Arrogância - Capítulo 03
— Uhm…
Uma sensação quente e macia tocou seus lábios. Tentando convencer a si de que não era nada, engoliu mais um pouco, e, então, um aroma intenso preencheu suas narinas.
Era um cheiro peculiar, distinto, completamente diferente da carne humana. Um tipo de odor difícil de descrever, estranho e instigante ao mesmo tempo.
— Aaah… Ugh, mm…
Ainda assim, Richard continuou engolindo. Mesmo quando o pênis pesado pressionou o interior de sua bochecha, fazendo-a inchar, ele não parou.
Chup, chup…
No entanto, o controle mental apenas havia diminuído sua aversão ao sexo oral, não havia aprendido, como mágica, a habilidade. Seu ato de sugar e engolir, desajeitado e instintivo, era completamente bruto.
Luke, ao observar os movimentos desajeitados da língua de Richard, deslizou os dedos por entre seus cabelos úmidos e os bagunçou suavemente, antes de murmurar uma nova sugestão:
『Esqueceu? Deve usar a garganta quando chupa um pau.』
Em contraste com a suavidade da voz, o toque de Luke foi surpreendentemente rude. O demônio agarrou a nuca de Richard e o empurrou para baixo. Sem aviso, afundou seu membro com força na garganta do duque, saboreando a firmeza do canal estreito.
— Ugh…! Hum, aah!
Richard engasgou, sufocando com o pênis empurrado garganta adentro. Ainda assim, não ousou rejeitá-lo. Era natural, quase óbvio, usar a garganta ao chupar um pau, se envergonhava por esquecer algo tão simples na pressa do momento.
— Aaah… Ugh, uh… —
Era inaceitável que ele, o duque, responsável por assuntos de grande importância para a nação, não fosse capaz de executar nem mesmo uma tarefa tão básica de forma adequada. Sentia particularmente humilhado ao ser lembrado por um vagabundo de origem desconhecida.
Completamente enredado pelo controle mental, Richard afundou o rosto entre as pernas de Luke e tentou, com desespero silencioso, acomodar o membro em sua boca. Mesmo com a mandíbula dolorida pela amplitude do esforço, ele continuava a sugar com dedicação, emitindo pequenos sons úmidos, sem demonstrar qualquer sinal de resistência.
Como se reconhecendo seu empenho, o demônio gemeu e o elogiou:
— Mmm… Está indo bem. Sua boca é deliciosa, Vossa Graça.
Claro, para ser sincero, ele se divertia ao empurrar o membro na garganta de Richard. As habilidades do duque ao chupar eram péssimas. Se ele fosse despido e colocado na rua agora, teria que pagar para alguém chupá-lo de tão desajeitado que era.
No entanto, era exatamente isso que Luke achava mais atraente. Ele se deleitava ao descobrir uma fraqueza no arrogante duque que agia como se fosse perfeito em tudo. Além disso, sentiu um alívio ao constatar que Richard não vinha praticando com outros homens desde a separação deles.
Richard Valerion, reduzido a chupar o pau de um estranho. E logo após o funeral do próprio filho.
Desfrutando lentamente das atenções do duque, Luke soltou um gemidinho e apertou com firmeza a nuca de Richard.
— Você está dificultando as coisas para mim ao me tentar assim.
Um arrepio percorreu pelo corpo do duque com a insinuação de que poderia fazer coisas ainda piores. Luke queria corromper Richard, que mantinha uma página em branco de experiências sexuais há mais de quarenta anos, moldando-o ao seu próprio desejo.
Um impulso lascivo acendeu dentro do demônio, ele levantou a cabeça de Richard, forçando o contato visual antes de continuar:
— Mas eu prefiro as coisas um pouco mais… intensas. Para ser sincero, eu esperava um pouco mais.
— Aah… Ugh…
Richard, emitiu um som baixo, como se questionasse o que ele queria dizer, Luke lançou uma sugestão não planejada. Impulsionado por sentimentos persistentes por seu antigo amante, foi o feitiço mais poderoso que ele havia usado até então.
『Ouvi dizer que Vossa Graça tem uma certa fraqueza por intimidade física. Que se apaixona com facilidade depois de transar, independentemente de quem seja o parceiro.』
Uma voz brincalhona veio em seguida:
— Pensei que você chuparia como um amante… mas acho que me enganei.
Richard, porém, não ouviu o restante. No instante em que o murmúrio grave alcançou seus ouvidos, seu rosto corou intensamente, e o coração passou a bater com força no peito.
— Ugh… Uhm…
Ele deveria negar aquele boato sem fundamento?
Sentia-se envergonhado, como se sua fraqueza tivesse sido exposta, e suas bochechas começaram a corar. A magia surtiu efeito imediatamente, e a expressão rígida de Richard se suavizou.
