Açúcar Azul - Capítulo 02
Baek Sang-hee aceitou em silêncio tudo o que ele lhe entregava. Para alguém que estava sendo dispensado do serviço militar, seria natural sentir alguma emoção, mas sua expressão não mudou em nada.
— Já posso ir?
— Ué, por que não toma pelo menos um café?
— O sargento Kim também… acabou de receber a baixa agora. Você acha que ele ia querer ficar aqui mais um segundo sequer?
O sargento-mor Park estalou a língua com força. O intendente respondeu com uma risada larga, dizendo algo como “É mesmo, né?”. No meio disso tudo, Baek Sang-hee continuou calado, juntou suas coisas e se levantou. Sua presença pareceu se impor ainda mais do que quando estava sentado. Era como se o ar que antes pairava disperso se concentrasse rapidamente ao redor de onde ele estava.
O intendente também se levantou e perguntou, sem pensar muito:
— Quando você sair daqui, vai voltar para o trabalho?
Como se tivessem combinado, todos dentro da sala administrativa voltaram os olhos para Baek Sang-hee. Ele coçou de leve a ponta da sobrancelha e respondeu apenas:
— Não sei.
A resposta inesperadamente indiferente fez o sargento-mor Park e o sargento Im se meterem na conversa, cada um com um comentário.
“Claro que vai voltar. Não é mais nenhum garoto. Vai largar tudo o que fazia até agora pra quê? O exército se deu ao trabalho de te transformar em gente, então agora você também não vai causar problema nenhum, né?”
— Isso mesmo. Tem artista aí que volta numa boa mesmo depois de droga, dirigir bêbado, jogo e tudo mais.
— O que é desperdício de dinheiro público, afinal? Desperdício é não usar esse rostinho bonito do nosso soldado Baek.
O intendente entrou na brincadeira com uma gargalhada alta. Dando ouvidos a isso ou não, Baek Sang-hee deixou o lugar e, de repente, parou diante do comandante de pelotão. Ao ver a sombra se mover além do monitor, o comandante ergueu o olhar, intrigado. Por um breve instante, Baek Sang-hee o encarou diretamente, depois ergueu lentamente o braço direito. O gesto de saudação, acompanhado do “Vitória!”, foi impecável e respeitoso.
O rosto do comandante, que até então carregava uma tensão discreta, finalmente relaxou.
— Certo. Você trabalhou duro até aqui. Agora pode ir.
Só depois que a permissão foi dada é que ele abaixou o braço. Sorrindo de lado, Baek Sang-hee disse um “bom trabalho” e, para os suboficiais que ainda o observavam, limitou-se a inclinar a cabeça em cumprimento. Em seguida, deixou para trás a enxurrada de recomendações — cuide-se, fique bem, não se meta mais em confusão — e saiu da sala administrativa.
Mesmo no caminho até o posto da guarda, o rosto de Baek Sang-hee não demonstrava emoção alguma. Até a sombra grudada aos seus pés balançavam sem preocupação, como se imitasse o dono.
— Ele saiu!
Baek Sang-hee havia acabado de mostrar sua carteira de dispensa no posto quando notou, do lado de fora do portão principal, pequenos grupos de pessoas reunidas. Ao grito de alguém, todos começaram a tirar câmeras e a se aproximar. Não era o mesmo frenesi da cobertura jornalística de quando ele se alistou, mas ainda assim era uma concentração inesperada.
—Sr. Ji Geon-oh, pode nos dar uma entrevista?
— Como o senhor se sente após receber a baixa?
“Podemos perguntar quais são seus planos daqui para frente?”
“Podemos esperar seu retorno ao mundo do entretenimento?”
Os repórteres chamavam Baek Sang-hee de “Ji Geon-oh” e disparavam perguntas sem parar. Por um tempo, ele ficou exposto, indefeso, sob o som incessante dos obturadores. Era um enquadramento bastante familiar. A única diferença era que, desta vez, quem estava diante das câmeras não era exatamente Baek Sang-hee.
