Noites de Caos - Capítulo 15
Quando Shihoon correu para o lado de Eunha, ele ficou pasmo com a alegria com que ela o cumprimentou. Ele não só vasculhou a cidade inteira para encontrá-la, que havia desaparecido misteriosamente, como também vasculhou as montanhas onde armadilhas para tigres haviam sido instaladas. – ‘Talvez uma fera a tenha devorado… Ou alguns bandidos a capturaram… Ou talvez ela tenha escorregado e se afogado no rio…’ – Ele não tinha conseguido dormir bem ultimamente devido a todo tipo de preocupações desagradáveis, então agora que a havia encontrado não conseguia acreditar que ela estava tão bem…
Shihoon ficou aliviado por ela estar segura, mas não conseguiu esconder sua irritação. – “Sabe quanta pressão coloquei no dono da livraria para te encontrar?! Se vai a algum lugar, precisa avisar! Se está trabalhando, se está bem… É tão difícil enviar uma carta?”
Eunha, que foi agarrada pelos braços de Shihoon, sorriu sem jeito e coçou a cabeça. – “Sinto muito, Jovem Mestre. Tudo tem sido muito caótico.”
“Eu sei, ouvi o que aconteceu em Buyeong naquele dia.”
“É mesmo? De qualquer forma, sinto muito por lhe preocupar.”
Na frente de Eunha, que estava mordendo o lábio levemente envergonhada, Shihoon não conseguia mais levantar a voz. Ele queria abraçá-la com força e confortá-la pelo momento ruim que passou, mas sentiu que não era certo, então simplesmente manteve o aperto no braço dela.
“Então, terminou o trabalho? Não precisa mais voltar aqui?”
“Não, tive permissão para sair por um tempo, mas devo voltar em três dias.”
“É mesmo? Que trabalho é esse?!”
“Trabalho como leitora. Leio livros na língua ocidental para o Milorde, já que ele é cego.”
A mão de Shihoon tremeu quando ele agarrou o braço dela. Ele sabia que o era este lugar. Era o mesmo lugar que seu pai disse que ficaria de olho. A residência privada de Seo Jihak, o antigo príncipe herdeiro. Os olhos de Shihoon escureceram com o fato de Eunha estar trabalhando como leitora em um lugar tão perigoso.
“A propósito, Jovem Mestre. Tem alguma notícia sobre minha irmã? Na verdade… não posso ir à Buyeong. Sinto falta dela, mas se eu colocar os pés lá haverá problemas novamente.”
Shihoon acariciou a cabeça de Eunha, que ficou triste, e assentiu levemente – “Vamos para minha casa primeiro. Recebi uma mensagem da Yongi, ela me pediu para lhe dizer que ela está bem. Então fique na minha casa por esses três dias, direi a Yongi para ir lá para vê-la.”
“Tem certeza? Nossa, obrigada! Muito obrigada, Jovem Mestre!” – Eunha pulou e abraçou Shihoon pela cintura. Desde pequena ela desenvolveu o hábito de abraçá-lo afetuosamente e nem passou pela cabeça dela que não era apropriado.
Enquanto olhava para Eunha contra seu peito, as bochechas de Shihoon coraram em um instante e ele apertou os lábios. Embora tivesse prometido que guardaria seus sentimentos por ela dentro de si, seu batimento cardíaco estava ficando cada vez mais forte, como se tivesse uma doença cardíaca, o que lentamente eclipsou sua determinação.
Shihoon de repente levantou a cabeça e falou enquanto cobria os olhos de Eunha. – “Bem, vamos lá. Você ainda não comeu, certo? Ontem eu peguei uma carne boa, então vamos cozinhá-la no vapor.”
Com essas palavras, Eunha empurrou a mão enfaixada de Shihoon e pareceu encantada com a expressão animada em seu rosto. – “Jovem Mestre, você é o melhor. Eu comi muita comida na casa de outras pessoas, mas sua comida é a melhor! Hehehe.”
“Tsc, tsc, não fale desse jeito. Quando vai falar de uma forma que combine com sua boca delicada?”
“Serei assim para sempre, para sempre.” – Dito isso, Eunha caminhou rapidamente com sua bagagem no ombro e desapareceu da frente da mansão com Shihoon.
Os olhos de Seo Jihak se estreitaram gentilmente enquanto ele observava a cena, como se tivesse acabado de testemunhar um momento agradável, mas Yuljae percebeu imediatamente que seu senhor estava terrivelmente irritado.
“Milorde, se me ordenar que o traga…”
“Não precisa. Só estou curioso… quem é ele?”
“Irei descobrir.”
Jihak assentiu e se virou para a porta da frente. Seus servos a abriram e abaixaram suas cabeças enquanto ele passava por eles e ia direto para seu quarto.
“Parece que o rumor se espalhou muito bem, os oficiais da capital têm vindo aqui um por um.”
“O Ministro da Defesa foi o primeiro a chegar, há 15 dias. Fiz algumas pesquisas e descobri que há um prédio separado em Buyeong para o Ministro da Defesa.”
“Em Buyeong?”
“Sim. Acho que porque a casa das cortesãs é um lugar onde não seria incomum haver homens reunidos. Há rumores de que uma reunião será realizada lá.”
Jihak assentiu lentamente, olhou-se no espelho de mão e tocou na ferida que já estava bem curada. No dia em que foi ferido, não conseguiu conter sua raiva e matou quase todos, deixando apenas um homem vivo.
O que ele não esperava era encontrar Eunha em sua casa de banho enquanto estava coberto de sangue. O rosto surpreso dela pareceu muito fofo. Ela tremia como um cervo preso em uma armadilha, então esteve perto de agarrá-la pelo pescoço e empurrá-la para dentro da banheira para satisfazer sua luxúria.
Ele queria se enfiar na boca dela, sufocando-a e fazendo-a engasgar. Queria acariciar gentilmente seus lábios apertados, então arrancar sua roupa de baixo e enfiar loucamente seu pau em sua carne apertada e molhada. Ele queria que ela chorasse porque não conseguia respirar, que chorasse de dor. Queria que seus olhos brilhantes se distorcessem e que ela implorasse para que ele parasse…
Quando se lembrou da voz dela o calor se acumulou na parte inferior do seu corpo e ferveu novamente. Jihak sorriu e lentamente limpou os cantos da boca. Se ele tivesse satisfeito sua luxúria, poderia ter matado a garota naquele dia. Não, ele certamente a teria matado.
‘Como é possível que ela sempre trema de medo na minha frente, mas na frente dos outros sorri tanto e até suas bochechas ficam lindamente vermelhas?’ – Um desgosto inexplicável tomou conta de Jihak.
Ele silenciosamente fechou os olhos e ouviu o relato de Yuljae, então abriu a janela e olhou para as camélias vermelhas que tinham florescido fora da estação.
“Então, também deveríamos ir para Buyeong. Yuljae, há quanto tempo não nos divertimos?”