um momento, então afrouxou o cordão da bolsa. Um aroma forte e pungente emanou da abertura. Diferente do chá que sentira no dia anterior, aquele cheiro era acre e picante.
Se levantou silenciosamente e ferveu água. Pegando o bule e a xícara de chá que usava para treinar, preparou o chá como havia sido ensinada. O aroma potente encheu o ar.
O chá, depois de servido, tinha uma cor particularmente profunda, um vermelho escuro e turvo que parecia veneno.
Hilde hesitou, então levou a xícara aos lábios. Engoliu. Instantaneamente, um ardor picante, semelhante ao alho, espalhou-se por sua boca e garganta abaixo.
Forçando-se a esvaziar a xícara, Hilde percebeu que o chá que ele lhe dera na noite passada tinha sido realmente… doce.
🌸🌸🌸
Alguns dias depois, um informante da capital chegou secretamente à propriedade do Arquiduque.
Benedict, encostado à janela com os braços cruzados, lançou um olhar para reconhecer o subordinado ajoelhado.
— Monstros atacaram o Palácio Imperial no meio da noite. Até os aposentos do Imperador foram atacados, causando grande alvoroço.
Era a notícia que ele esperava. Um leve sorriso tocou os lábios de Benedict.
— Corre o rumor de que um monstro realmente entrou no quarto do Imperador, e ele fugiu praticamente nu.
— É quase uma pena ter perdido um espetáculo tão divertido.
A expressão de Benedict era sincera. Ele particularmente lamentava que o monstro não tivesse conseguido arrancar pelo menos um dos braços do Imperador.
— Bom trabalho. Vá descansar.
Depois que o informante saiu, Benedict se virou para Moritz, que guardava a porta.
— Comparado aos pecados que nosso Imperador cometeu, isso é um preço pequeno a pagar.
Seu tom estava impregnado de escárnio. Moritz ecoou o sentimento de seu mestre.
— Ele não teria sonhado em ser atacado pessoalmente.
— Tolo e ingênuo.
O Imperador havia ignorado um fato. Embora a maioria dos monstros do Império se originasse das Montanhas Cinzentas, perto do arquiducado, nem todos residiam ali. Em outras palavras, também havia monstros na capital, embora em pequeno número e raramente se manifestassem.
Na verdade, existia um ninho de monstros consideravelmente grande na floresta diretamente conectada aos campos de caça atrás do Palácio Imperial. A razão de ninguém saber disso era porque Benedict vinha controlando seu crescimento com um supressor. Ele retirou o supressor do ninho e o substituiu por um estimulante. Isso já era retaliação suficiente.
— É justo devolver aquilo que se recebe.
— De fato, e ainda mais, Vossa Alteza.
Continua…
Tradução: Elisa Erzet