A Batalha pelo Divórcio - Capítulo 13
Por que a história tinha que seguir por esse caminho? Daisy odiava aquilo de verdade. Acenou as mãos freneticamente.
— Não, não, não. Eu gosto do meu quarto. Já me afeiçoei a ele. Max, você devia ir e se afeiçoar ao seu quarto também. Com certeza vai gostar. A Grã-Duquesa se esforçou muito para decorá-lo enquanto rezava pelo seu retorno seguro.
— A Grã-Duquesa é você, Izzy — corrigiu Maxim, dando de ombros com um ar casual, quase resignado. — Vi o trabalho dela mais cedo. O meu quarto é melhor, mas já que você prefere este… o que posso fazer?
O rosto de Daisy empalideceu.
— Eu também gosto mais do meu quarto. Mas, se você gosta daqui, o que posso fazer? — disse ele com uma calma lenta e deliberada.
— Vamos dividir este quarto até você se acostumar a dormir ao meu lado. Depois, eu a levarei para o andar de cima. Me avise quando estiver pronta para isso — acrescentou com gentilmente.
Quem decidiu isso?
Maxim parecia ter um sistema meticulosamente planejado, e a opção de dormirem em quartos separados simplesmente não existia para ele.
Claro, Daisy nunca havia concordado com nada daquilo.
— Eu… eu sinto muito, Max. Ainda fico um pouco insegura em dividir a cama — disse ela suavemente, a voz hesitante.
— Você estava assim mais cedo, quando tomamos banho também, Izzy. Você é realmente tímida. O que há para ter vergonha entre marido e mulher?
— Não é vergonha, é desconforto.
Maxim ficou em silêncio, parecendo perdido em pensamentos após a resposta firme dela, e então assentiu lentamente.
— Bem, suponho que você possa se sentir assim. Eu entendo perfeitamente se está desconfortável.
E é só isso? No entanto, justo quando ela estava prestes a respirar aliviada…
— Ainda assim, não precisaríamos passar um tempo juntos para nos acostumarmos? Só está estranho porque é a primeira vez. Com o tempo, você vai se sentir mais à vontade.
… Isso claramente não iria funcionar. Era como tentar encaixar uma lança num escudo que não era seu.
‘Haa… Como eu vou lidar com isso?’
Ela estava completamente perdida. Daisy ficou espremida entre a porta e Maxim, com as mãos cruzadas atrás das costas enquanto guardava obstinadamente a maçaneta.
‘Chega de rodeios. Preciso ser firme.’
Toda vez que tentava ser boazinha, esse homem astuto de alguma forma conseguia se infiltrar pelas brechas. Mais cedo, tinha percebido que, apesar de ser insistente, ele sempre ouvia se as coisas fossem explicadas direito.
Daisy fechou os olhos, se preparando, e declarou:
— Desculpe, Max. Como eu disse antes… ainda não estou pronta para isso.
— Sexo?
— … Sim.
Daisy piscou deliberadamente e olhou para o chão.
— Honestamente, fazer sexo ainda me assusta muito. Nem consigo imaginar fazer algo tão escandaloso…
— Hmm.
— Talvez seja porque eu estava em um convento antes. A ideia de macular meu corpo ainda parece… como um pecado contra o Senhor Deus.
— Ah, então… você tem medo de fazer sexo comigo agora. É isso?
Por que perguntar algo tão óbvio? Daisy acenou com a cabeça atordoada, e o rosto de Maxim se iluminou novamente.
— Se é do sexo que você está preocupada, não tenha medo. Não faremos isso hoje. Quero dizer, ter relações sexuais.
Sexo, sexo, sexo.
Ele não parava de mencionar sexo no final de cada frase, comportando-se como um maníaco sexual que não conseguia pensar em mais nada. Tudo o que ela queria era um descanso tranquilo, especialmente durante o sono. A fixação constante dele estava a deixando louca.
A frustração de Daisy atingiu o ápice enquanto ela segurava a maçaneta com os nós dos dedos brancos, a mão inteira tremendo de tensão.
— Escuta, compartilhar uma cama com outra pessoa me deixa muito desconfortável. Eu só preciso dormir sozinha, então por favor volte para o seu quarto…
— Eu disse que esperaria pacientemente.
Ele se moveu na direção dela com passos confiantes, trazendo consigo o fresco aroma de hortelã que encheu o ar ao seu redor. Quando os olhos de Maxim prenderam os de Daisy, sua expressão se transformou em algo assustadoramente frio.
A mudança repentina em seu comportamento fez seu estômago doer de pavor.
— Izzy, você deveria ceder ao menos nisso por mim, não acha?
— I-isso é…
— Me diga, Izzy. — A exigência de Maxim veio de repente e com força. O tom agressivo fez Daisy se pressionar totalmente à porta, tentando desesperadamente se fundir com a madeira. Ela parecia um animal encurralado, sem nenhum lugar para fugir.
— Minha criação me ensinou que casais devem sempre encontrar um meio-termo e se adaptar às necessidades um do outro. Eu abro mão do sexo, enquanto você abre mão de dormir sozinha. Parece o equilíbrio perfeito para o nosso casamento.
Ele se inclinou em sua direção, colocando a mão sobre a dela, que ainda segurava a maçaneta, e continuou seu questionamento. Agora completamente presa dentro do círculo de seus braços, Daisy só podia ficar ali, o corpo rígido de medo.
— Você tem alguma objeção ao que eu disse?
— Ah, n-não… — A atmosfera opressiva quase fez Daisy soltar um: — Não, claro que não.
Para ser precisa, ela não conseguia responder de forma alguma.
