Noites de Caos (novel) - Capítulo 24
Tradução: Gab
Revisão: Aeve
O dono da livraria concordou com a ideia, então acompanhou Eun-Ha por um tempo antes de partir. Para chegar à casa de Jihak, ela teve que atravessar o mercado e, em seguida, uma estrada na beira da floresta bastante acidentada. Ela olhou para as solas dos sapatos mais uma vez e então segurou duas pedras quentes nas mãos. Só então, pôde contemplar a paisagem da cidade. Fazia muito tempo que ela não via essas pessoas, sorriu ao perguntaram como estava. A avó do Senhor Kang, a apotecária, riu muito, pois disse que ganharia muito dinheiro. Eun-Ha caminhou rapidamente em direção à floresta de pinheiros com o doce de abóbora que a vovó lhe dera na boca.
“A armadilha está arruinada!” – Naquele momento, caçadores e montanhistas descendo a montanha passaram por ela.
Surpresa ao ver as armadilhas nas mãos deles, perguntou: – “Isso não é uma armadilha para tigres?”
O líder, que usava roupas grossas de pele de caça, balançou a cabeça. –
“O tigre é tão esperto que destruiu todas as armadilhas. Também encontramos pegadas, ele tem patas maiores que a maioria dos recém-nascidos. Tenha muito cuidado, Eun-Ha. Não posso te levar na minha próxima caçada. É muito perigoso.”
“Sério? Quer ir até a cidade?”
“Trouxe dez javalis comigo, então eles devem durar alguns dias.” – O líder, que olhou para o rosto preocupado dela, sorriu. – “Não se preocupe, permaneça em casa.”
“Sim, farei isso. Tome cuidado também.”
“Certo.”
Ela acenou para as pessoas que desciam a montanha e seguiu em frente. Era uma estrada movimentada, então tigres raramente apareciam. Ao imaginar um tigre grande, sentiu arrepios. Ela correu até que chegasse à mansão de Jihak.
Quando bateu na porta, o mordomo de olhos caídos a cumprimentou alegremente. – “Que bom que chegou cedo.”
“Sim, como vai…? O que quer dizer com ‘que bom’?”
Quem respondeu foi uma criada que acabara de sair dos aposentos do Milord. Ela ficou feliz ao ver Eun-Ha. – “Ah! Finalmente chegou, leitora!”
“Aconteceu alguma coisa?”
Enquanto Eun-Ha caminhava com sua bagagem, a criada apontou para dentro dos aposentos do Milorde com o queixo. – “Acho que ele está se sentindo mal porque bebeu demais ontem à noite. Está no banheiro agora. Não sei se ainda está bêbado, parei na porta várias vezes, mas não me deixou entrar. Vá logo. Depressa.”
“Sim, está bem.”
‘O príncipe herdeiro deposto… não, o Milorde estava me esperando?’ – Eunha apagou da mente a palavra “Príncipe Herdeiro deposto” e repetiu o título de “Milorde”. Como ele não lhe contara pessoalmente, seria melhor fingir até o fim.
Depois de deixar a bagagem no quarto, caminhou pelo corredor até o banheiro. Enquanto respirava fundo algumas vezes e se preparava para avisar que estava ali, a voz de Jihak veio de dentro: – “Eun-Ha, é você? Entre.”
Ela respirou fundo uma última vez, tossiu e abriu a porta do banheiro. – “Milord…”
Deitado na banheira, ele virou a cabeça para olhá-la. Então, estremeceu de dor e agarrou-se com força às bordas da banheira. – “Ah…”
Surpresa, ela rapidamente arregaçou as calças e correu até Jihak. – “Milorde, o senhor está bem?” – Eun-Ha sentou-se na beirada da banheira e apoiou a cabeça de Jihak em sua coxa. Ela engoliu a saliva ao ver o rosto dele. Seu rosto estava pálido, seus lábios azuis. Porém, embora demonstrasse uma expressão de dor, era realmente bonito.
“Milorde.” – Quando chamou-o suavemente, ele agarrou a coxa dela. Ela podia sentir seu calor intenso mesmo através das roupas finas. –
“Como pôde beber tanto? Estou chateada.”
“Você não estava aqui, precisei beber.” – Jihak, que jogou a cabeça para trás, abraçou-a pela cintura. Ela cheirava a carne fresca e doce.
Jihak exalou enquanto olhava para ela. – “Poderia lavar meu cabelo? Preciso esfriar a cabeça.”