Noites de Caos (novel) - Capítulo 48
Tradução: Gab
Revisão: Aeve
“Milorde, o café da manhã está pronto.” — Gari, que estava parada na porta, anunciou.
Após o dia em que a língua de Lee Cham fora cortada ela começou a temer Jihak, a quem admirava. Ontem à noite, algo desagradável era audível do quarto, mas nenhum criado entrou porque não queriam ver sangue. Gari se sentiu em perigo por precisar chamá-lo para o café da manhã. Se ele tivesse tido uma noite ruim, poderia cortar a cabeça dela, pois sua vida valia menos que a de um inseto.
‘Ele ainda está dormindo?’ — Ela se perguntou. Certamente, ele tomaria o café da manhã depois de uma boa noite de sono. Ao se virar, feliz por Jihak estar dormindo, a porta de papel fechada se abriu com um estrondo.
Gari caiu no chão em surpresa. Jihak estava saindo, carregando Eun-Ha enrolada em seus braços, indo em direção ao banheiro. Era como se fosse um fantasma.
Gari rastejou para dentro do quarto, o carvão no braseiro já estava branco há muito tempo, havia livros no chão e alguns itens na prateleira estavam quebrados. Quando Gari viu o sêmen no tapete, ela cobriu a boca.
“O-O que ele fez?” — Gari, que estava com o rosto vermelho, saiu correndo do cômodo com o tapete. Ela voltou-se para a faxineira. — “Tenho que te contar uma coisa!”
“O que foi? Algum visitante virá?”
“Ah, não. É isto aqui.”
“Isto?”— Yeom recebeu o tapete que Gari havia trazido e entendeu a situação.
“Parece que ela anda muito ocupada. Tenho mais trabalho agora.” — Disse Gari.
“Cuidado com o que diz!”
“O quê! Eu não disse nada de errado! Ela não veio aqui para ler e sim para devorá-lo!” — Gari balançou a cabeça com uma expressão ansiosa enquanto observava Yeom. Pensava assim, pois ainda não sabia como Jihak tratava Eun-Ha. — “Onde estão as roupas que lavou antes?”
“Quais roupas?”
“As masculinas da Eun-Ha.”
“Hã? Joguei fora porque estavam desgastadas. Meu Deus, o que mais eu faria?”
“Por que joga fora as roupas dos outros?”
Insatisfeito com os gritos dela, Yeom saiu do local com o tapete sujo.
Gari, que avistou Yuljae, correu até ele. — “…Não tenho roupas masculinas para a Eun-aha. Não sei o que fazer.”
“Precisa de algumas?”
“Por favor.”
“Isto é o suficiente?” — Ele tirou algumas moedas do bolso e os olhos de Gari se arregalaram. Ela se virou como se estivesse fugindo, temendo que Yuljae se arrependesse.
***
Yuljae sorriu desamparadamente, seu braço pendido pingava sangue e ninguém sabia, pois seu ferimento estava escondido pelo uniforme preto. Ao chegar ao arsenal, limpou a espada encharcada de sangue e, depois de tirar as roupas, também limpou o sangue do corpo com uma toalha embebida em água.
Eles haviam começado a se mover. Aqueles que se esconderam ontem à noite eram assassinos profissionais, então não deveriam baixar a guarda. Ele pressionou o corte superficial com um pano seco. Depois, olhou pela janela, se perguntando quando esse inverno terminaria.