Noites de Caos (novel) - Capítulo 42
Tradução: Gab
Revisão: Aeve
Elas se abraçaram. Embora estivesse feliz por Yongi estar segura, era de partir o coração ver seu rosto ferido. Além disso, quem há pouco perseguia a sua irmã? Ela não conseguia entender por que seguiriam uma cortesã.
“Não se preocupe, Eun-Ha. A madame resolverá a situação. Não terei que me casar com o velho castrado que feriu meu rosto.” — falou rindo.
Eun-Ha, contendo a raiva, enxugou as lágrimas. — “Também não permitirei que isso aconteça. Sendo assim, vou te tirar da casa das cortesãs.”
“Acho que perdeu peso pois estava preocupada comigo.”
“Não foi por isso.”
“Então, pelo quê?” — A mão de Yongi tocou os olhos vermelhos de sua irmã mais nova, depois, acariciou carinhosamente a sua bochecha molhada.
Eun-Ha sentiu-se aliviada. — “Não aconteceu nada. Você é tão gentil comigo que chega a ser assustador, irmã.”
Yongi sorriu quando a viu ficar vermelha. Uma sensação de ansiedade percorreu seu corpo, como se tivesse sido molhada com água gelada. Eun-Ha tinha um semblante mais maduro em seu rosto. — “Você está feliz com ele…?”
“Sim. Mesmo sendo cego, ele reconhece minha presença como se fosse um fantasma.” — Ela abaixou a cabeça ao se lembrar do que acontecera com Jihak. Mas ela não se iludiria, o que acontecera fora apenas um ato de afeição.
“Eun-Ha, o Milorde te adora, mas é apenas isso. Não é diferente de olhar para uma flor decorativa em um vaso. Não somos damas da nobreza, então não entregue seu coração. Estou preocupada que seja menosprezada por me ter como irmã.” — disse Yongi.
“De forma alguma.”— Eun-Ha negou suas palavras.
Quando Yongi agarrou sua mão pálida, seus olhos cor de noite tremeram violentamente. — “Vamos fugir juntas? No sul há uma cidade com empregos. Caso você esteja em uma situação difícil, podemos fugir, irmã.” — Lágrimas caíram dos olhos de da cortesã.
***
“Outra pessoa apareceu.” — Os capangas, que haviam retornado, curvaram-se diante de Yoon Jongshin.
Ele, que olhava para a janela, acariciou a barba. — “Talvez seja a irmã mais nova dela, Eun-Ha?”
“Sim, hoje as vimos escondidas juntas.”
Ele queria conhecer a garota que se tornara leitora de Jihak, mas sentia-se ansioso por não conseguir encontrar um método adequado. Lee Cham, que planejara se aliar a Jihak, foi morto. Eun-Ha mal saía da casa do príncipe, mas agora havia uma oportunidade. Jongshin percebeu a raiva extrema que sentira durante toda a manhã desaparecer como neve derretida. Embora Shihoon fosse filho de uma cortesã, era do seu próprio sangue, por isso não queria vê-lo acompanhado de uma cortesã.
Ele ordenou aos seus capangas: — “Fiquem de olho na casa do Shihoon. Tragam-me aquelas meninas. Quanto antes, melhor.”
***
“Senhor, está com frio?” — Yuljae perguntou a Jihak que mantinha uma expressão inexpressiva diante das palavras preocupadas do guarda.
“Ela ainda não retornou?” — Perguntou o Milorde.
“Não, senhor.”
O príncipe olhou para fora da janela, para a neve que caía suavemente. O sol se punha rapidamente, mas a mulher ainda não havia retornado. Ele estava irritado. Ela era apenas uma garota que fazia coisas bonitas com o próprio corpo. No momento em que ele a provocava, ela apenas chorava e se deitava de bruços como uma idiota para ler os livros.
‘Ela é como um norigae*…’
(*N.T: é um acessório ornamental que acredita-se ter surgido na dinastia Joseon, costuma ser preso ao hanbok feminino como um amuleto para boa sorte, fortuna e felicidade. Apesar de seu significado representar algo meramente decorativo, a peça é, em suma, uma representação da dual combinação da força e da delicadeza do que é feminino.)
Mas seus olhos tornaram-se frios. — ‘Não, Eun-Ha não é um objeto… ela é a minha mulher.’ — Apenas Jihak podia tocar seu corpo, apenas ele podia empurrar a língua entre seus pequenos lábios, apenas ele podia sussurrar palavras sujas para ela. Somente ele podia controlar a vida dela.
Batendo nervosamente no batente da janela com os dedos, viu o portão se abrir lentamente. Eun-Ha entrou tremendo e nisso, seus dedos pararam. Ela levantou a cabeça, provavelmente porque sentiu o olhar dele. Acreditava que ele não conseguia enxergar, então o encarou em silêncio por um longo tempo.
O céu noturno estava escuro como breu e o luar frio brilhava fracamente através da neve que caía. O príncipe não suportava ver a neve branca se acumulando na cabeça dela, então chamou Yuljae. — “Traga essa tola aqui agora mesmo.”