A Batalha pelo Divórcio - Capítulo 06
‘Ele já sabe quem eu sou? Como… não, quando? Quando ele descobriu?’
A mente dela girava com perguntas infinitas, deixando-a com uma sensação de tontura.
‘Então… será que estou prestes a ser morta a tiros?’
Deveria golpeá-lo com o cotovelo no queixo e tentar fugir?
‘Não, não. Eu ainda não entendo completamente o que está acontecendo.
Agir por impulso poderia ser desastroso.’
O peso da mão dele apoiada em seu ombro, por trás, parecia um laço se apertando em torno de seu pescoço. Se ela resistisse, tinha a sensação de que ele apenas pressionaria mais, esmagando sua pele até rasgá-la.
— …
Os lábios de Daisy se moveram, mas sua mente estava em branco, nenhuma palavra vinha. Então, com um leve puxão, uma das alças da camisola deslizou pelo ombro.
Maxim enlaçou o dedo na outra alça e sussurrou suavemente:
— Izzy… está com medo de mim?
‘O que eu devo fazer? Fugir não é uma opção agora.’
— Por que você está tremendo tanto?
— …
— Está preocupada de que eu possa devorá-la, Izzy?
A menção ao nome “Izzy” deixou Daisy muda. Ele repetiu a pergunta. Sem dúvida, havia dito “Easy”. Não importava quantas vezes ela ouvisse — era “Easy”, não “Daisy”.
… Mas ele não está sendo casual demais para alguém que supostamente descobriu minha identidade?
Esqueça. Vou simplesmente negar tudo.
Sentindo um incômodo estranho, Daisy respirou fundo e falou com cautela:
— Por que continua me chamando assim?
— É um apelido. Não gostou?
Um apelido?
Ao ouvir aquela palavra inesperada dos lábios de Maxim, os olhos de Daisy se arregalaram levemente.
— Como seu nome é Daisy, pensei que “Izzy” combinaria. Quis experimentar.
‘Oh, Daisy…Izzy.’
‘Então… ele não estava dizendo meu codinome, “Easy”… apenas um apelido?’
Meu Deus, eu me assustei à toa e acabei tremendo que nem uma idiota.
Se ela tivesse surtado e realmente dado uma cotovelada em seu queixo, isso teria sido um desastre. Daisy soltou um suspiro de alívio, tentando acalmar seu coração acelerado.
— Um apelido?
— Sim. Por que está tão surpresa?
— É que… foi tão repentino.
Pensando melhor, aquilo não era exatamente culpa dela. Era dele, por ser tão estranho.
Nesta situação, quem não teria entendido errado?
Além disso, eles só haviam se encontrado duas vezes. Quem, em sã consciência, inventaria um apelido do nada?
Honestamente, apenas estar no mesmo ambiente que Maxim era exaustivo. Para alguém naturalmente introvertida como Daisy, esse nível de familiaridade era sufocante.
Fazia apenas um ano desde que ela passou a usar o nome Daisy. Claro que teria se confundido, ainda mais quando o apelido soava idêntico ao seu codinome. Mas Maxim von Waldeck não parecia se importar com nada disso.
Com suas sobrancelhas escuras arqueadas, ele observou seu rosto pálido e trêmulo com interesse genuíno.
— Como eu disse antes, acredito que nada no mundo seja mais importante do que nomes e títulos.
— A-ah… e-eu entendo.
— Você parecia desconfortável com “esposa”, então pensei em tentar algo mais íntimo. Não gostou?
— Não é que eu não tenha gostado… só parece meio estranho. Afinal, só nos vimos duas vezes.
— Bem, isso é verdade, pessoalmente. Mas eu a vi várias vezes ao dia, Izzy.
‘Do que ele está falando? Como isso é possível?’
Os olhos de Daisy se arregalaram de surpresa.
— Como assim?
Ele abriu o pingente pendurado em seu pescoço, revelando um pequeno retrato.
Era, de fato, ela.
‘Quando ele conseguiu isso?’
Ela não se lembrava de jamais ter posado para um retrato.
— Coloquei aqui em segredo, para poder mantê-la comigo.
— …
‘De onde, ele tirou esse retrato? Será que aquele desgraçado do Therese preparou para ele?’
Ela estava perplexa com sua origem desconhecida.
— Usei no pescoço para vê-la sempre que quisesse. Se eu contasse o número de vezes que olhei para ele, ultrapassaria o número de cabeças que explodi na guerra.
E isso nem era o pior. Sua escolha de palavras era francamente perturbadora.
Maxim von Waldeck parecia ter o dom de fazer até as palavras mais simples soarem aterrorizantes. Ele lançava seu raciocínio absurdo como se fosse a coisa mais natural do mundo, quase como uma agressão, deixando Daisy incapaz de baixar a guarda nem por um segundo.
— E isso não é tudo. Todas as noites, sem falhar, eu a via em meus sonhos, Izzy.
— …
— Ah, e caso esteja se perguntando… eram sonhos muito obscenos.
Com uma seriedade perturbadora proferiu aquelas palavras tão descaradas sem pestanejar.
