No c* da Cobra - Capítulo 30
Percebendo seu olhar, ela empurrou seu peito freneticamente, mas ele não se moveu. Memórias das noites anteriores do desejo que ele havia saciado enquanto ela dormia, inundaram sua mente. Seus olhos dourados transbordaram tesão.
— Excitada o suficiente para endurecer seus mamilos.
— Hngh…
A vergonha inundou seu rosto, pintando-o de um vermelho vibrante. Uma onda incontrolável de possessividade percorreu o ser do homem.
— Quer que eu os toque para você?
Ela só conseguiu balançar a cabeça freneticamente, as orelhas queimando em carmesim como maçãs maduras. Ele imaginou mordê-las, saboreando sua doçura.
— Fingir inocência é tedioso. Na primeira vez que nos encontramos, você estava prestes a ser tomada por outro homem, não estava?
— Is-Isso não foi… eu não queria…
Lágrimas se acumularam em seus olhos, a voz embargada pelo choro contido. Ela provavelmente não percebia que sua vulnerabilidade apenas alimentava ainda mais o desejo dele de conquistá-la e possuí-la.
Sim, Benedict admitiu para si mesmo. Ele desejava essa mulher. Talvez desde o momento em que decidira escravizá-la. Ou talvez ainda antes, quando a viu lutando debaixo daquele rei gordo e imundo, um porco. Deveria ser ele a esmagá-la, a rasgar suas roupas e revelar sua nudez, a ouvir seus gritos aterrorizados e seus lindos gemidos, a saborear suas doces lágrimas.
As coisas que antes não compreendia agora estavam cristalinas. Sentia uma imensa satisfação com a decisão de tê-la escravizado, de trazê-la para seus aposentos. Uma mulher que não podia desafiá-lo, completamente presa às suas correntes, sua escrava de quarto.
— Tenho certeza de que não quis, — murmurou Benedict, acariciando gentilmente a pele ruborizada sob seus olhos. — Mas se você teve esse tipo de experiência, não deveria ter previsto isso e se preparado? — Sua coxa grossa e dura pressionou entre suas pernas, separando-as. — Para se abrir e me receber sempre que seu mestre desejar?
— Aah.
Ele friccionou a coxa contra sua vagina sensível, o tecido fino de sua saia e da calcinha não oferecendo barreira. Ela tentou fechar as pernas, mas isso só intensificou o atrito. Sua respiração falhou, ficando mais quente. Seu corpo contorcido e rosto corado denunciavam o prazer que ela não conseguia esconder.
— Mestre… Ah!
Ele observou, absorvendo cada nuance de sua reação enquanto ela se contorcia e gemia, indefesa contra a maré crescente de sensações. Logo, uma umidade pegajosa surgiu, tornando seus movimentos ainda mais suaves. Seus lábios se apertaram em uma linha satisfeita. Ele pressionou com mais força, esfregando contra o clitóris. Seu pescoço corou, e ela suplicou:
— P-Pare, é estranho, Mestre… hmm, Mestre… Aah!
— Estranho? — Ele capturou seus pulsos, prendendo-os atrás de suas costas como se a estivesse amarrando. — É bom, não é? Ele a puniu com outra fricção forte.
— Ah!
Um gemido suave escapou de seus lábios quando sua cabeça tombou para trás. Suas pernas tremiam contra a coxa dele como as de um cervo recém-nascido. Ele sorriu, sentindo a umidade contra a própria pele.
— Escrava.
— A-Aaah…
Ela ofegou, seus olhos cor de pêssego vidrados pelo rescaldo de um orgasmo superficial.
— O que você fará se perder o controle com apenas isso?
Benedict a puxou para seus braços, alisando gentilmente o cabelo que caíra em torno de sua orelha. Seus lábios se entreabriram levemente com seu toque terno. Ele aproveitou a oportunidade, apertando mais sua cintura.
— Mm…
Quando o ombro esquerdo roçou em seus seios, um gemido baixo escapou de seus lábios. A expressão de Benedict se tornou assustadora. Ele se afastou, sua voz um rosnado gutural.
— Considere-se com sorte. — A ternura em seus olhos dourados desapareceu, substituída por uma frieza glacial. — Se ousar me testar de novo com suas tentativas patéticas de servir, farei coisas muito piores com você a noite toda.
Ele a soltou. Seu pequeno corpo balançou e depois deslizou até o chão. Ela se apoiou com as mãos, olhando para ele.