A lógica dele era muito sólida para contestar, e ela estava aterrorizada que qualquer movimento de seus lábios pudesse aproximá-los perigosamente dos dele, ou que sua respiração se misturasse no pequeno espaço entre eles.
O que ela poderia fazer? Como escapar dessa situação?
Assustada pela aura assassina que ele emanava, Daisy engoliu em seco.
A energia perigosa que irradiava dele fez Daisy engolir em seco, nervosamente. Após uma breve pausa, Maxim subitamente levantou Daisy em seus braços, segurando-a como uma noiva sendo carregada na entrada do lar.
— Espera, não, pare… O que você está fazendo? Me coloque no chão agora mesmo!
— Fique quieta, ou vai se machucar. Você precisa ficar parada.
Apesar de suas tentativas frenéticas, ela não tinha a menor chance contra a força superior do homem. Mantendo Daisy firmemente em seus braços, Maxim caminhou com propósito até o interior do quarto e chutou a porta, fechando-a com o pé.
O mundo girou enquanto o pequeno corpo de Daisy afundava profundamente no colchão macio. Tudo escureceu no momento em que Maxim pairou sobre ela, prendendo-a debaixo de si como um caçador encurralando sua presa.
De jeito nenhum ela se renderia sem lutar. Se recusava a simplesmente aceitar o que quer que estivesse por vir. Seu corpo se moveu antes que sua mente pudesse processar a ação.
Daisy fechou os olhos com força e lutou com tudo que tinha. Um impacto alto ecoou pelo quarto, enquanto estrelas explodiam em sua visão. O puro instinto de sobrevivência havia assumido o controle. No momento em que sentiu o perigo se aproximando, sua cabeça partiu para a frente num golpe defensivo automático.
— Oh… minha doce pequena Daisy. Você está assustada? — A respiração do homem vinha em suspiros ásperos contra seu rosto.
Quando finalmente abriu os olhos, ela encontrou exatamente o que esperava: Maxim sorrindo de forma radiante, apesar do sangue escorrendo de seu lábio rachado.
— Que adorável.
O elogio inesperado enviou um calafrio desconfortável por cada nervo de seu corpo.
— Eu disse que não farei isso, sexo. É uma promessa.
As mãos grandes de Maxim ainda mantinham os pulsos de Daisy cativos. Seu poder era verdadeiramente assustador.
Naturalmente, Daisy não se rendeu facilmente. Ela se contorceu e puxou os pulsos, tentando escapar, mas logo percebeu que sua parte inferior do corpo estava completamente presa sob seu peso, incapaz de se mover. Cada parte dela parecia amarrada, como se cordas invisíveis a mantivessem no lugar.
— Eu realmente gostaria que você pudesse confiar no seu marido — murmurou Maxim. — Parece que ainda não confia.
Claro que não. Eram completos estranhos que se casaram recentemente. Que razão motivo teria para confiar nele?
— Admito que estou um pouco magoado com isso, mas o que mais posso fazer?
— Pare, por favor…!
— A partir de agora, vou me esforçar para ganhar sua confiança, Izzy.
Ele parecia aceitar a situação com uma calma surpreendente. O lábio sangrando não parecia incomodá-lo nem um pouco.
Sua atitude despreocupada lembrava um grande predador que brincava preguiçosamente com sua presa, apenas para receber um arranhão inesperado em retorno.
— Eu gosto de você assim, tão combatível, Izzy — disse ele.
Sua ousadia não conhecia limites. Maxim passou a língua sobre o sangue em seu lábio, sorrindo perversamente. Então, antes que ela pudesse se preparar, sua boca pressionou firmemente contra a dela.
— Pelo menos posso te beijar? Estou ferido. Considere isso um tratamento médico.
— Não…
Daisy franziu a testa ferozmente e balançou a cabeça, mas ele segurou seu queixo, forçando-a a olhar para ele, e a persuadiu gentilmente.
— Nós concordamos em ceder reciprocamente, não foi?
— Me solte! Me solte agora mesmo, por favor, apenas solte!
— Abaixe a voz. Gritar não vai mudar nada. Estamos completamente sozinhos neste lugar.
O terror tomou conta de Daisy enquanto ela congelava no lugar. Agora que mencionou, percebeu que não tinha visto nem um único servo desde que entraram na mansão.
Estar isolada naquele enorme prédio com esse homem perigoso fez seu sangue gelar.
… Não, isso não podia estar certo.
Nobres ricos não eram famosos por chamarem seus servos a qualquer hora, fosse meia-noite ou madrugada?
— Você não confia no que estou dizendo? É a verdade.
— ……
— A partir de hoje à noite, os servos estão proibidos de entrar na casa principal depois do anoitecer. Eu não gostaria que eles se traumatizassem ao ver a real personalidade do seu mestre.
Lendo seus pensamentos perfeitamente, Maxim entregou sua explicação com uma percepção impecável.
— Isso é… Não, você deve estar mentindo.
Esse homem arrogante realmente se preocupava com o estado mental de seus trabalhadores?
Ela testemunhou pessoalmente como ele os tratava. A ideia era ridícula. Seu comportamento era tão dominador que ele não tolerava nem uma simples pergunta deles.
— Posso me tornar bastante… apaixonado quando se trata de atividades na cama.
— Você é louco… Pare…
— Sim, eu sei. Sou completamente louco. Mas mesmo se alguém estivesse presente, o que mudaria? Eu sou o Senhor de Waldeck. De que lado você acha que eles ficariam?
Ele parecia quase feliz enquanto explicava essa verdade cruel.
— Vamos economizar nossa energia para momentos mais importantes. Não há necessidade de nos desgastarmos tão cedo.
Continua…
Tradução: Elisa Erzet