No passado, em situações semelhantes, alguém chegava a prestar continência diante das câmeras, como se tivesse se tornado outra pessoa durante o serviço militar. Outro alguém brincava com o boné, exibindo um semblante arrependido, como se tivesse se penitenciado por tudo o que fizera. Em qualquer dos casos, não esqueciam de deixar uma mensagem que sugerisse seus passos futuros.
Mas o olhar de Baek Sang-hee era pura indiferença. Em vez de uma continência, ele apenas inclinou a cabeça lentamente. Depois, virou-se sem dizer que sentia muito, sem agradecer, sem sequer se despedir com um “com licença”. Trocaram olhares atônitos por um instante, mas logo os repórteres começaram a segui-lo, chamando repetidas vezes:
— Sr. Ji Geon-oh!
Naquele momento, um homem desceu de um SUV estacionado mais à frente. Talvez por não ter dormido direito, o rosto estava abatido, e a barriga saliente aparecia de forma evidente acima do cinto. O homem se aproximou de Baek Sang-hee chamando-o de “Geon-oh” e, com naturalidade, apoiou-lhe as costas, guiando-o até o próprio SUV.
Baek Sang-hee entrou sem resistência no banco do passageiro. O homem ainda fechou a porta por conta própria e, em seguida, curvou-se repetidas vezes diante dos repórteres que vinham atrás deles.
— Obrigado por terem vindo até aqui. Por hoje, vamos encerrar por aqui.
— Gostaríamos de ouvir como o senhor Ji Geon-oh está se sentindo. Pode nos dizer ao menos uma palavra?
— Fica para a próxima. Desculpem.
O homem pediu desculpas com a familiaridade de quem já fez isso muitas vezes e entrou no banco do motorista. Apesar do vidro escuro impedir a visão do interior, os repórteres continuaram colando as câmeras nas janelas, disparando os obturadores sem parar. Depois de soltar um suspiro, o homem falou num tom seco:
— Cinto.
Mesmo ouvindo claramente, Baek Sang-hee não obedeceu. Limitou-se a ajustar o banco e a inclinação do encosto de acordo com o comprimento das próprias pernas.
— O que te trouxe até aqui?
— Você sair hoje era óbvio. Acha mesmo que um gerente ia ficar parado esperando?
— Você ainda é meu gerente? Não sabia.
Desde quando gerente virou voluntário?, murmurou, num tom despreocupado demais.
— Você é inacreditável… Eu pedi pra você ligar quando fosse sair, isso é tão difícil assim? A gente passou tanto tempo comendo junto, vivendo junto. Faz sentido eu ter que descobrir que você ia sair por um repórter?
— Mesmo sem o senhor, eu saberia voltar pra casa. Quantos anos eu tenho?
— Não é isso, seu idiota. Se eu não tivesse vindo, como você ia embora? Ia pegar ônibus, por acaso? Eu larguei tudo assim pra—
— Quer dizer, você fez isso de propósito? Pra virar notícia, por acaso? Eu não disse que, pra um artista, imagem é tudo? Disse ou não disse?
— Não vou mais ser artista, então tanto faz.
Baek Sang-hee tirou o boné militar e passou a mão pelos cabelos amassados, sacudindo-os de qualquer jeito. O homem, que vinha despejando reclamações sem parar, ficou momentaneamente sem palavras. Até uma briga precisa de alguém que reaja para ter graça. Como Sang-hee ouvia tudo por alto e deixava passar, até o ímpeto que ele tinha acabou se apagando antes da hora.
O homem lançou a Baek Sang-hee um olhar descontente antes de girar o volante. De aparência rude, ele era Kang Jae-hyung, o empresário que dividia o mesmo pão desde a estreia do ator. Ao contrário do que a aparência sugeria, era diligente e minucioso, alguém extremamente cuidadoso quando o assunto era trabalho. Para Baek Sang-hee, ter trabalhado com ele desde o primeiro passo no meio artístico tinha sido uma sorte; para Kang Jae-hyung, um azar. Dois anos antes, um único incidente havia arruinado a carreira que ele vinha construindo com tanto esforço.
