A Batalha pelo Divórcio - Capítulo 07
Mesmo depois de tudo, ela ainda tinha o dom. No momento em que Daisy escolheu deixar as lágrimas caírem, elas vieram naturalmente. O desespero parecia genuíno o suficiente para convencer qualquer um.
Não eram apenas suas habilidades de assassina que tornavam a agente Codinome Easy valiosa para a organização CLEAN. Era seu talento excepcional em atuação.
— Me desculpe, ela sussurrou, deixando a voz tremer. — Não consigo fazer isso. Nunca vivi nada parecido antes, e eu estou… com muito medo…
Quando seus olhos se encontraram, Daisy se deixou desabar por completo. Os soluços vieram em ondas, cada um mais lamentável que o anterior, pontuados por suspiros que soavam sinceros.
A expressão brincalhona de Maxim desapareceu instantaneamente. Ele passou a mão pelo rosto e, pela primeira vez, pareceu tristemente arrependido.
— Haaa… Eu estraguei tudo, Izzy. Só estava pensando no que eu queria.
‘Pelo menos agora ele percebia isso.’
A mudança de atitude do homem veio mais rápido do que Daisy esperava. Ela engoliu a resposta cortante, continuando a soluçar e suspirando de forma lastimável.
— Não se preocupe, — ele disse, com a voz mais suave agora. — Eu nunca faria nada para te assustar.
Soluços
— … Me desculpe…
— Não, Izzy, você não fez nada de errado. A culpa é minha por ser insensível. Por favor, não chore mais.
E assim, sem mais discussão, Maxim recuou. Se Daisy soubesse que as lágrimas seriam tão eficazes, teria recorrido a elas muito antes. Era definitivamente uma estratégia a ser usada.
‘Devo chorar com mais frequência de agora em diante.’
— A verdade é que eu tenho me contido desde o dia do nosso casamento. Daquele momento em diante, existe dentro de mim uma necessidade avassaladora.
Ela já sabia disso. Como poderia esquecer aquela intensidade assustadora que sentira nele?
— A razão de eu voltar tão depressa do campo de batalha foi porque precisava te abraçar de novo. Estava desesperado, contando as horas, e me esforcei demais para chegar até aqui.
Soluço, soluço.
As lágrimas de Daisy continuaram enquanto ele falava, adicionando ainda mais veracidade à encenação.
— Arrisquei tudo avançando pelas linhas inimigas. Mal parei para comer, só peguei rações de combate enquanto lutava. Você precisa acreditar em mim.
Que tipo de homem massacra um exército inteiro só para ter sexo?
Seu tom era sincero e suplicante, mas sua explicação era completamente insana.
Maxim implorou por seu perdão, com o rosto contorcido por algo que parecia ser culpa genuína. No entanto, apesar da expressão arrependida, o volume evidente em seu roupão contava uma história totalmente diferente.
O rosto de Daisy empalideceu. Por mais ridículo que parecesse, Maxim von Waldeck era um homem em seu auge. Dada sua natureza agressiva e seu histórico de guerreiro, talvez fizesse sentido que sua libido combinasse com sua intensidade.
— Eu te fiz chorar, Izzy… — ele disse baixinho, como se a própria percepção realmente o magoasse.
Será que alguém podia realmente se sentir culpado enquanto estava tão evidentemente excitado? Aparentemente, sim, porque lá estava ele, fazendo exatamente isso.
Suas grandes mãos se moveram de forma hesitante para acariciar o rosto dela. Com uma suavidade surpreendente, ele enxugou suas lágrimas com a ponta dos dedos, sua expressão suavizada pela preocupação.
— Mas o que eu devo fazer quando até suas lágrimas são tão bonitas?
‘Ah, pelo amor de Deus. Esse homem é completamente impossível.’
