Noites de Caos (novel) - Capítulo 23
Tradução: Gab
Revisão: Aeve
Eunha ficou acordada a noite toda, andando de um lado para o outro enquanto esperava por Yongi. No entanto, no fim, sua irmã não apareceu.
Shihoon passou pelo pátio várias vezes como se estivesse preocupado, mas não falava com ela desde o incidente com as botas. De alguma forma, parecia que era melhor assim. Sentia-se estranhamente culpada sempre que ele era amigável, então ficava mais à vontade com o seu distanciamento atual.
Assim que o sol começou a nascer, o assistente de Shihoon saiu para o pátio. Ao ver que ainda estava lá, sentiu pena dela. Suas bochechas estavam vermelhas e as pontas dos dedos, azuis de frio. – “Eun-Ha, volte para dentro e deite-se pelo menos um pouquinho. Você tem que retornar hoje, não é?”
“Estou bem, senhor. Com licença… posso lhe pedir um favor?”
“O que posso fazer por você?”
Eun-Ha mostrou ao assistente a bolsa com as botas e uma carta. – “Poderia entregar isso para a minha irmã?”
“As botas que o jovem mestre lhe deu para calçar…”
“Não posso ficar, sabe muito bem. Eu seria rechaçada se as usasse.”
“Você não é inferior aos outros. Aliás, não existe ninguém igual a você. De qualquer forma, eu entendo.” – O assistente de Shihoon aceitou cuidadosamente as botas e a carta.
Finalmente, a leitora abriu um grande sorriso e voltou para o quarto para arrumar suas coisas. Ela só tinha uma muda de roupa e um livro.
Ainda era cedo demais para o café da manhã, então Eun-Ha ficou sentada na sala de estar, indecisa se deveria se despedir de Shihoon.
Do pátio, era possível avistar a sala de estar. Os criados que saíram para varrê-lo a observaram. No momento em que estava se sentindo levemente desconfortável em ficar sentada no silêncio, Shihoon entrou com uma expressão rígida e disse: – “O que está fazendo?”
Eunha rapidamente se levantou e fez uma reverência a ele. – “Estava esperando por você pois queria me despedir antes de ir embora. Obrigada pela comida, pelo quarto e pelos cuidados.”
Diante desta atitude decorosa, o rapaz cerrou os punhos e reprimiu sua raiva o melhor que conseguiu. – “Certo. Pode ir embora.”
“O senhor ainda está com raiva?”
“Como eu poderia não estar se nem aceitou um par de botas que lhe dei?”
“Não é bem assim… fiz isso pensando no senhor, jovem mestre.”
“Bem, então mandarei algo para a mansão onde trabalha. Não recuse, aceite. Será útil para você.” – Dito isso, Shihoon se virou e saiu da sala de estar, com medo de que Eun-Ha recusasse.
Incapaz de negar novamente, Eunha curvou a cabeça profundamente em direção à porta fechada. Depois de se despedir do assistente e da cozinheira, que lhe serviam comida deliciosa três vezes ao dia, foi embora.
“Eun-Ha! Eun-Ha!” – O dono da livraria gritou enquanto corria em sua direção. Quando o Sr. Song chegou à sua frente, ele suava profusamente e respirava com dificuldade. Talvez por causa do casaco grosso que usava para se proteger do frio. – “Oh, céus… Oh, céus… Vou morrer.”
“Sr. Song? O que está fazendo aqui tão cedo?”
“Pirralha, ontem… Ufa, estou exausto. Que diabos estava fazendo ontem? Hein?”
“…” – Eun-Ha, com olhos arregalados, inclinou a cabeça enquanto aceitava um bilhete do dono da livraria.
“Sua irmã deixou isso na minha livraria!”
“Minha irmã?”
“Sim! Fiquei realmente surpreso… Ufa, meu coração está disparado… Não falou com a Yongi?”
Eun-Ha balançou a cabeça vigorosamente e abriu o bilhete com as mãos trêmulas. Então, seus olhos se encheram de lágrimas ao ler a carta na caligrafia elegante e refinada da irmã.
{Minha querida Eun-Ha.
Queria vê-la, irmã, mas muitos olhares estavam em mim no caminho, então deixo esta mensagem. Vi o rosto do homem que serve. Ele me assustou, mas senti que é alguém que se importa contigo.
Eun-Ha, se estiver bem, posso esperar o tempo que for necessário para. Sei o que pensa, mas não se preocupe comigo. Cuide-se primeiro.
Estarei sempre ao seu lado. Sem dúvida, nos encontraremos novamente. Quando esse dia chegar, lhe darei um abraço apenas como sua irmã mais velha, não como uma cortesã.
Eu te amo, Eunha.}
‘Então minha irmã veio me ver… mas ela teve que voltar porque estava sendo seguida.’ – Eun-Ha enxugou as lágrimas que escorriam pelo rosto e apertou o bilhete contra o peito.
Em seguida, curvou a cabeça e expressou sua gratidão ao Sr. Song. – “Obrigada por me trazer este bilhete da minha irmã, Sr. Song.”
“Ei, não faça isso. Estamos todos no mesmo barco.” – Ele respondeu com um sorriso gentil.
“Ainda assim, estou triste por não ter conseguido encontrar minha irmã ontem.”
“Eu entendo. Se a Yongi deixar outros bilhetes, farei um esforço para entregá-los a você. Aliás, já está indo embora?”
“Sim, estou. Não tenho mais nada para fazer aqui… Seria melhor ir até o Milorde.”