Tratava-se de um caso de agressão mútua entre dois atores que atuavam juntos na mesma produção. Já havia atritos frequentes entre eles, e, sob o efeito do álcool, acabaram se agarrando e trocando socos. O problema foi que o adversário de Baek Sang-hee saiu muito mais ferido: fratura orbital, com oito semanas de afastamento médico. O fato de ele ser um ex-idol famoso, com um fandom poderoso, além de pertencer a uma família riquíssima e influente no meio artístico, também pesou contra Baek Sang-hee. Independentemente do que tivesse motivado a briga, a opinião pública ficou do lado de quem sofreu os danos maiores.
Depois de muito esforço, chegaram a um acordo e o caso foi encerrado com uma multa. Ainda assim, tudo se perdeu. A carreira como ator, a imagem pública, os contratos publicitários que ele vinha conquistando em ascensão. Os anunciantes exigiram multas contratuais de, no mínimo, o dobro — em alguns casos, até três ou quatro vezes o valor original —, e a agência declarou a rescisão do contrato, afastando-se rapidamente. Ele estava à beira do fim dos vinte anos. A única opção que restou a Baek Sang-hee foi o alistamento, que vinha adiando havia tempos. Nem mesmo essa decisão nasceu de um plano ou convicção pessoal. Kang Jae-hyung disse que era o momento certo, e ele apenas aceitou. Assim se passaram dois anos.
Ao deixar a base militar, Kang comentou que o timing tinha sido bom.
— Eu estava preocupado achando que, sem notícias quentes, todo mundo ia cair em cima de você… mas, bem na hora, estourou aquele escândalo de drogas do Seo-na.
Parecia que ele estava se referindo aos escândalos de drogas envolvendo o cantor famoso e os herdeiros de terceira geração de grandes conglomerados, que haviam aparecido rapidamente na tela da TV na sala administrativa. O infortúnio de uma pessoa acaba se tornando a sorte de outra. Uma relação de quedas e ascensões que se cruzam. Essa era a lógica do mundo do entretenimento. Baek Sang-hee pensou, ainda que de forma vaga e sem muito sentido, se o que lhe acontecera dois anos antes não teria sido, para alguém, uma oportunidade.
Depois disso, o diálogo entre os dois se extinguiu. Baek Sang-hee limitava-se a observar a paisagem sem significado do lado de fora da janela, enquanto o gerente Kang mantinha as duas mãos firmes no volante, encarando apenas a estrada à frente, como alguém dirigindo pela primeira vez. De tempos em tempos, soltava suspiros repetidos ou esfregava a testa com irritação, como se algo lhe incomodasse profundamente.
Enquanto aguardavam parados em um semáforo vermelho, Kang abriu o porta-luvas do lado do passageiro e tirou de dentro um maço de cigarros ainda lacrado. Foi então que Baek Sang-hee notou algo. Era um álbum que ele nunca tinha visto antes. Preso em um canto havia um pequeno bilhete com a mensagem “conto com você”, acompanhado do número de Kang. Era o tipo de álbum promocional que cantores iniciantes ou pouco conhecidos costumavam distribuir a pessoas do meio artístico. A imagem de Kang percorrendo emissoras, curvando-se em reverências nos departamentos de produção, surgiu com nitidez em sua mente. Kang arrancou o álbum da mão de Baek Sang-hee e o jogou de volta dentro do porta-luvas.
Sem qualquer constrangimento, Baek Sang-hee o pegou novamente. Kang disse para guardar, mas ele ignorou. Abriu a capa, retirou o CD e o empurrou diretamente para o leitor. O disco foi engolido com suavidade e começou a girar rapidamente. Logo, a primeira faixa começou a tocar. Pelo pequeno adesivo em forma de estrela colado na capa, parecia ser a música-título.
Baek Sang-hee não tinha um conhecimento profundo de música, tampouco uma sensibilidade artística excepcional. Ainda assim, era possível perceber. Aquele álbum — aquelas vozes — não pareciam destinadas a brilhar apenas porque Kang implorava favores em nome delas. E, mais do que ninguém, o próprio Kang devia saber disso.