Ele começou a depositar beijos suaves em sua bochecha, até que seus lábios encontraram os dela novamente. Se aquilo continuasse, ele aprofundaria o beijo e, inevitavelmente, estariam de volta ao ponto de partida.
O pensamento fez a cabeça de Daisy girar de pânico. Ela empurrou o peito dele, tentando criar alguma distância.
— Nem mesmo um beijo? — perguntou ele, parecendo confuso.
— Não, nada de beijos ainda… Eu não estou emocionalmente pronta para isso.
— Mas nós já nos beijamos na cerimônia do casamento. Você não gostou?
— Foi repentino e avassalador. Você foi tão insistente que me assustou. Além disso… foi meu primeiro beijo.
Ela baixou o olhar, deixando os cílios baterem no que esperava ser uma demonstração convincente de modéstia. Na verdade, não tinha sido ela quem dera aquele beijo. Apenas o recebeu.
Quem dá um beijo de língua na cerimônia de casamento, especialmente na frente de uma sala cheia de convidados? A memória ainda fazia suas bochechas corarem de vergonha.
Maxim parecia realmente envergonhado enquanto a voz dela tremia.
— Izzy… aquele também foi o meu primeiro beijo… nesta vida.
O que isso queria dizer, afinal?
‘Ele tinha sido surpreendentemente habilidoso para alguém alegando ser a primeira vez. E aquelas mãos…’ Ela estremeceu ao relembrar de como ele havia desfeito seu vestido com tanta facilidade.
‘Seu primeiro beijo nesta vida? Ele achava que tinha várias vidas ou algo assim? Um completo absurdo.’
— Peço desculpas, — ele disse repetidamente, parecendo um cãozinho repreendido. — Como já havíamos nos beijado no casamento, presumi que seria aceitável fazê-lo de novo.
Sua expressão contida sugeria que o pedido de desculpas era sincero. Daisy estava em alerta máximo, mas ver a incerteza em seus olhos, normalmente tão confiantes, fez com que suas defesas começassem a baixar.
— Como soldado, passo todo o meu tempo com homens rudes e não entendo bem as mulheres. Cometi um erro. Se te assuste, peço desculpas formalmente.
— H-Hic… mas vo-você… você me beijou por tanto tempo. A-Até… usou a língua.
— Sério? Achei que tinha sido rápido…
‘Que descarado! Ele quase me sufocou, e ainda chamou aquilo de rápido?’
— Vou ser breve nas atividades de hoje. — disse o homem, com um vislumbre daquele sorriso lascivo retornando. — Tente não ficar muito desapontada.
Suas palavras sugestivas anteriores não tinham sido piadas, eram confissões genuínas. Daisy nem sabia por onde começar a criticá-lo.
— V-você até… desabotoou meu sutiã, — ela acusou, com novas lágrimas ameaçando cair.
— Isso foi apenas um hábito nervoso, —disse rapidamente, parecendo constrangido. — Eu nem percebi que estava fazendo isso. Foi completamente involuntário.
Enquanto ela o bombardeava com acusações entre lágrimas, ele parecia genuinamente impotente diante delas.
— Na verdade, eu estava me segurando bastante, — admitiu tristemente. — Achei que estava demonstrando um controle incrível, mas aparentemente não foi suficiente. Havia tantas pessoas observando. Se eu tivesse ido mais longe, não teria conseguido me controlar.
Só de lembrar do dia do casamento, a cabeça dela girava novamente. Desejo incontrolável, mesmo com pessoas observando? Conhecendo esse louco, ele provavelmente achava que com a plateia era ainda mais excitante.
De qualquer forma, esse não era um comportamento normal. Se casou com ele pensando que seria uma união falsa com um marido moribundo, mas parecia ter caído nas mãos de um lunático de verdade.
Beijinho.
— Não…
Beijinho.
Outro estalinho ligeiro, igualmente rápido. Ele pressionou um beijo leve e rápido em seus lábios e afastou-se imediatamente.
