Noites de Caos (novel) - Capítulo 29
Tradução: Gab
Revisão: Aeve
Yuljae levantou a cabeça ao perceber que Jihak havia parado de comer e tinha uma expressão fria no rosto. – “O senhor parece perdido em pensamentos.”
“Estava pensando no filho do Yoon Jongshin.”
“Huh, o acadêmico que veio buscar Eun-Ha naquele dia?”
“Sim.”
Embora fosse filho ilegítimo do Ministro da Defesa, Yoon Shihoon era um homem de boa reputação. Estudiosos interessados em aprendero visitavam com frequência e ensinava a pequena Eun-Ha como se ela fosse sua irmã. Esse último chamou a atenção de Jihak, pois ela agora lhe pertencia.
“Um visitante chegou.” – Yuljae recobrou a razão ao ouvir as palavras do mordomo do lado de fora da porta.
Jihak deu um sorriso irônico. – “É o Lee Cham.”
Lee Cham, um oficial militar da província de Gyeongsang, foi ele quem causou mais alvoroço na Torre Leste ontem à noite. Estava tão nervoso com a aparição repentina de Jihak que cometeu erros constantes de fala e, no final, só manteve a boca fechada depois que Yuljae desembainhou sua espada. Jihak esperava que Lee Cham viesse aqui assim que abrisse os olhos.
“O que devo fazer, Milord?”
Jihak soltou uma lufada de fumaça. – “Estou com dor de cabeça hoje, brinque com ele.”
“Entendido.” – Yuljae abriu a porta de papel para Jihak e o mordomo o seguiu.
Chegando ao jardim, encontrou Lee Cham vagando como um cachorro que precisa fazer cocô. Seu rosto congelou ao reconhecer Yuljae.
“Lembra-se de mim, certo?” – Cham perguntou.
“Claro.”
“Graças a Deus se lembra de mim, mas eu gostaria de prestar minhas homenagens ao Príncipe. Ele está aí?”
“Sinto muito. O Milord está com uma crise de tosse.” – Yuljae contou uma mentira descarada.
Talvez ele tenha se sentido desprezado, pois seu rosto ficou vermelho. – “Se é o caso, devo voltar outra hora…? Ou devo esperar?” – Lee Cham aguardava a decisão de Yuljae.
Jihak estava curioso sobre o propósito da assembleia na Torre Leste. Corria o boato de que eles se reuniram apenas para derrubar o Príncipe Herdeiro. Como havia uma grande possibilidade de ser alguma facção, precisava de um infiltrado que derrubasse sua confiança à força.
“Responda-me, estou desapontado.”
“Não acho que hoje seja um bom dia, então volte outra hora.”
Era como um cachorro ao seus pés. – “Acho que volto amanhã. Por favor, informe ao Príncipe também. Não deveríamos adiar o esclarecimento do mal-entendido, não é?”
A primeira pessoa que visitasse Jihak se tornaria seu cachorro.
“Claro.”
E essa pessoa seria Lee Cham.
Yuljae dispensou Cham com um raro sorriso. Um momento depois, o mordomo saiu pela porta e se aproximou para entregar uma carta a Yuljae. – “Uma carta.”
“Sério?”
Kim, com uma expressão levemente corada, assentiu. Embora tivesse uma aparência desgrenhada, era um grande eunuco que ascendeu ao posto de terceiro servo no palácio real. Ele havia educado pessoalmente o Príncipe como se fosse seu filho. Kim havia desistido de tudo para procurar Jihak.
“Sim.”
Yuljae guardou a carta. Às vezes, não conseguia decifrar os pensamentos do mestre. Na verdade, não era que não conseguisse. Só não queria saber por que o mandara preparar tantos doces, nos quais normalmente nem tocava.
“A propósito… Yuljae, a leitora me parece familiar. Não sei o por quê.” – Kim disse que tinha um problema de memória. Após isso, foi embora. Havia apenas uma solitária nuvem no céu claro.
***
“Noona! Noona!” – Quando ela abriu os olhos, a primeira coisa que viu foi a Gari.
Eun-Ha mal se levantou e soltou um gemido. – “Que horas são?”
“Já é hora do jantar, como conseguiu dormir tanto?”
“Já?”
“Sim. Vai logo”
Ela se forçou a acordar. Dormira sem cobertor no chão duro, logo, sentia dores como se tivesse sido espancada, havia até marcas em seu rosto por conta de pressioná-lo contra o chão. Depois de se lavar, Eun-Ha decidiu matar a fome rapidamente com um ensopado de carne com arroz.
Gari perguntou: – “Mas sonhou com o quê? Você chorou dormindo.”
“Eu?”
“Há mais alguém aqui além de você?”