Provavelmente não havia escolha. Um empresário não tem o direito de escolher seus artistas. Assim como havia sido quando ele passou a cuidar de Baek Sang-hee.
A mão que raspava a superfície do maço de cigarros para romper o lacre não tinha qualquer traço de tranquilidade. Baek Sang-hee largou a caixa vazia e, em seguida, arrancou o cigarro da mão de Kang. Com facilidade, rasgou o plástico protetor e sacudiu levemente o maço de cigarros…
Ele sacudiu o maço levemente. Em seguida, aproximou um dos cigarros que havia saltado para fora da boca de Kang. Kang, com uma expressão nada satisfeita, mordeu o filtro em silêncio. Baek Sang-hee tirou mais um e o empurrou firmemente entre os próprios lábios.
Em pouco tempo, o interior do carro se encheu de uma fumaça picante. Kang soltou um longo suspiro antes de finalmente abrir a boca.
— …Então. Vai mesmo parar?
Baek Sang-hee coçou a sobrancelha com a mão que segurava o cigarro, por puro hábito. Seu olhar já estava voltado para fora da janela.
— Na sua opinião, chefe… eu ainda tenho alguma chance?
— ……
— Pelo jeito, a sua falta de resposta já é a resposta.
Baek Sang-hee abriu um sorriso torto enquanto soltava a fumaça. Kang puxou o ar com força e apertou inutilmente o volante.
— Eu não devia ter confiado naquele desgraçado do Jang Won-sik.
Ele rangeu os dentes ao mencionar o antigo diretor da agência. Só as multas contratuais geradas pelo caso de agressão já somavam 1,4 bilhão de wons. A agência havia quitado a dívida em seu lugar e se tornado credora de Baek Sang-hee. Usaram a “moral” como justificativa, mas não foi um gesto de boa-fé. As raízes de muitas empresas de entretenimento se entrelaçaram com as forças do submundo. A empresa à qual Baek Sang-hee pertenceu não era exceção. Quando a sucessão de acontecimentos finalmente se acalmou, o titular da dívida havia sido discretamente transferido da agência para uma financeira ligada a ela. Mesmo durante o serviço militar, os juros continuaram a crescer de forma implacável. Trinta por cento do principal — quarenta e dois milhões por mês.
Kang abaixou o vidro e jogou a bituca para fora com irritação. O suspiro profundo que se seguiu carregava uma pergunta já resignada.
— Você vendeu o apartamento também, não foi? Tem onde ficar?
— Vou ter que procurar.
— E agora… o que pretende fazer daqui pra frente?
Baek Sang-hee segurou o cigarro fino entre o indicador e o médio e, com o anelar, esfregou de leve a ponte do nariz. Era um gesto habitual, quase automático, sempre que se perdia em pensamentos. Mas, por mais que o tempo passasse, ele não deu resposta alguma.
— Não faz assim, Geon-oh. Que tal falar com a sua mãe…
— Pra que tocar num assunto que não vai dar em nada?
Cortou o conselho de uma vez, sufocando a tentativa nascida da aflição. Em seguida, estalou os dedos e jogou a bituca dentro do café frio.
— Vou dormir um pouco. Quando chegarmos a Seul, me deixa em qualquer lugar.
Como quem pede silêncio, Baek Sang-hee fechou os olhos. Chegou a cobrir o rosto com o boné militar que havia tirado antes. Kang suspirou, abatido, e acendeu mais um cigarro.
Não havia uma solução óbvia. A opinião pública continuava desfavorável, e não existia empresa interessada em apostar em um ator cuja retomada era tudo menos garantida. Para assumir todos os riscos e oferecer uma chance, seria preciso que ele tivesse mostrado algo mais até ali. Baek Sang-hee fora um ator notado muito mais por uma aparência singular do que por atuações memoráveis ou de forte apelo emocional. Também não parecia alguém movido por uma fome especial de atuação, nem por grande entusiasmo ou ambição. E não dava a impressão de que isso tivesse mudado agora.
Além disso, o episódio de agressão de dois anos antes o colocou em rota de colisão com uma marca de moda influente dentro da indústria do entretenimento. A menos que conseguisse se agarrar a um apoio ainda mais poderoso, a volta parecia distante.
