Noites de Caos (novel) - Capítulo 50
Tradução: Gab
Revisão: Aeve
A proprietária encarou Jihak, que segurava a xícara de chá. Como conhecia a verdadeira identidade dele, não conseguiu refutar suas palavras. — “Entendo o que quer dizer, mas Yongi vendeu o próprio corpo e é um grande benefício para mim. Não posso perdê-la tão repentinamente.”
“Será que a casa das cortesãs será arruinada sem Yongi? Ela é uma flor em um jardim.” — bufou friamente.
A proprietária achou que poderia enlouquecer. Ele não estava satisfeito por ter levado Eun-Ha, queria levar a irmã dela também? — “Posso te dar uma garota melhor. Ela tem trabalho a fazer.”
“Então não pode me dar a Yongi?”
“Sou uma mulher de negócios, é um acordo injusto.”
“O problema é o preço…” — Um sorriso floresceu no rosto frio de Jihak. A dona sentiu-se ansiosa novamente, como se tivesse uma faca na garganta.
“Ela vale mais que sua vida?” — A espada era a língua deste homem.
Ela segurava a saia com as mãos suadas. — “Yongi é uma garota valiosa, mas como pode compará-la à minha vida?”
“Eun-Ha disse que faria qualquer coisa para resgatar a irmã da casa das cortesãs. Se você for astuta, poderá viver uma vida humilde por muito tempo.”
Ela se lembrou das pessoas que Jihak decapitou. Quando era príncipe, as pessoas admiravam sua inteligência, alguns diziam que haveria paz se ele ascendesse ao trono, acreditavam que ele era um rei virtuoso. Porém, ela viu um homem diferente, como um homem tão cruel poderia se tornar rei? Como as pessoas seriam capazes de sonhar com paz? Ela sorriu amargamente.
“O pai delas morreu porque cobiçava uma valiosa mulher e o que você está fazendo não é diferente do que ele fez.” — Ela havia prometido não aborrecê-lo, mas não tolerava a sua atitude. Embora fosse a dona da casa das cortesãs, tornara-se concubina de Yoon Jongshin e não gostava que a tratassem tão mal. — “O senhor deveria saber bem sobre o assunto.” — Ela disse com uma voz digna, e riu baixinho, pois tinha medo de fazer contato visual com o cego.
“Acho que qualquer um em Harye sabe disso. Foi ele quem tocou sem permissão nas mulheres e por isso que o espancaram até a morte na frente das filhas.”
Ela bagunçou o vestido com as mãos, mas o rosto do homem permaneceu inalterado. Isso fazia parte de sua memória. Ela não podia confrontá-lo devido ao seu status como príncipe herdeiro… O corpo de Lee Hongjoo havia sido transportado em uma carroça.
Mas ele estava calmo. Antes, se não soubesse a identidade de Jihak, pensaria que era apenas um louco.
“…Você não sabia?” — ele deu um tapinha na xícara de chá com um sorriso.
A porta se abriu de repente e Yoon Jongshin* surgiu, brandindo um espada azul. A cortesã, proprietária da casa, se levantou, de cabeça baixa, dando-se conta de que estava em perigo.
(*N.T: caso não se lembre, é o pai da falecida noiva do Jihak.)
“Ela foi um pouco rude, mas espero que a perdoe.” — Yoon Jongshin fez uma reverência para Jihak, que permanecia calmo.
“Posso ignorar o crime dela.” — Yoon Jongshin fechou os olhos.
“Já me foi dito o que quer. Imediatamente, libertarei a cortesã que mencionou, espero que não haja ressentimentos.”
“Seus subordinados são bem curiosos, não posso acreditar que ouviram nossa conversa.”
“Não foi bem assim…”
“De qualquer forma, o chá tem um gosto estranho, gostaria de experimentar?”
Ele levara o copo à boca várias vezes, porém, ela sentiu um arrepio ao ver que Jihak não havia bebido nada. Embora obviamente soubesse de tudo, o homem fingiu não saber e as veias de sua mão saltaram quando ele pousou o copo, mas Yoon Jongshin sorriu. — “Eu deveria trazer álcool para que beba.”
Jihak caiu na gargalhada com a atitude de dela e ela engoliu em seco ao ver a loucura em seus olhos.
“Já que está na casa das cortesãs, pode experimentar uma garota.”
“Que louca chuparia o pau de um cego? Você faria isso?”
Era a primeira vez que ele o ouvia algo tão descarado. Por mais que Yoon Jongshin quisesse resolver a situação, parecia que Jihak estava determinado a causar problemas.
“Inacreditável, meu ex-sogro me oferecendo uma mulher.”