Era verdade. Se excitava com facilidade e era facilmente consumido pela luxúria durante o sexo. Por isso havia levado uma vida ascética, mantendo todos à distância, para não perder o controle do próprio discernimento.
A ficção do controle mental se agarrou facilmente à verdade, cegando o duque. Richard aceitou sem demora a característica que Luke acabara de definir para ele.
Seu rosto lembrava o de um adolescente experimentando o amor pela primeira vez. Havia algo nostálgico em seu olhar, um traço de melancolia, mas também uma tensão latente, como se estivesse prestes a ser consumido por um desejo ardente.
Luke, esquecendo de acrescentar novas sugestões, encarou intensamente o rosto de Richard. Em seus olhos azuis, pôde ver um traço de constrangimento misturado à afeição transbordante. No instante em que encontrou o olhar óbvio de um homem claramente apaixonado, o coração do demônio, ao contrário do humano em chamas diante dele, começou a esfriar.
Ah!
Luke gemeu involuntariamente. Uma breve expressão de tristeza cruzou seu rosto bonito, antes de desaparecer.
Você continua lindo, astuto, e ainda não me ama.
Richard Valerion jamais lhe mostrou tal expressão antes. O que significava que ele nunca o havia amado desde o começo.
Se sentindo traído pelo comportamento estranho de Richard, Luke sorriu amargamente sem perceber, e pressionou a nuca do homem com força. Sentiu-se tolo por ter se deixado cativar, ainda que por um instante, por aquele rosto.
— Droga… tão apertada. Abra mais a boca.
Resmungando, Luke franziu a testa e cravou o pau ainda mais fundo.
— Ugh…! Urgh, hum…!
Richard soltou um gemido de dor enquanto o membro em sua boca inchou até o máximo. Sem espaço para acomodá-lo, o pênis implacável avançou impiedosamente, fazendo-o conter as lágrimas.
『Shh, respire devagar e mova a cabeça para frente e para trás.』
Por mais rude que Luke fosse com ele, Richard não resistia. Ele havia se apaixonado, se culpando por aceitar o pau de um homem inferior e desconhecido em sua boca.
Apesar de obter em segundos, por meio da magia, o que não conseguira em vida, Luke não sentiu satisfação. Observou as costas de Richard arquearem e caírem, sua respiração ofegante, enquanto agarrava seus cabelos e usava sua boca ao mover os quadris.
— Hum, aaah…! Ngh…
『Abra mais a boca e contraia a garganta. Seu trabalho agora é engolir meu esperma.』
Os termos mudaram sutilmente, agora incluía engolir seu sêmen. Mesmo assim, Richard não protestou, suportando as investidas implacáveis de Luke. A saliva que não conseguia engolir escorria pelo queixo, mas ele não podia fechar a boca.
Embora fosse, sem dúvida, doloroso, uma onda forçada de luxúria invadiu sua mente, impedindo qualquer pensamento coerente. Mesmo enquanto o pênis, aquecido pelo calor do corpo, se movia brutalmente dentro de sua boca. Ele se sentia confuso e, ao mesmo tempo, estranhamente realizado.
— Uh…! Aaah, glup…!
『Relaxe o maxilar. Incline a cabeça para trás.』
Os fluidos corporais de um demônio eram uma massa concentrada de magia. Se um humano os ingerisse, seu poder mágico não apenas seria restaurado temporariamente, mas também ficaria saturado por essa energia. Isso significava que ficaria intoxicado pela magia, vulnerável a diversos feitiços.
No instante em que ele gozasse naquela garganta apertada, não restaria nada além da ruína.
Consumido pelo desejo de vingança, Luke imaginou a queda obscena do duque. Só de pensar nisso, sentiu como se seu pau fosse explodir, já não conseguia mais se conter.
Mesmo que o pênis atualmente na boca de Richard fosse apenas uma ilusão, e que já não precisasse mais ejacular, ainda assim, ele não resistiu.
Ele era movido puramente pelo desejo de profanar. Queria despedaçar o coração de Richard Valerion. Marcar aquele corpo voluptuoso com sua essência, plantar sua semente bem fundo em seu abdômen e conquistá-lo por completo.
— Uhm…! Ugh, aah…!
Richard tossia repetidamente, incapaz de suportar as investidas brutais. Olhando para o rosto perturbado do duque, Luke deu uma ordem seca:
『Engula tudo.』
Glup!
Assim que a ordem foi dada, o sêmen quente jorrou em sua garganta. A mão grande do demônio ainda segurava firmemente a nuca do homem, impedindo-o de cuspir.
Continua…
Tradução Elisa Erzet