Kang puxou inutilmente a gola da camisa, afastando-a do pescoço, e soltou um suspiro profundo e vazio.
————————
O dia já havia clareado. Foi apenas um silêncio de vinte, trinta minutos no máximo, mas tempo mais do que suficiente para pressionar o outro lado. Isso, claro, se o adversário não estivesse acostumado a esse tipo de jogo psicológico. E, nesse aspecto, Seo Han-yeol era alguém bem treinado. Enquanto esperava que o promotor percebesse que havia falhado na tentativa de impor vantagem, ele passou os olhos pelo interior da sala.
Não havia um único espaço vazio. Da moldura da janela à mesa, passando pela parte de baixo dos armários, tudo estava abarrotado de documentos. Era uma paisagem familiar — ele já havia passado por salas de promotores algumas vezes antes. O que chamava a atenção, no entanto, era o fato de cada papel estar alinhado com precisão, sem um milímetro fora do lugar. Aquilo, por si só, já dava nos nervos.
— Seo Han-yeol.
Só então ele voltou o olhar para a frente. Seus olhos encontraram de imediato o olhar estreito por trás dos óculos. O promotor não o via como um simples informante. A desconfiança e a hostilidade que transbordavam de seus olhos eram prova disso. Seo Han-yeol sorriu de leve.
— Sim.
Ele não desfez a posição das pernas cruzadas. O promotor, mantendo o olhar nos documentos, começou a percorrer os dados pessoais ali registrados.
— O senhor Seo Han-yeol ocupa o cargo de diretor executivo da Ilsin Comtech desde 2016 até o presente, correto?
— Correto.
— Antes disso, ou seja, depois de se formar no ensino médio, o senhor passou todo esse período nos Estados Unidos…
Como se tratava apenas de uma confirmação de fatos, ele respondeu apenas com um aceno de cabeça. Em seguida, o promotor soltou um “ah” deliberadamente teatral.
— Vejo aqui que o senhor nem mesmo cursou o ensino fundamental na Coreia. Imagino que tenha ido estudar no exterior desde cedo?
— Algo assim.
— O serviço militar…
O promotor alongou a frase e então ergueu novamente o rosto, cruzando o olhar com o dele. Um dos cantos de sua boca se ergueu lentamente.
— O senhor foi dispensado, não foi?
Era um deboche descarado. O sorriso de Seo Han-yeol se aprofundou.
— Sim. Mas isso tem alguma relação com esta investigação?
— Em certo sentido, pode ter.
— Que curioso. Que tipo de relação seria essa?
Seo Han-yeol murmurou como se falasse consigo mesmo. O promotor não se importou e virou mais uma página dos documentos.
— Tendo passado tanto tempo nos Estados Unidos, imagino que esteja acostumado.
— Com licença… acostumado a quê?
— À maconha. Lá vocês fumam como se fosse cigarro, não é?
Foi uma provocação dita de passagem. O rosto que se ergueu para encarar Seo Han-yeol carregava uma autoconfiança difícil de disfarçar. Ele apenas ergueu levemente a sobrancelha, sem responder. O sorriso em seu rosto permaneceu intacto. Como se isso não importasse, o promotor foi direto ao ponto.
— Atualmente, o senhor Seo Jong-yeol, seu primo, é suspeito de violar a Lei de Controle de Entorpecentes. O senhor está ciente disso?
— Sim.
— Então o senhor também sabia que Seo Jong-yeol vinha contrabandeando maconha, metanfetamina e cocaína para o país há anos e fazendo uso habitual dessas substâncias?
— Não sei.
— Sabia ou não sabia? Responda com clareza.
— Sendo sincero, achei que fosse possível. Ele nunca soube se conter com mulheres nem com bebida, além de ser um sujeito dependente. E, sendo ainda mais sincero… não me importo. Onde esse tal primo anda enfiando o nariz, quem ele anda cutucando por aí ou o que anda enfiando no próprio corpo não tem absolutamente nada a ver comigo.