Noites de Caos (novel) - Capítulo 63
Tradução: Gab
Revisão: Gab
Kim caminhou em direção à sala de estar, onde Yuljae estava de pé. A mulher de olhos severos estava acompanhada por servos e guerreiros. — “Me desculpe. O Príncipe está ausente no momento…”
Hee-In Jagga riu da mentira óbvia de Kim e Yuljae evitou o olhar dela.— “O braço direito do meu irmão não está bem aqui? Como ousa mentir para mim! Não acho que ele teria saído sozinho.”
“Acho que é um mal-entendido…”
“Leve-me aos aposentos do Príncipe. Eu esperarei lá.”— Heein, que tirou sua sseugaechima, colocou-a sobre o braço.
Assim que ouviu que Jihak havia vindo para Harye, pediu para vê-lo diversas vezes. Mas tudo o que recebeu foi o silêncio como resposta. Então ela não pôde mais esperar.
Sentiu como se o céu tivesse desabado ao ouvir a notícia de que ele havia renunciado à posição de Príncipe Herdeiro. Era óbvio que, se uma autoridade impotente ascendesse ao trono, expurgos aconteceriam e Hee-In não queria isso.
“Depressa!”— gritando com Kim, foi a primeira a dar um passo em direção aos dormitórios.
Quando a porta no meio do corredor se abriu, Jihak saiu com algo enrolado em um manto nos braços. Ele sorriu para Hee-In com o rosto corado.— “Guie-a até a sala de visitas.”
“Entendido!”
“Uma mulher…?”— disse, olhando para os cabelos da mulher nos braços de Jihak.
Ela parecia prestes a desmaiar, e ele a beijou na testa antes de partir, o que deixou sua irmã atônita.
Hee-In sentia como se tivesse recebido um golpe – não conseguia nem fechar a boca.— “Quem é ela? De que família é?”
Yuljae bloqueou o caminho.— “Vou levá-la para outro lugar.”
“Você…!”
“Não provoque o Milorde.”
“…Não consigo acreditar que um homem cego esteja carregando uma mulher!”
Yuljae, que não respondeu, guiou-a com educação, a qual afastou friamente a mão dele e, com o rosto preocupado, olhou na direção por onde Jihak havia saído.
***
O chá tinha um cheiro agradável e havia diferentes tipos de biscoitos sobre a mesa.
Jihak riu ao ver que Hee-In observava Gari, que havia arrumado a mesa de chá, com minuciosidade.
“Acredita mesmo que eu dormiria com aquela garota?”
Gari se afastou com o rosto pálido, parecia que estava fugindo. Sua irmã perguntou:— “Príncipe… o senhor consegue enxergar?”
Jihak ergueu a xícara de chá e ela pareceu esperançosa.— “Depende. Às vezes está tão escuro que não consigo ver nem um palmo à frente. Outras vezes consigo ver claramente. Há dias em que minha visão está tão embaçada que não enxergo nada. Foi por isso que não respondi à sua carta. Perdoe-me.”
Era uma resposta sincera.
Não era diferente de quando ele ainda era o Príncipe Herdeiro, mas Hee-In percebeu que algo havia mudado.
Jihak era transparente até em sua possessividade, mas agora, ele parecia terrivelmente distorcido. Ela cuidara dele como se fosse seu próprio filho.
“Por favor, volte para o palácio. Seohwi ainda é jovem. Caso algo ruim aconteça com nosso pai, ele ascenderá ao trono, e certamente a Rainha-Mãe tomará as decisões. Isto significará o caos. Eu não quero que isso aconteça.”— A mão dela, que segurava a xícara, tremia de raiva.
“Achei que tivesse vindo porque estava preocupada comigo.”
“É claro que vim porque estava preocupada com você! Nem minha carta respondes-te.”
“Minha vida está em risco. Não estou com disposição para encontrá-la, minha irmã.”
“Como alguém ousaria ameaçar a vida do Príncipe!”
“Acalme-se. Sabe de onde vem o meu sangue.”
Apenas então ela percebeu que ele nem havia tocado no chá. Ainda sentia medo. Sempre estava em alerta pois não sabia quando a morte viria.
As coisas não haviam mudado.
Hee-In pegou a xícara dele e levou-a aos próprios lábios.— “Isso é um absurdo. Você é o único que pode ocupar essa posição.”
“Realmente não sabe quem usou leitores para espalhar tais rumores?”
“Hã…?”
(N.T*: uma curiosidade sobre o nome da irmã do Jihak – Hee-In – é que pode ser entendido como “uma pessoa gentil e brilhante” e também “esperança benevolente”, ambos parecem combinar perfeitamente com a personalidade dela.)