A Tatuagem de Camélia - Capítulo 46
Igmeyer retrucou com um sorriso de canto, e Loki percebeu tardiamente o tom de deboche.
— Falando sério, eu não consegui ver nem o nariz de um cavaleiro por aqui. Para onde foram todos? Nesse ritmo, meus guardas imperiais é que terão de lidar com isso quando os portões se abrirem!
— Oh, isso é um pensamento bem animador. Continue comandando assim. Aqueles preguiçosos do Norte provavelmente só estão dormindo e espalhando pecado.
— Aff! Não é isso o que eu queria ouvir!
Se Igmeyer tivesse nascido na nobreza, se sua origem não fosse tão humilde, ele não se comportaria assim.
Sabendo disso, a expressão de Amber foi se tornando aos poucos mais rígida. Por mais que Igmeyer parecesse estar se divertindo, a atitude do príncipe era desagradável.
Mas Loki, já exaltado, não conseguiu ler o clima e, ao invés disso, afundou ainda mais em seus próprios pensamentos.
No que ele eventualmente se fixou foi na situação econômica do Norte.
Na realidade, já havia ocorrido dentro do palácio uma discussão sobre como submeter o Norte de forma pacífica.
Uma vez que o dragão maligno Nidhogg fosse eliminado, deixar Niflheim intacto não era uma opção, e forçá-lo a se submeter à família imperial inevitavelmente resultaria em guerra civil. O prejuízo seria grande demais.
A melhor opção seria lutar contra Nidhogg e levar o Norte à beira da destruição, mas a habilidade dos Cavaleiros Gigantes de Gelo sob o comando do atual Grão-Duque era superior demais para isso.
Segundo os padrões da família imperial, era um nível excessivo.
Assim, a melhor alternativa era negociar pacificamente. Mas que carta usar numa negociação pacífica?
Esse tema também foi entregue aos príncipes, e Loki ouvira a respeito durante suas aulas de economia social.
Portanto, o que saiu da boca de Loki naquele momento era, essencialmente, a conclusão do que outra pessoa já havia levantado.
— Bem, já que chegamos a esse ponto, tenho algo a perguntar ao Grão-Duque.
— Oh, o que seria?
— É verdade que, se o dragão maligno morrer, todos os monstros desaparecem?
— Teoricamente, sim.
Igmeyer admitiu alegremente.
O motivo de ter adicionado ‘teoricamente’ era porque isso nunca havia realmente acontecido. Como se pode ter certeza de algo que nunca ocorreu?
— Então, isso é um problema. O Norte não tem nenhum meio de subsistência além dos monstros que caem do céu. Como está o andamento dessa situação? O Imperador está bastante preocupado.
Ao dizer isso, Loki sorriu com ar de superioridade. Naturalmente, ele pensou que não haveria resposta.
‘Afinal, numa batalha de palavras, quem não tem o que dizer perde, e eu venci.’
Enquanto Loki se deleitava com sua vitória infantil, Amber ficou levemente chocada.
‘Então é isso!’
A curiosidade que a atormentava como um espinho cravado sob as unhas foi finalmente aliviada.
As palavras de Loki não eram nada de especial, mas representavam uma perspectiva que Amber jamais havia considerado.
‘Não se pode eliminar Nidhogg. Se Nidhogg desaparecer, o Norte não funcionará!’
Diante dessa tremenda descoberta, Amber chegou a prender a respiração.
No Norte, muitas áreas são inaptas para a agricultura devido ao clima. Mesmo com a presença do mar, a pesca é inviável devido às ondas violentas.
Num passado distante, eles sobreviviam da mineração, mas aquele veio secou há muito tempo.
Não havia desenvolvimento no turismo, nem podiam cobrar impostos altos.
As pessoas do Norte eram ferreiros, carpinteiros, soldados ou açougueiros de carcaças de monstros.
Apenas alguns tentavam cultivar a terra hostil, mas mesmo assim a produção era mínima.
‘Se os monstros desaparecerem, a economia daqui não funcionará. Eu entendia isso vagamente, mas não percebi que significava que não podemos viver sem Nidhogg!’
Chocada, Amber ouvia apenas metade enquanto o príncipe continuava tagarelando.
‘Agora entendo por que Igmeyer não pôde se vingar de Nidhogg antes da minha regressão.’
Igmeyer poderia ter lutado e derrotado Nidhogg ao custo de sua própria vida.
Mas e depois, como eles reconstruiriam? Todo o dinheiro vinha das carcaças dos monstros.
— Os Grão-Duques anteriores tentaram capturar Nidhogg, mas todos falharam. No entanto, eles acreditavam que você seria diferente.
— Oh, é mesmo?
Da conversa entre o príncipe e Igmeyer, Amber percebeu com clareza outro fato.
Talvez ninguém tenha sido realmente honesto sobre isso até agora.
Provavelmente era um dilema que o próprio Igmeyer também carregava.
Ao refletir sobre isso, Amber quase chorou.
Em primeiro lugar, todos os Grão-Duques de Niflheim precisam agir como se fossem lidar com Nidhogg.
Pelo menos, é assim que deve parecer aos olhos do imperador.
Segundo, porém, Nidhogg jamais pode ser morto.
A obrigação de proteger o Norte deve ser passada ao próximo Grão-Duque até se encontrar outra forma de sustentar a região. Enquanto isso, aceitando uma derrota razoável e uma morte apropriada.
‘A guerra final significa encontrar uma maneira de o Norte se sustentar sozinho.’
Mas como exatamente essa imensa ‘indústria de monstros’ pode ser substituída por outra coisa?
