Noites de Caos (novel) - Capítulo 35
Tradução: Gab
Revisão: Aeve
Ela ficou inerte quando a água gelada caiu sobre seu rosto. Ao abrir os olhos, surpresa, viu um serviçal com uma tigela na mão.
Gari gritou. — “Por que fez isso? Por que jogou água nela?”
O serviçal, que ignorou Gari, agarrou Eun-Ha pelo pescoço. — “O Milorde disse para te buscar, que eu poderia até jogar água em você caso necessário. Se for morrer, é melhor fazer antes que ele te mate. Então, se apresse.”
Eun-Ha, que estava com o cabelo molhado, suspirou. Devido à água fria, sua visão ficou mais aguçada. — “…Ele quer que eu leia um livro?” — perguntou.
O serviçal a retirou à força do quarto. — “Chegou um visitante. Espero que você não me odeie.”
“Por que odiaria? Fiquei em repouso por bastante tempo.” — Ela andava de um lado para o outro enquanto falava com determinação.
Os serviçais ficavam assustados quando o Milorde ficava bravo, era por isso que ela iria sem reclamar.
Eun-Ha, que cambaleava pelo corredor, se assustou quando alguém a segurou. — “Yuljae…”
“Você morrerá antes mesmo de chegar lá.”
“Sinto muito.”
Ele olhou-a com tristeza, pois jazia inerte em seus braços. O irritou o fato de o serviçal ter jogado água nela. Tinha ouvido rumores sobre Eun-Ha enquanto passeava por uma cidade, simpatizava com ela porque levava uma vida miserável. A garota precisou caçar tigres, mesmo sendo uma mulher, mas usando roupas masculinas para economizar dinheiro. Além disso, o fato de ter passado por tantas dificuldades para ajudar a irmã, abalava o coração de Yuljae.
‘Aquela garota me pareceu familiar. Não sei o porquê.’ — Yuljae não contou a Jihak o que o serviçal havia dito. Isso significava que poderia haver uma conexão com o destino. Mas também que a situação poderia piorar caso não a mandassem embora a tempo.
“Eu a trouxe.” — Ele abriu a porta com Eun-Ha em seus braços.
Os olhos de Lee Cham se arregalaram. — “O quê? Trouxe um cadáver?”
Yulje não respondeu à pergunta de Cham. Jihak estava com um olhar frio. — “Ele ainda não caiu em si.”
Jihak bateu no joelho com uma vara de bambu. Isso significava levar a garota até ele. Yulje cuidadosamente colocou Eun-Ha nos braços dele.
“Ela acordou há algum tempo, pois o serviçal jogou água nela, mas depois desmaiou novamente, provavelmente devido à febre alta.”
“Hum…” — Jihak aproximou o nariz do rosto de Eun-Ha. O ar que ela exalava estava quente.
Lee Cham engoliu a saliva enquanto o observava, ele parecia querer devorar a mulher. O príncipe, supostamente cego, criou uma atmosfera tão erótica que palavras não conseguiam descrever. As curvas dela pareciam de uma mulher adulta.
“Eun-Ha, alguém que quer ouvir sua voz veio aqui.” — A garota abriu os olhos ao ouvir a voz de Jihak. Seus longos cílios tremeram várias vezes.
Cham sorriu ao olhar para ela, cuja febre havia subido. — “Ela não parece bem uma leitora, está mais para um enfeite. É tão adorável.”
Jihak, que estava com o nariz encostado na bochecha dela, desviou o olhar para Cham. O ministro sentiu como se tivesse feito contato visual com ele. — “Isso é um insulto?”
“Não. Eu só nunca havia visto uma garota tão bonita antes.”
“Ela é tão bonita assim?”
“Sim, ela é tão bonita que eu até gostaria de experimentá-la.”
“Compreendo. O que farei, então? Ela parece tão doente que não quero pedir que leia.” — Os olhos de Jihak eram assustadores.