Noites de Caos (novel) - Capítulo 39
Tradução: Gab
Revisão: Aeve
Depois que o remédio foi aplicado em sua boca ensanguentada, Yongi sorriu, satisfeita, enquanto acariciava seu olho roxo. — ‘Sim, prefiro me machucar.’ — Noite passada, Jo Youngho a agarrou pelos cabelos e gritou que ela deveria assumir a responsabilidade por ele ter se tornado um homem castrado e se tornar sua esposa.
Ela sabia que Jihak o castrou pois a confundiu com sua irmã. Yongi dobrou cuidadosamente a carta que havia escrito naquela manhã. Então, abriu a porta.
A dona da casa das cortesãs a esperava do lado de fora e estalou a língua ao ver o rosto destruído de Yongi. — “Um dia irei torcer o pescoço dele.” — Ela agarrou a face ferida de Yongi. — “Jo Youngho quer que se torne esposa dele, mas não pode machucar seu rosto assim. Irei procurar outro homem, então me avise caso ele se aproxime de você.”
“Outro homem?”
“Sim. Não posso entregá-la a um velho castrado. Além disso, o Jovem Mestre Yoon Shihoon veio visitá-lo para persuadi-lo. Até Eun-Ha ficará feliz.” — Ela apertou o ombro de Yongi com força.
Contendo o riso, colocou um chapéu. Ela não tinha vergonha de mostrar o rosto machucado, mas queria escondê-lo de Shihoon. Naquele dia, ele penetrou-a várias vezes, mordeu os lábios dela até rasgá-los e também a estrangulou. Era uma história de amor próxima à violência, mas ela não o odiava. Era um sentimento ambíguo.
A cortesã não percebeu que havia guardas a seguindo e apressou-se para impedir que o dono da livraria saísse. De repente, alguém se interpôs em seu caminho. A pessoa que agarrou o braço de Yongi para fazê-la parar tão repentinamente foi Shihoon. Então, olhou para o rosto dele, cujo aperto havia diminuído.
“Você… seu rosto.” — Os olhos de Shihoon se fixaram no rosto machucado de Yongi. Ela abaixou a cabeça rapidamente, mas ele ergueu seu queixo. — “Jo Youngho fez isso?”
“Não.”
“Quem foi?”
“O senhor não precisa saber. Por favor, afaste-se.” — A cortesã puxou a mão e mudou de direção, mas ele a impediu.
“Não temos um acordo?”
“Jovem Mestre.”
“O casamento está chegando, então deve fazer seu trabalho enquanto isso.”
Primeiro, Yongi olhou para os guardas que a seguiam, depois balançou a cabeça. Quando viram Shihoon, pararam para observá-los. — “Não faça barulho, siga-me.” — Cerrando os punhos, olhava para as costas dele, que havia se virado. — “O senhor está planejando me humilhar?”
Shihoon então encarou os sapatos que ela calçava. —”Foi você quem me humilhou. A escolha é sua. Ou faz o que precisa fazer ou me obrigará a faltar com meus deveres.” — Então, foi embora sem esperar por uma resposta.
Ela o seguiu. Parecia que o serviçal os esperava, pois abriu a porta assim que chegaram. Ao entrarem no quarto dele, a mão do homem envolveu sua cintura. Pressionando-a contra a parede, levantou sua saia e mordeu sua orelha, metendo de uma vez na boceta dela. Suas entranhas latejavam, mas ela aceitou o homem que a penetrava como um animal.
A respiração de Shihoon era alta em seus ouvidos.
Quando Yongi vislumbrou alguns poemas escritos para Eun-Ha, lágrimas escaparam de seus olhos.
***
Kim, que havia saído do banheiro, tinha uma expressão severa. Seu pai, o Ministro da Defesa, carregava a mesma feição. Outros soldados também estavam presentes. — “Grande Mestre!”
“Quem é? Quem é essa mulher?”
“Não sei. Não vi o rosto dela…”
“Como não sabe?”
Kim apoiou a testa no chão, pois pensou que sua garganta logo seria cortada. Contudo, isso não aconteceu. — “Traga a garota aqui. Ouvi dizer que o casamento foi antecipado. Então, não vamos criar um escândalo, resolveremos a situação discretamente. Entendeu?”
“Sim, farei como deseja.”