— Sei que parece estranho no início, mas você vai se acostumar. Porque… eu continuarei chamando você de Izzy toda vez que a vir.
Maxim sussurrou suavemente em seu ouvido:
— Então relaxe, Izzy. Vamos nos conhecer melhor.
Quando ele puxou a última alça da sua camisola, Daisy agarrou freneticamente a mão dele em pânico.
— E-espera…!
— Hm? O que foi agora?
Seu hálito quente roçou sua orelha.
‘Por que ele está respirando no meu ouvido?!’
Com sua provocação travessa, toda a sua orelha ficou ruborizada e quente.
Assustada, Daisy recuou, encolhendo os ombros. Mesmo assim, Maxim continuou, beijando o pescoço dela com calma, sem se apressar.
— Ah, ficou chateada por ser a única com um apelido?
— Hã, e-eu? Q-Quero dizer… sim!
— Então me dê um também, Izzy. Para ser justo.
— Não, não foi isso que eu quis dizer—
— Que tal Max? Escolha um que goste.
— Max? Isso soa como nome de cão de guarda.
— Ah, então será Max. Pode me chamar quando quiser, não importa a hora. Vou correr até você como um cão leal.
Leal? O olhar de Maxim von Waldeck não lembrava o de um cão fiel, mas sim de um cão raivoso. Um que esmagaria o pescoço do dono sem hesitar.
— Me chame de Max. Max, entendido?
Não era uma sugestão, era praticamente uma ordem.
— A-aaah… ah!
Finalmente, ele a jogou sobre o ombro e a carregou até a cama. Assim que caiu sobre lençóis macios, Maxim subiu sobre ela, imobilizando seus pulsos.
— Para domar um cão, é preciso começar chamando-o pelo nome.
— Haa, aah, e-espera…!
— Viu? Esse vira-lata ousou subir em cima de sua dona. Então, o que você vai fazer a respeito?
Ele a chamava de “dona”, mas a olhava de cima com toda a arrogância de quem se considerava o verdadeiro mestre. Por mais que Daisy se debatesse, sua força bruta a mantinha imóvel. Ele enterrou o rosto em seu pescoço, plantando beijos suaves antes de morder sua alça.
‘Esse maluco do cacete!’
Era avassalador. O peso pressionando seu estômago quase a fez desmaiar.
Era grande. Tão grande que, se ele a forçasse, tinha certeza de que se rasgaria.
Não importava o que ela fizesse, nada parecia funcionar.
‘O que eu devo fazer? Devo acertar o saco dele com o joelho?’
Mas e depois? Isso realmente o deteria?
Esquece. Já não sabia mais. Apenas se sentia completamente impotente, e tudo o que queria era chorar.
‘… Devo simplesmente começar a chorar?’
Naquele instante, Daisy se lembrou de uma menina do orfanato, Vicky, que sempre chorava quando estava em apuros.
“Vicky, por que você vive chorando?”
“É um segredo.”
“Eu prometo guardar seu segredo. Vamos, você pode contar para sua irmã mais velha.”
Com um sorrisinho maroto, Vicky respondeu:
“Quando eu choro… pelo menos alguém me ouve.”
(Elisa: Minha nossa, parece a minha irmã. Ela já me disse isso.)
Então era isso. Na época, Daisy ficou com pena e então a abraçou e acariciou suavemente, tentando confortá-la.
Ela encontrou uma estratégia naquelas palavras.
“Sua irmã mais velha vai ouvir você mesmo se não chorar. Então, nada de lágrimas, está bem?”
“Sério? Você vai mesmo me ouvir, mesmo se eu não chorar, Irmã Daisy?”
“Claro. Eu prometo. Juro de dedinho?”
“ … Tá bom!”
Quando seus mindinhos se entrelaçaram, Vicky parou de chorar imediatamente e sorriu timidamente. Ela parecia tão adorável.
Pensando agora, Vicky não estava errada.
A Irmã Sophia costumava dizer que, às vezes, as crianças eram as mais intuitivas e sábias. Quando você chora, alguém pode parar para ouvir, e, honestamente, não havia melhor maneira de sair de uma situação difícil do que com algumas lágrimas.
— M-Max…
Quando Daisy o chamou com a voz trêmula, os olhos de Maxim se arregalaram levemente.
Nota: No coreano, “Easy” e “Izzy” são soletrados e pronunciados exatamente da mesma maneira: »이지«romanizado» (I-ji). É por isso que Daisy ouviu “Easy” (seu codinome), mas, na verdade, Maxim estava dizendo “Izzy”, um apelido carinhoso que ele inventou a partir de “Daisy” »(De-i-ji). Maxim pegou o “이지” de “Daisy” para criar “Izzy”. A confusão fonética é intraduzível diretamente, mas a explicação contextualiza o equívoco. Não que o homem estivesse chamando ela de Easy, é só a cabecinha preocupada dela delirando, por isso no final do capítulo 05 está escrito Easy. Porque ela ouviu “Easy” e não “Izzy”. Deixa nos comentários se tiverem alguma dúvida, estarei à disposição.
Continua…
Tradução: Elisa Erzet
Emanuelle Silva
Que homem ❤️🔥🔞🥵🥵