Noites de Caos (novel) - Capítulo 45

Tradução: Gab
Revisão: Aeve

Ela sentiu como se tivesse uma faca no pescoço. Eun-Ha parecia uma presa encurralada, pois a sombra que cobria seu corpo era assustadora. Ele era a pessoa mais assustadora que ela conhecia, mas também era a mais gentil e a aquela que lhe daria dinheiro no futuro. Ela não se importava que Jihak a considerasse um enfeite, pensou enquanto olhava para as sombras refletidas na porta de papel.

Ele lançou um olhar em sua direção. — “Sim… você é esse tipo de mulher. Esqueci brevemente. Não gosta de beijos, mas consegue engolir meu sêmen.” — O príncipe a virou quando ela começou a tremer. Parecia que suas palavras a haviam assustado, pois seu olhar arrogante tinha desaparecido, agora seus olhos estavam úmidos.

Se aproximando ainda mais, ele disse: — “Atenderei ao seu pedido, mesmo que não rompa os laços com ela, fingirei que não percebi.” — Os olhos dela tremeram e Jihak agarrou seu pálido rosto. — “Mas somente se me trouxer prazer.” — Sua expressão revelava a que tipo de prazer se referia.

Eun-Ha fechou os olhos brevemente. — “Eu não entendo… Como pode me desejar?”

“Acha que é necessário que entenda?” — Ele se pressionou contra ela, sentindo seu corpo esguio tremendo.

Ela era como um filhotinho chorando pela mãe e ele não gostava daquele choro, por isso, ordenou que as cabeças dos veados fossem cortadas: o que o deixava mais irritado era o fato de aquelas belas criaturas terem lágrimas nos olhos. Porém, o incidente causou comoção, houve muitas reclamações sobre a crueldade do Príncipe Herdeiro, que foi convocado ao palácio real para punição disciplinar. Mas Jihak não sofreu, pois pela primeira vez tinha algo que era verdadeiramente seu.

“Não sou escrava, empregada doméstica ou prostituta. Não sou cortesã. Não sou ninguém, então não entendo o porquê…” — Embora tremesse de medo, ela corajosamente levantou a cabeça.

O que chamou a atenção dele foi a decepção em seus olhos, mas por baixo brilhava esperança. Uma esperança de que se ela abrisse as pernas, seu desejo poderia se tornar realidade. Nesse momento Jihak decidiu que esqueceria a ofensa que sentiu quando ela se afastou.

“Eu posso ajudá-la a se tornar o que quiser. O que você mais deseja?” – ele perguntou com uma voz suave enquanto tirava o cabelo da testa dela.

“Realmente acreditou que eu desejaria sinceramente alguém tão insignificante quanto você?” – Envergonhada, ela evitou o olhar dele e apertou as mãos até ficarem brancas. – “Até seus pensamentos são tolos. Sabe bem quem eu sou…”

“Sim, eu sei.”

“Então diga. Quem sou eu?” – A mão que brincava com seu cabelo desceu pelo queixo e terminou em volta da garganta. Testando a força de seu aperto, ele lentamente começou a aplicar mais pressão e a forçou a olhar para ele. Sua respiração tornou-se dolorosa quando a ergueu pelo pescoço até que seus calcanhares se levantassem ligeiramente do chão. – “Lembre-se que tenho o destino de sua irmã na palma da minha mão.”

Ele podia ver nos olhos dela, algo em seu interior havia quebrado. Seus olhos, que antes lembravam o céu noturno estrelado, não continham mais estrelas. Enquanto observava a luz nos olhos dela desaparecer, ele relaxou as mãos. Ela não tentaria mais escapar dele. Ele sabia disso instintivamente. Essa sensação, que era semelhante a ser mergulhado em água morna, era definitivamente o que ele desejava. Ele estava excitado. Excitação que poderia ser aliviada se ele abrisse as pernas dela, se afundasse em sua entrada e sacudindo o corpo dela até que se quebrasse. No momento em que ele admitiu isso, o desejo de possui-la  ferveu.

“Isso é tudo…?” — Ela inclinou a cabeça para o lado porque não conseguia entender aquelas palavras. Os olhos grandes dele, que a fitavam, brilhavam com outra coisa. — “O senhor realmente não podreia me amar?”

“Temo que não.”

“Me pergunto quanto eu receberia se eu vendesse a minha vida para alguém poderoso.” — Um zumbido desconhecido ecoou no ouvido de Jihak. — “Fui uma tola ao pensar que minha vida tinha valor.”— Ela não sabia que todas as vidas não tinham o mesmo valor.