Noites de Caos (novel) - Capítulo 51
Tradução: Gab
Revisão: Aeve
[Eu queria lhe dar essas coisas, porém, se desejar, pode jogar fora. Não consigo mais esconder esses sentimentos, mas espero não te causar problemas. Quero vê-la, mas aqui é perigoso, seria como entrar na toca de um tigre. Vamos nos encontrar novamente em um lugar seguro.]
Depois de largar a carta de Shihoon, Eun-Ha abriu o pacote. A primeira coisa que viu, foram sapatos de flores cor-de-rosa e embaixo deles, havia um elegante hanbok. Além disso, um binyeo decorado com jade, papéis de alta qualidade e um belo pincel, estes itens há muito haviam chamado a sua atenção. — “Por quê?”
Ela acreditava que o coração de Shihoon pertencia a Yongi. Mas parecia que Shihoon escondia seus verdadeiros sentimentos dentro dele. A garota nunca sequer havia cogitado. Eun-Ha ficou triste, se tivesse descoberto os sentimentos dele um pouco antes, teria mudado alguma coisa? A resposta lhe era desconhecida…
Seus olhos ficaram vermelhos ao ver o final do pergaminho. Era um poema que ela havia escrito para Shihoon. A leitora, que havia feito roupas para cortesãs pois o dinheiro estavs escasso, escreveu o poema no tecido branco que sobrou. Quando soube que Shihoon o havia pendurado em um quadro na parede, se sentiu verdadeiramente feliz. Presumiu que ele estava apenas sendo gentil com ela.
“Acho que sou mesmo uma tola.” — Disse, se encolhendo em silêncio enquanto segurava o pergaminho nos braços. Ela havia passado por eventos tristes hoje, então sua mente estava um caos.
Ao ouvir alguns passos, mesmo estando com o rosto enterrado no cobertor e os olhos fechados, levantou a cabeça, reconhecendo a pessoa a quem aquelas pisadas pertenciam. Não era uma surpresa que precisasse esconder aqueles itens, então se apressou. A porta fechada se abriu de repente, e Jihak entrou cheirando fortemente a álcool, usando um chapéu.
Seus olhos se voltaram para ela, que o olhou com medo. Em seus braços restava um objeto que não conseguira esconder. Embora completamente bêbado, os olhos de Jihak estavam fixos nela. Ele se aproximou e se ajoelhou, zombando ao notar o objeto saindo do abraço de Eun-Ha. Kim permaneceu parado, ansioso, na porta. O príncipe lhe disse: — “Queime tudo.”
“Milorde!” — ficou tão assustada que agarrou a manga de Jihak. Mesmo assim, Kim recolheu os itens.
“Não vou deixar!”
Jihak agarrou o seu braço, o qual estava suspenso para pegar os itens. — “Você pretende viver com as lembranças de outro homem?”
“Como tem a capacidade de dizer que tenho outro homem…!”
“Não seria tudo isso do filho de Yoon Jongshin?”
“É um mal-entendido.” — disse, empurrando-o e correndo loucamente.
Era inacreditável que tivesse empurrado Jihak, mas sentiu que não deveriam queimar os itens, então foi em direção aos fundos da mansão. Kim já havia jogado os itens no fogo. Ela estendeu a mão, desejando resgatar o pergaminho que ainda não havia queimado.
“Ah!” — Gritos quebraram o silêncio da noite.
Quando ela estava prestes a alcançar o fogo, algo a agarrou pela cintura, as chamas queimando um pouco seus cabelos, e então, Jihak a abraçou. Faíscas voaram sobre suas cabeças. Eles caíram no chão de forma desajeitada após perderem o equilíbrio. O homem passou o braço em volta de seu ombro e pressionou o rosto contra a sua bochecha enquanto ela soluçava.
“Que tolice.” — Os servos jogaram neve no fogo para evitar que se alastrasse. Jihak, que roçou os lábios na bochecha úmida dela, abraçou-a com força. — “Você não mudou nada.”
“Eu sou… apenas uma pessoa normal.” — disse, tentando afastá-lo. Ela esforçara-se para aceitar o comportamento dele, mas odiava como pisoteava o coração das pessoas. — “Me solta, por favor!”