— Saia, — disse Benedict, virando as costas, mas lançando um olhar furioso por cima do ombro. — A menos que queira abrir as pernas e ser tomada bem aqui, agora mesmo.
O rosto de Hilde empalideceu. Suas pernas trêmulas mal a sustentavam enquanto se levantava e cambaleava para fora do banheiro.
Benedict, agora sozinho, deu uma risada suave, depois explodiu em gargalhadas. Era como se nada pudesse ser mais divertido. Subitamente, um palavrão áspero rasgou sua garganta. — Porra. Ele passou a mão pelos cabelos molhados, sua mandíbula cerrada.
— Descarada insolente.
A calça molhada pressionava contra ele. Ela o havia seguido, fingindo preocupação, e agora veja a bagunça que causou. Ele não a forçou a se ajoelhar, nem mesmo tomou sua pequena boca com a dele, não a havia devorado ali mesmo apenas por causa daquela maldita ferida em seu ombro.
Não hesitou ao atirar nela. Mesmo que isso a tivesse deixado levemente incapacitada, não teria importado. Contanto que ela vivesse, serviria a seu propósito. Mas depois, a ferida o incomodou, inexplicavelmente. Ele se pegava constantemente checando, até aplicando remédio ele mesmo enquanto ela dormia. Era desconcertante, inexplicável. Ainda assim, a compulsão de cuidar dela era implacável.
Não, aquilo era mais do que uma compulsão, ele não suportava não fazê-lo. Era algo semelhante a uma obsessão, mas fundamentalmente diferente. Como um dever gravado em sua própria alma… ‘Besteira.’ Benedict cortou deliberadamente o pensamento. Ela logo perceberia que era destinada à sua cama. Isto era meramente um adiamento temporário. Sua paciência estava se esgotando.
Benedict encarou seu reflexo na água. O desejo fervilhava sob a superfície. Estranhamente, aquilo parecia familiar, mesmo que ele nunca tivesse sentido tesão, muito menos o saciado com uma mulher.
— Irritante — murmurou, sua mão cortando a imagem refletida, espalhando gotas d’água. Enquanto as observava cair, Benedict se lembrou de um fato crucial.
Aquela mulher — “Mestre. Meu nome é Hilde.” — não passava de uma escrava.
Hilde mal conseguiu sair do banheiro. Ela cambaleou para o quarto adjacente, fechando a porta atrás de si antes de desabar no chão.
Lágrimas transbordaram, uma torrente de tristeza reprimida finalmente se libertando. Ela queria se sair bem, havia se esforçado tanto. Hoje, até foi corajosa. O homem era assustador, intimidante, mas era seu mestre, aquele a quem devia servir. Ela se forçou a imaginar uma gentileza oculta, uma bondade que ele mantinha escondida.
— O-Oque eu estava esperando?
Disse a si mesma que ele era sanguinário, que não deveria esperar bondade ou compaixão. Ainda assim, permitiu-se um vislumbre tolo de esperança. O tratamento silencioso de seu ombro, as poucas vezes em que ele atendia seus pedidos, alimentaram seu otimismo ingênuo.
Os dedos de Hilde percorreram o nó da atadura em seu ombro. Conhecia agora sua textura única de cor.
— Eu deveria ter adivinhado. Ter me preparado para… me abrir para ele sempre que desejasse.
Então, afinal, este era seu propósito. Era óbvio, não? Por que fingiu não saber? Ouvira os sussurros quando foi capturada, presa naquela masmorra. No entanto, as lágrimas não paravam. Dor e tristeza perfuravam seu coração como espinhos. ‘Hilde, sua tola. Estúpida. Ingênua e patética. Quem valorizaria alguém como eu? Abandonada até por seus pais. A gêmea amaldiçoada.’
As memórias enterradas de seu passado miserável, as histórias cuidadosamente mascaradas que contara a si mesma, emergiram à superfície. ‘Conheça seu lugar. Não seja gananciosa. Pare com essas esperanças inúteis. Você está estragando tudo. Sua infelicidade é sua própria culpa.’
Soluços sacudiram seu corpo. Sem ninguém mais para culpar, ela voltou sua raiva para dentro, as feridas em seu coração cruas e sangrando. Ela ansiava por conforto, pelo mais leve toque de calor. Mas sabia que era um desejo inútil. Teria que acalmar suas próprias feridas, lavar a dor com suas lágrimas.
Depois de um tempo, os soluços diminuíram, e Hilde se recompôs.
(Elisa: Caramba, isso é doloroso. Estou em 😭.)
Continua…
Tradução: Elisa Erzet