— Isso foi apenas um selinho, não um beijo de verdade. Até mesmo isso não é permitido?
— Bem, mesmo isso parece demais para mim agora.
— Entendi, então até os selinhos são proibidos. Peço desculpas.
Ele parecia absolutamente desanimado, como um cachorro que levou uma bronca.
— Seus lábios eram tão macios naquela vez que devo ter me deixado levar. Sinto muito de verdade.
Daisy havia perdido a conta de quantas vezes Maxim se desculpou. Isso dificultou pressioná-lo ainda mais quando ele parecia tão genuinamente arrependido.
— Eu li em um livro que beijar direito envolve mordiscar gentilmente e usar a língua, então tentei seguir essas instruções. Eu estava tão concentrado em fazer corretamente que não percebi que você estava assustada.
Ele aprendeu a beijar lendo? Isso parecia totalmente inconsistente com seu comportamento geralmente grosseiro. Ainda assim, seu nível de habilidade tinha sido estranhamente impressionante para alguém que só estudara isso em livros. Seria absurdo exigir uma explicação para sua proficiência.
Maxim pegou a mão dela e a pressionou contra sua bochecha. Seus olhos, normalmente cheios daquela intensidade perturbadora que sempre deixava Daisy desconfortável, agora carregavam um sincero pedido de perdão. Ao ver aquela expressão, seu coração amoleceu um pouco.
— Então, em vez de beijar seus lábios, um beijo leve em sua mão seria aceitável? — perguntou, aproveitando a oportunidade com um tom casual.
Embora ela se sentisse um pouco atrapalhada, parecia indelicado recusar um pedido de desculpas tão sincero. Daisy assentiu lentamente em concordância.
Suave. A sensação foi delicada e quente quando ele pressionou os lábios contra sua palma. Apenas um beijo leve, mas a sensação persistente de seus lábios se separando enviou um choque inesperado por todo o corpo dela.
Maxim levantou os olhos para encontrar os dela, mantendo os fixos nos seus. Há meros instantes, ele parecia aquele filhote repreendido. Mas agora, enquanto Daisy observava, sua expressão se aguçar em algo predatório, ele mostrou os dentes e mordiscou suavemente sua palma.
Ela ofegou, surpresa, e ele riu baixinho enquanto depositava beijos em cada uma das suas juntas dos dedos.
— Preciso ser honesto com você, Izzy. Seus dedos são tão macios e delicados que dá vontade de morder até doer.
‘Você quer me morder? Que maluco do cacete.’
Horrorizada por sua estranha confissão, Daisy puxou a mão para longe dele.
Imperturbável, Maxim cerrou a mandíbula como se estivesse lutando contra algum instinto primitivo, e então puxou a cabeça dela contra seu peito. O cheiro limpo do sabonete, misturado à sua fragrância masculina, deixou ela tonta.
— Eu nunca faria nada que você não quisesse, Izzy. Não se preocupe com isso.
Ele acariciou suas costas suavemente, tentando tranquilizá-la com seu toque.
— Seu cheiro é absolutamente maravilhoso, — murmurou, inspirando profundamente perto do topo da cabeça dela e expirando com evidente prazer.
‘Mas que droga. Por que ele está cheirando minha cabeça como um animal?’
O problema real não era seu comportamento estranho, mas a ereção óbvia pressionando contra seu roupão, pulsando como se pudesse estourar a qualquer momento.
— H-Hum… M-Ma-Max. A-aquilo lá embaixo…
— Ah, isto?
Perguntou ele, seguindo seu olhar até o volume sem qualquer vergonha.
— Não é nada com o que se preocupar.
— Certamente não parece nada.
— Só de sentir seu cheiro isso acontece comigo, Izzy. Quer que eu te mostre?
Continua…
Tradução Elisa Erzet
Emanuelle Silva
Que mulher chata do caralho , dá logo pra esse gostoso 😏😋 deixa de frescura.