Noites de Caos (novel) - Capítulo 28
Tradução: Gab
Revisão: Aeve
Suas lágrimas fizeram o corpo dele esfriar.
Jihak olhou para Eunha em seus braços e, o ver o medo em seus olhos, sentiu que algo em seu coração havia se descontrolado. Finalmente soltou a cintura dela, mas sentiu sua pulsação com a mão que ainda segurava seu pescoço. Seus olhos estavam fixos no pescoço esguio que parecia que se quebraria caso o apertasse, as bochechas vermelhas como se uma veia tivesse estourado e seus lábios apertados parecendo que aguentava uma humilhação.
“O que eu faço…? Você é um deleite para mim.” – Disse lentamente, algo incomum, pois há pouco estivera animado. Então, ele abriu a porta do banheiro e o vapor saiu como fumaça. Jihak, que pisou no chão com os pés molhados, ficou imóvel como se o tempo tivesse parado. Este longo inverno logo terminaria, e a primavera chegaria. Uma primavera tão amena que não haveria necessidade de procurar por braços quentes.
***
Ela permaneceu sentada, abalada, após a saída de Jihak. Ao se lembrar de que ele havia saído sozinho, correu para ajudá-lo, mas encontrou Yuljae.
“Não há nenhum lugar nesta mansão onde o Milorde não possa ir. Não precisa se preocupar. Ele já está tão acostumado a este lugar que consegue se movimentar sem ajuda.” – Yuljae virou as costas para Eun-Ha, que ficou aliviada com as palavras dele.
“Obrigada. Me chame quando ele precisar que eu leia o livro.”
“Sim.”
Eun-Ha voltou para o quarto com passos cansados. Se sentia um rato molhado com suas vestes estavam desconfortavelmente grudadas à pele. Depois de vestir as roupas que havia trazido na bagagem, secou o cabelo molhado com uma toalha e deitou-se no chão.
‘Por que ele me beijou? Será que, porque cresci em uma casa de cortesãs, comecei a agir como uma? Não, não comecei… foi ele quem me fascinou com seus flertes.’ – Ela passou os dedos sobre os lábios para se lembrar da sensação. Então, cobriu as pálpebras com as duas mãos. Estava sonolenta por ter passado a noite inteira em um lugar frio. Sua mente estava confusa. – ‘A embriaguez passou, então ele logo precisará comer… Talvez me chame em breve.’ – Eun-Ha se encolheu. Seu peito palpitava fortemente.
***
“Eu a vi quando saiu do banheiro. Ela me perguntou como o senhor iria ao quarto se era cego.”
“…Então, deve tê-la notado.”
Yuljae abaixou a cabeça. – “Não fiz contato visual, senhor.”
“Não viu os mamilos dela através das roupas molhadas?”
“Não, senhor.”
“Gostei dessa resposta.”
Yuljae esperou que Jihak terminasse sua refeição. Percebeu que seu mestre considerava aquela garota especial. Ele sabia. Há muito tempo, quando criança, seu mestre trouxera ao palácio um cervo que chorava por ter perdido a mãe. O cervo o adorava como se fosse seu próprio pai e chorava quando não o via. Apesar de achá-lo tolo, ainda o vestia com belas sedas.
Tempos depois, Jihak deu uma ordem aos guardas reais para que matassem todos os cervos nas colinas próximas. O espírito do príncipe herdeiro havia mudado. Qando Yuljae finalmente matou o último cervo, Jihak sorriu cruelmente enquanto acariciava o pescoço daquele que havia criado. – ‘Agora você é o único no mundo… e é completamente meu.’
Aquela mulher havia substituído o cervo de seu mestre.