‘Os Grão-Duques do passado não conseguiram encontrar uma forma. Igmeyer também não tinha uma solução clara.’
No passado, as emoções de Amber eram muito pesadas. Não conseguia pensar em nada porque estava exausta de sua vida.
Se ao menos tivesse conseguido pensar por múltiplas perspectivas naquela época, teria percebido isso com a mesma facilidade que agora!
Amber se arrependeu profundamente disso.
Porque… afinal… isso era justamente algo em que ela era boa.
Amber não tinha formação formal em governança. No entanto, tinha grande interesse em diversas questões sociais e havia adquirido uma quantidade considerável de conhecimento. Até mesmo visitou áreas onde problemas haviam surgido, e em várias ocasiões, suas sugestões resolveram questões.
Seu conhecimento, abordagens de resolução de problemas e perspectivas eram reconhecidos como excepcionais. Isso permitia que ela participasse com confiança e expressasse suas opiniões nas reuniões de gabinete nacional.
‘Deve haver uma solução em algum lugar. Certamente há uma saída que os outros não viram.’
Qual seria?
Como eliminar Nidhogg?
Perdida em pensamentos profundos, ela permaneceu em silêncio, com os lábios cerrados.
Para Amber, não havia problema mais urgente do que esse.
Afinal, ela não poderia engravidar até que Nidhogg fosse resolvido.
‘Se eu engravidar, o dragão maligno virá. Então preciso travar a guerra final antes disso.’
Mas havia tarefas que precisavam ser resolvidas para isso.
Especificamente, a independência do Norte.
O objetivo era ser independente e não depender de Nidhogg.
‘Ainda não sei como fazer isso. Tudo o que temos aqui são neve e camélias, monstros e terras estéreis. E pessoas preparadas para a guerra.’
Deveria promover as espadas forjadas pelos ferreiros locais como um produto especial?
Isso era tudo o que lhe vinha à mente.
Amber decidiu pausar seus pensamentos por agora.
Era hora de terminar o chá. Ela pensou em investigar isso depois de despachar o príncipe.
🌸🌸🌸
Ao entardecer.
Fazia um tempo desde que Igmeyer e Amber estavam nus e entrelaçados daquela maneira.
Por assim dizer, de forma invertida.
— Você ainda fica curioso, mesmo vendo isso tantas vezes?
— Psiu! Não fale sobre isso… com a boca aí.
— Você odeia? Você parece gostar disso.
A postura de se olharem mutuamente em suas partes íntimas.
O que poderia ser mais erótico do que isso?
Embora fazer sexo fosse prazeroso, Igmeyer ultimamente preferia explorar cada parte do corpo de Amber assim.
Mesmo um leve atrito era suficiente para fazer fluidos pegajosos se acumularem na vagina.
A área vermelha se contraía vigorosamente cada vez que ele a lambia.
E havia também os seios, que ainda guardavam as marcas de sua pegada.
Cada canto de Amber era bonito, mas especialmente esta parte secreta.
Um lugar que reagia intensamente a uma única palavra vulgar vinda dele.
Enquanto Amber segurava e brincava com o pênis, Igmeyer se concentrava intensamente na cena diante de si.
Era uma visão de tirar o fôlego, como uma camélia florescendo em um campo nevado. Era infinitamente fascinante, não importava quantas vezes ele a olhasse.
O problema era que só de olhar seu membro ficava duro e vazava pré-sêmen.
— Sinceramente, só de ver sinto que vou gozar.
— Não diga… esse tipo de coisa…
— Mas você gosta. Não está sendo sincera.
— Não, não faça, eu não cons—ah!
Antes que Amber pudesse dizer mais alguma coisa, Igmeyer apertou firmemente sua bunda com ambas as mãos e se inclinou para perto. Ao mesmo tempo, abaixou a cabeça até ela.
Ele a lambeu de forma desajeitada e esfregou o nariz, fazendo Amber soltar gemidos suaves.
Até isso era adorável, e ele riu baixinho enquanto esfregava delicadamente seu clitóris com o polegar.
Era difícil para ela resistir.
Amber não conseguia recobrar a lucidez.
A noite havia começado bem, com uma taça de vinho ao lado de Igmeyer. Ela discutira com ele o futuro do Norte, pois estava preocupada.
Que o clima tivesse ficado assim também estava bom.
Mas!
‘Por que só eu estou me sentindo assim?’
Amber se esforçou para não sentir muito.
Sem ela saber, estava se contraindo abaixo.
Igmeyer havia perdido a razão diante das paredes internas que sugavam sua língua.
Eventualmente, Amber tremeu violentamente e sentiu vários orgasmos antes de desmaiar de exaustão.
Durante todo esse tempo, Igmeyer não havia gozado nem uma vez.
O que significava que, para eles, a noite estava apenas começando.
— Ah, aah…
Amber gemeu enquanto ele a penetrava.
Deitada de bruços, ela segurou o lençol com força enquanto Igmeyer beijava levemente suas costas.
Apesar disso, o homem não parou de se mover dentro dela. Ele sabia que a parte do meio de seu membro era especialmente grossa, dificultando a penetração.
Parar só tornaria mais doloroso, pois a entrada prenderia na parte mais espessa. Era melhor colocar de uma vez.
Além disso, hoje Amber estava excepcionalmente relaxada, então não houve dificuldade.
— Já entrou tudo. Você está realmente linda, meu amor.
Igmeyer murmurou como se intoxicado, olhando para o ponto onde estavam totalmente unidos.
Não entendia por que gostava de ver aquilo. Pensava que era porque a cena deixava Amber envergonhada.
Continua…
Tradução: Elisa Erzet