Noites de Caos (novel) - Capítulo 60
Tradução: Gab
Revisão: Gab
As luzes das lamparinas estavam fracas. Eun-Ha virou a página do livro que Jihak lhe entregara. Felizmente, não era aquele que ele havia apontado para ela na livraria. Era confortável lê-lo e, mesmo que não compreendesse algumas expressões, Jihak podia interpretar o significado.
Ele parecia enxergar, mas ela decidiu não questionar. Instintivamente, sabia que só precisava se concentrar no livro para preservar sua vida por mais tempo.
“Jongshin diz que vai me tornar sua concubina. Sinto vergonha quando vejo o Jovem Mestre Shihoon, sinto como se caminhasse sobre agulhas todos os dias. Vamos fugir, Eun-Ha. Avisarei quando marcar a data. Não me sinto mais confortável em Harye. Estou com saudades, Eun-Ha. Seria melhor queimar esta carta, ela pode te trazer problemas…”
Ela apertou o livro com força. Foi tola ao pensar que tudo se resolveria assim que sua irmã deixasse a casa das cortesãs. Acreditava que a Yongi encontraria um lugar para viver, se tornaria uma cidadã comum e levaria uma vida simples… Ela não levou em conta do que o Jongshin seria capaz. Não conseguia sequer imaginar o choque que sua irmã sentira, pois ela admirava profundamente o Jovem Mestre Shihoon.
Ao virar a página, Eun-Ha olhou para o rosto de Jihak. A lua se refletia nos olhos que a observavam enquanto ele se encostava no encosto. A leitora abaixou a cabeça, assustada, parecia que ele conseguia até mesmo enxergar seus pensamentos. Ela guardava ressentimento de Jihak. Incomodava-a o fato de ele não permitir que ela visitasse a irmã, fazendo a sentir-se como um animal de estimação.—“Vou ler o próximo capítulo.”
Nesse instante, a luz da lamparina, tremeluzindo com a brisa, se apagou. Só então Eun-Ha ergueu a cabeça na direção de onde o vento soprava. A lua estava borrada por causa da fumaça.— “O vento está forte.”
“Fecharei a janela.”— Eun-Ha fechou as janelas e então se virou.
Parou abruptamente, surpreendida pela escuridão inesperada. Jamais teria imaginado que, ao se apagar uma única lamparina, o lugar se tornaria tão escuro. Aquilo que chamou sua atenção foram as brasas vermelhas.— “Por que está parada aí?”
“Não consigo enxergar.”
“Está tão cega quanto eu.”
“Parece que sim. Está escuro demais…”— Eun-Ha ajoelhou-se no chão.
À medida que seus olhos se acostumavam à escuridão, conseguiu vê-lo. Ele ainda a olhava friamente de onde estava.— “Eu disse que havia algo que queria ouvir esta noite. Lembra-se?”
Claro que sim. Mas ela não queria dizer nada obsceno.
“Se não o fizer, terei que puni-la.”
A extremidade aquecida do bambu tocou seu joelho. Eun-Ha, que encarava o bambu, começou a falar como se estivesse possuída.—“Gostaria de saber.”
“O quê?”
Ela tocou suas próprias roupas.—“Por quanto tempo mais serei sua diversão?”
Jihak riu friamente. Por fim, ela tirou a sua própria veste.
“Se eu ler todos os 30 livros, essa diversão acaba?”
“Sim. A menos que eu me canse antes.”
“É mesmo?”
O rosto dele se iluminou na escuridão. Ela sentiu envergonhada do fundo do coração.
“Suponho que você espere que eu me entedie o quanto antes.”
“Não é isso…”
Antes que percebesse, estava ajoelhada diante de Jihak. Usava apenas uma anágua fina e, então começou a mexer no cinto de Jihak. Suas mãos tremiam.
“Então se explique.”— Sua mão tateou a virilha dele.
“Rápido.”— Jihak ergueu o queixo. Ela desviou o olhar.
“…não busco receber nada em troca, pode me descartar assim que se cansar. Algodão ou seda são um luxo que não mereço .”